Olimpíadas: Comentarista Alline Calandrini E O Machismo 22/07/2024

Olimpíadas: comentarista Alline Calandrini e o machismo – 22/07/2024 – Celebridades

Esporte

São Paulo

Quem vê a jornalista e comentarista Alline Calandrini, 36, trabalhando nos jogos de futebol da Mundo talvez não saiba que, para estar ali, a ex-zagueira de times uma vez que Santos e Corinthians não tem só o conhecimento adquirido na prática com o futebol. Para estar ali, comentando as partidas, costuma gastar horas e horas de dedicação a estudos sobre os times, táticas, atletas em campo e todo o contexto que envolve a disputa.

“Eu assisto a jogos que nem vou atuar, só para ter conhecimento sobre tudo”, diz ela ao F5. Porém, a profissional, com um ano e meio de morada, lamenta que muitas vezes não importa a bagagem, a experiência e o comprometimento: as críticas chegam sempre, sem dó. “Independentemente do estudo, sempre haverá machismo escancarado. Quando o narrador varão erra, passa derrotado. Já se é a mulher que erra, pegam muito mais no pé”.

Mas nem isso nem o preconceito sofrido por falar claramente sobre sua relação com outra mulher parecem tirar o foco e a seriedade com que a macapaense encara o trabalho. Pelo contrário. Em alguns dias, Alline fará alguma coisa que não conseguiu na estação de desportista: estar nas Olimpíadas, agora uma vez que comentarista. “Que a informação me ligeiro cada vez mais longe”, diz, animada.

Para os espectadores, parece que você vem ganhando cada vez mais espaço na Mundo. Concorda?

Me sinto realizada. Parei de jogar em 2018 e assumi comentários na modalidade de futebol feminino em outra emissora [Band], e tudo rolou muito rápido. Vivo um momento feliz profissionalmente, com chances que estão surgindo. O que me alegra é poder me orar com diversas bolhas, uma vez que quando participo do Encontro com a Patrícia Poeta (Mundo).

O que lembra da curso uma vez que jogadora?

Joguei desde os quatro anos, nasci para jogar. No Setentrião, de onde venho [ela nasceu em Macapá-AP] se falava pouco de futebol feminino. Com 16 anos, vim para São Paulo para jogar no Santos, no Juventus e no Corinthians, clube onde encerrei minha trajetória de forma precoce, aos 29 anos. Passei por duas cirurgias de joelho em sequência, fiquei dois anos paragem e isso mudou minha performance dentro de campo. Nesse meio tempo, estudava jornalismo e já vislumbrava essa superfície.

Em questão de dias, você fará comentários nos Jogos Olímpicos de Paris. Porquê vai ser?

Farei cá do Rio de Janeiro pela tecnologia avançada que a TV disponibiliza. Eu não consegui ir às Olimpíadas uma vez que desportista e me deixou com gostinho de quero mais. Mas isso não me abala, já que na Mundo consigo me realizar dessa forma.

Você ainda é uma das poucas mulheres comentaristas da emissora. Se considera uma voz ativa?

Estar onde estamos já nos torna uma voz ativa. Quando mais novidade, não imaginava que estaria na TV, porque não via mulheres comentando jogos. Temos que sempre falar da preço de termos mais mulheres nos cargos televisivos, e a emissora vem abrindo essas portas. São pessoas, independentemente de orientação sexual, cor, religião. O cenário, hoje, é mais diverso. (Segundo a assessoria da Mundo, há 35% de presença feminina nas transmissões de futebol do conduto; nas Olimpíadas essa taxa, afirma a emissora, será de 43%)

Porquê é sua preparação para comentar os jogos?

Fui desportista, determinada, e isso se repete na minha profissão uma vez que jornalista. Meu estudo é ver aos jogos e isso virou minha base, minha segurança. Mas, independentemente de estudar mais ou menos, sempre haverá machismo escancarado, homens com ódio talhado às mulheres. Quando o narrador varão erra, passa derrotado. Já se é a mulher que erra, pegam mais no pé.

Quais as suas referências no comentarismo feminino?

Palato muito da Juliana Cabral, da Ana Thaís Matos, Nathalia Ferrão. São mulheres competentes e nos fortalecemos umas às outras.

Te afeta quando, sobretudo na web, tentam produzir uma rivalidade feminina entre comentaristas?

Não. Isso não me afeta. Não precisamos aumentar uma para diminuir a outra. São todas referências, cada uma com sua forma de estudar o jogo, assim uma vez que homens também são diferentes. Não existe rivalidade.

Você é uma mulher gay, do Setentrião do país. Se considera inspiração?

Tenho espeque da minha namorada [a jornalista e apresentadora Stephanie Paula] para tudo. Não é sempre que vemos uma nortista falando ou jogando na maior emissora do país. Recebo carinho e muitos feedbacks positivos. O traje de ser gay também é representatividade, simples. São muitas camadas de pluralidade em mim.

Já sofreu preconceito, assédio?

Porquê jogadora, existe uma discriminação sobre a orientação sexual. Falam: ‘Um quadrilha de mulher másculo, sapatão, coitadinhas’. Convivo desde a minha puerícia com isso, mas não me incomoda. Tenho pena dos intolerantes e o mais importante é o espeque da família, isso eu sempre tive. Simples que quando mais novidade ficava assustada. É o ódio sempre voltado às mulheres.

Acontece no trabalho também? Porquê jornalista também acontece. Alguns tentam me diminuir, falam que não entendo zero, usam palavras pejorativas.

Quais seus planos profissionais?

A primeira vez que comentei um jogo de futebol masculino me deu a certeza de que estou no caminho patente. Fazer agora as Olimpíadas e uma Despensa do Mundo e estar na Patrícia Poeta já são grandes realizações. Quem sabe no horizonte entrar mais nesse universo do entretenimento. Que a informação me ligeiro cada vez mais longe.

Vendo suas fotos da estação de jogadora, é provável notar que você mudou muito a fisionomia. Ficou mais vaidosa depois fechar a curso nos gramados?

Sempre fui muito vaidosa desde a estação de desportista. Mas odiava aqueles tipos de taxa que a prelo fazia que nos citavam uma vez que musa do Santos, a gata do Corinthians. Passei por isso. Hoje, esse tipo de reportagem não aparece mais, mas antes as mulheres eram sexualizadas e eu abomino. Quando eu jogava, estava com dez quilos a mais, tinha mais volume. Minha rotina não mudou, vou à ateneu todo dia, emagreci, porque não há mais urgência de muita volume muscular.

Sofre pressão por estar na televisão?

Não, sempre gostei de me cuidar, nunca sofri pressão alguma. Mas prefiro estar muito na frente das câmeras. Mudei mais pela maturidade, pelo meu obrigação que reflete na estética, mas zero de pressão. Foi alguma coisa que foi ocorrendo naturalmente.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *