Olimpíadas 2024: Uniforme Brasileiro é Criticado Nas Redes 23/07/2024

Olimpíadas 2024: uniforme brasileiro é criticado nas redes – 23/07/2024 – Esporte

Esporte

A uma semana da cerimônia de início dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que acontece na próxima sexta (26), o uniforme do Brasil, feito pela Riachuelo, está recebendo críticas nas redes sociais. Alguns comentários sugerem que o traje escolhido para a cerimônia de início seria muito simples, geral e até conservador.

No X (macróbio Twitter), os usuários fizeram até mesmo uma outra versão dos trajes de início, utilizando lucidez sintético.

A Riachuelo, patrocinadora do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e marca de voga solene do time Brasil, afirma que os uniformes exploram a fauna e a flora do país e ilustram a força da biodiversidade brasileira. A cartela de cores das camisetas faz menção à bandeira do Brasil, com as tonalidades de verdejante, azul e amarelo presentes em grande secção das peças.

As jaquetas jeans que compõem as peças da cerimônia de início foram bordadas pelas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, cidade no semiárido do Rio Grande do Setentrião.

Ana Vaz, consultora de imagem e idealizadora da Butique de Cursos, entende que o traje para a cerimônia de início não traz elementos de conexão entre as características do país e a influência da solenidade. “Os uniformes, porquê um todo, usam soluções de estilo e produção muito simples e comuns, que a gente não espera em um evento tão privativo porquê é uma Olimpíada. Quando a gente foca principalmente os uniformes para a início, temos peças que contam muito pouco sobre nós, sobre o Brasil.”

“Uma jaqueta jeans não é alguma coisa que tenha a ver com a nossa história. Uma camiseta com a estampa Breton, que tem a ver com a história da França, não tem a ver com a nossa história. A saia, que é uma saia midi, rodada, que remete à saia do New Look, da Dior, em 1947, e que é icônica para a voga francesa, não se conecta com o Brasil”, diz.

Para a consultora, o chinelo Havaianas utilizado nesse traje, apesar de normalmente ser bem-visto pela população e estar associado a um sentimento de orgulho do país, “fica desconectado com a teoria de ocasião privativo que essa início tem”, diz e acrescenta: “Além de não festejar a ocasião, o uniforme não celebra as pessoas que estão vestindo essas roupas, que são atletas olímpicos, que se esforçaram muito, que dedicam a sua vida ao esporte. A roupa poderia render qualquer tipo de homenagem nesse sentido também”.

Cláudia Vicentini, professora doutora de Têxtil e Voga na Each (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), campus USP Leste, considera que os uniformes, de maneira universal, trazem signos importantes para o país, mas entende que houve um choque entre a expectativa do público sobre as roupas e os trajes em si.

“Quando a gente olha mais de perto para esse uniforme, a gente vê que ele traduz as características do povo brasílio. Eles foram feitos por bordadeiras do interno do Rio Grande do Setentrião, também houve uma preocupação com a preservação da natureza. São coisas que eles utilizaram que são muito relevantes para o Brasil. Mas, entrou em choque com a expectativa do público”, comenta e ressalta: “O que acontece é que as pessoas acharam que, esteticamente, ele não faz jus ao que nós temos para oferecer”.

Segundo a professora, é esperado que o traje reflita em seu design o cimalha desempenho e perfomance esperado dos atletas. “É uma cerimônia de jogos olímpicos, logo, alguma coisa relativo ao esporte, ao desempenho dos atletas. Aí já está encaixado um valor social a saudação dessa performance que se espera dos atletas. E a expectativa é de que eles se saiam muito muito, e ela deveria estar, de alguma maneira, figurativizada nas roupas, no vestuário que fosse escolhido para participar da cerimônia. Porque tudo isso que eu falei sobre o tipo de tecido, sobre a o trabalho artesanal das peças, não vem escrito. Ninguém sabe. Ao contrário de um design elaborado que você, maquinalmente, vê e faz o registro estético desse design”, afirma.

Para Vaz, as críticas “comunicam porquê a gente se vê e porquê a gente gostaria de se ver. Por mais que eu possa me ver em um look que tem uma camiseta, uma jaqueta jeans, uma saia ou uma calça, um chinelinho, etc. Falta um pouco do aspiracional desse brasílio que gosta de se ver também porquê criativo, muito zelo, porquê um sujeito privativo. Faltou um refletir nosso libido da gente se ver melhor representado”.

A técnico ainda entende que o traje de início “traz um resultado mercantil demais, porquê dia a dia demais, geral demais. Ele vai ser inteiro comercializado. Pode ter havido uma atenção muito grande na capacidade que ele tem de gerar vendas e pouco na capacidade de gerar reputação”. A técnico ainda questiona algumas decisões da Riachuelo para as Olimpíadas:

“Eu fico muito curiosa sobre qual decisão foi tomada, de repente até pensar que as pessoas poderiam criticar, mas que isso provavelmente seria um sucesso de vendas, converteria em lucro e tudo muito se as pessoas criticarem. São questionamentos que me deixam bastante inquieta”.

Para Vicentini, não é verosímil produzir uma roupa mercantil para o grande público que ao mesmo tempo seja um traje adequado para uma cerimônia privativo. “Ou você faz uma conexão para o consumo informal ou você faz uma conexão com uma sarau. As duas coisas não funcionam muito muito juntas. É porque uma tem uma proposta, a outra tem outra”, ressalta.

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