Onlyfans: Como Surgiu Império Global Da Pornografia 02/01/2025

OnlyFans: como surgiu império global da pornografia – 02/01/2025 – Tec

Tecnologia

O OnlyFans se comprometeu à missão de redefinir a pornografia.

Com uma receita de US$ 1,3 bilhão (R$ 8,1 bilhões) e mais de 300 milhões de usuários, a empresa fundiu o trabalho sexual com a economia de criadores online de forma tão bem-sucedida que se expandiu para comédia, música e corridas de automóveis. O resultado foi rápida valorização no mercado.

Mas, apesar de toda a sua anelo e influência, o funcionamento interno do OnlyFans permanece opaco.

A plataforma fundada em 2016 tem exclusivamente algumas dezenas de funcionários, mesmo com uma base de usuários quase quadruplicando nos últimos anos. Seu proprietário bilionário raramente é visto em público ou mesmo mencionado em palestras pela CEO da companhia. Não há placa da empresa fora de seu endereço registrado em Londres, e uma secção significativa, mas secreta, de suas operações —incluindo a moderação de teor— está baseada na Ucrânia, um país em guerra.

À medida que cresceu, o site procurou usar teor explícito —sua aparentemente inexaurível nascente de receita— porquê trampolim para o próximo nível de graduação, posicionando-se porquê um pioneiro tecnológico com lugar entre os gigantes das redes sociais, porquê Instagram e X. Fundamental para esse esforço é tornar a pornografia mais socialmente razoável e distanciar a empresa dos abusos frequentemente associados à indústria.

A face pública da empresa é a CEO, Keily Blair, uma advogada irlandesa e autoproclamada feminista e “nerd da segurança” promovida ao incumbência principal em 2023. Em aparições públicas, Blair, de 42 anos, apresenta a plataforma porquê lucrativa e empoderadora, principalmente para mulheres, e frequentemente menciona suas duas filhas. “Quero que elas tenham uma boa vida online”, disse ela a delegados em uma conferência de proteção infantil no Reino Uno em 2023. “Quero o mesmo para seus filhos.”

As pessoas recorrem ao OnlyFans, diz ela, porque oferece pornografia “moral” –embora ela prefira não usar o que labareda de “termo com P”.

Mas a termo com P impulsiona o negócio. Os criadores geralmente ganham moeda com assinantes postando pornografia e conversando com eles online. Desde a geração em 2016, a plataforma afirma ter pago mais de US$ 20 bilhões (R$ 124 bilhões) aos seus criadores, que agora somam 4,1 milhões. A empresa fica com 20% da receita dos produtores de teor.

O OnlyFans não respondeu aos pedidos da Reuters para entrevistar Blair ou o proprietário da empresa, Leonid Radvinsky. A empresa e sua controladora, Fenix International, não responderam à maioria das perguntas para esta reportagem.

Radvinsky, o proprietário que Blair raramente menciona em público, comprou o OnlyFans em 2018 e é seu único acionista. Agora com 42 anos, ele se pagou pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 6,2 bilhões) em dividendos nos últimos três anos, mostram documentos corporativos.

Para um gerente de uma empresa famosa, ele é pouco espargido.

Mesmo com ferramentas de procura especializadas, a Reuters conseguiu encontrar exclusivamente seis fotos diferentes de Radvinsky online. De quatro sites que parecem pertencer a ele, exclusivamente um menciona o OnlyFans pelo nome; nenhum revela que a pornografia é uma nascente importante de sua riqueza.

Em vez disso, eles o descrevem porquê um investidor-anjo e filantropo que dedica “uma enorme quantidade de tempo, esforço e moeda a causas sem fins lucrativos.”

Os números da empresa dispararam durante a pandemia de Covid e o isolamento social.

Embora a pornografia gratuita estivesse facilmente disponível online, o site parecia oferecer um pouco dissemelhante pelo qual as pessoas pagariam: conexão pessoal. Os assinantes podiam enviar mensagens diretamente aos criadores e buscar companhia e intimidade. Os criadores ganhavam moeda por meio de assinaturas, gorjetas e vendas de teor personalizado.

O OnlyFans oferecia aos seus criadores uma mistura encantador de trabalho temporário, sentença sexual e liberdade financeira –e, para alguns influenciadores, uma rara chance de transmudar multidões de seguidores nas redes sociais em pequenas fortunas, desde que estivessem dispostos a se despir.

UMA ‘EXPLOSÃO DE CONTEÚDO’

Um ex-funcionário teve uma visão privilegiada do que chamou de “explosão de teor” durante os anos da pandemia. Zak Hembry juntou-se à empresa em 2019 e trabalhou porquê moderativo de teor de sua vivenda em Bishop’s Stortford, ao setentrião de Londres.

O teor era analisado por um bot que sinalizava material suspeito para revisão por moderadores humanos, disse Hembry. Ele examinava esse material em procura de teor ilícito, que era logo bloqueado ou removido. “Vi todo tipo de coisa que gostaria de não ter visto lá”, disse ele.

Nos seus primeiros anos, disse Hembry, o OnlyFans adotou uma abordagem de “tolerância zero” para criadores que violavam suas regras. Mas, à medida que o teor inundava sob a propriedade de Radvinsky, os maiores ganhadores eram tratados de forma mais branda, disse Hembry e outro ex-contratado nos EUA.

Aqueles cujas contas poderiam ter sido encerradas no pretérito começaram a receber avisos, disse Hembry.

Diante de um prolongamento exponencial, o OnlyFans recorreu a trabalhadores da Ucrânia, terreno natal de Radvinsky, que tinha uma indústria de TI muito desenvolvida, disseram ex-funcionários e contratados. Em fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou sua invasão totalidade, a plataforma tinha uma “grande equipe” na Ucrânia fazendo moderação de teor e outras funções, disse a CEO Keily Blair em um exposição recente no Trouble Club em Londres, uma plataforma que hospeda palestras de mulheres proeminentes.

BANCOS RECEOSOS

À medida que a popularidade do OnlyFans crescia, conteúdos ilegais escapavam dos moderadores. Pessoas estavam reclamando à polícia sobre abusos na plataforma. A BBC havia encontrado crianças no site. E os banqueiros envolvidos com a companhia pareciam nervosos.

Em agosto de 2021, a empresa fez um pregão espalhafatoso: proibiria pornografia a partir de outubro daquele ano. Oferecendo poucos detalhes, a empresa disse que buscava executar solicitações de parceiros bancários e provedores de pagamento. Em uma entrevista ao Financial Times, Tim Stokely, pai do site e logo CEO, culpou o tratamento “injusto” dos bancos que haviam sinalizado e rejeitado pagamentos aos seus criadores devido ao risco reputacional.

A proposta de proibição indignou os criadores de teor adulto. Muitos se sentiram traídos. Lauren Phillips, uma criadora americana que se juntou ao OnlyFans desde o início, disse que sentia porquê se a empresa quisesse “nos usar e depois nos descartar”.

Seis dias depois, o OnlyFans revogou abruptamente a proibição, dizendo que havia guardado as “seguranças necessárias” para concordar seus criadores. Não explicou quais eram essas garantias ou quem as deu. Mas remover a pornografia teria paralisado a plataforma –e desassociado uma crescente nascente de receita para os bancos que lidavam com os negócios.

Ainda assim, continuava sendo uma luta convencer potenciais parceiros bancários de que a pornografia não era uma cortinado de fumaça para abusos, disseram alguns banqueiros.

Em 2023, intermediários do OnlyFans conversaram com vários bancos de investimento de Wall Street para explorar a possibilidade de parcerias, segundo três pessoas envolvidas. Uma disse que penetrar o capital foi discutido; as outras disseram à Reuters que os intermediários estavam buscando grandes bancos para ajudar a processar pagamentos para a plataforma.

Naquela profundeza, o OnlyFans tinha números impressionantes: mais de US$ 1 bilhão (R$ 6,2 bilhões) em receita, mais de US$ 0,5 bilhão (R$ 3,10 bilhões) em lucro operacional. Os banqueiros normalmente teriam disputado tal negócio. Mas as conversas não avançaram. O travanca, segundo dois dos envolvidos, era o principal resultado do site: pornografia.

Desde logo, o OnlyFans disse que não tem planos de penetrar capital. Os negócios estão prosperando. Em 2023, criadores de teor geraram US$ 6,6 bilhões (R$ 41 bilhões) na plataforma. A empresa tinha mais do que fluxo de caixa livre suficiente para permanecer privada.

Seu pagamento de dividendos de US$ 472 milhões (R$ 2,9 bilhões) a Radvinsky foi mais do que Ralph Lauren ganhou com a empresa de voga que fundou e Phil Knight, cofundador da Nike, ganhou com a gigante de roupas esportivas –combinados.

Porquê um magnata recluso da pornografia, Radvinsky geralmente não é mencionado junto com os eminentes bilionários do mundo. Mas ele sugeriu que gostaria que fosse.

“Meu objetivo é um dia estar em posição de assinar o The Giving Pledge”, ele diz em um site que parece pertencer a ele, referindo-se às promessas feitas por Bill Gates, Warren Buffet, Mark Zuckerberg e outros magnatas de doar a maior secção de sua riqueza para causas de filantropia.

Rejeitado por Wall Street, a empresa continuou seus esforços para se tornar uma empresa mainstream, buscando convencer o mundo de que sua pornografia era segura –e que o OnlyFans era mais do que um site de pornografia.

Essa tarefa ficou a incumbência da CEO, Keily Blair.

‘PORNOGRAFIA ÉTICA’

No OnlyFans, Blair se apresenta porquê a líder direta e conseguível de uma empresa com apelo mainstream.

“Também hospedamos muitos outros tipos de teor”, disse ela em março na conferência SXSW em Austin, Texas, citando esportes, comédia e música. A plataforma também oferece teor seguro para o trabalho no OFTV, uma plataforma de streaming lançada em 2021.

O OnlyFans afirma que nem sequer rastreia quanto de pornografia vende, agrupando-a financeiramente com todas as suas outras ofertas. “Não categorizamos nossos criadores pelo teor que produzem, logo não sabemos que proporção está criando teor adulto”, disse um porta-voz da empresa à Reuters. Blair rejeitou publicamente a alegado de que quase todo o teor é pornografia, sem fornecer um número próprio.

Ela também diz que a pornografia no OnlyFans é dissemelhante de outros sites. Na conferência SXSW, que diz apresentar “ideias inovadoras”, ela explicou porquê a empresa permitiu que artistas adultos escapassem do sistema de estúdios “explorador” e lucrassem diretamente com o teor que produziam. Leste teor adulto “ético”, disse ela, foi o que atraiu tantos assinantes.

“Eu sou feminista”, Blair disse ao seu público no Trouble Club em agosto. “Meu feminismo ajuda a informar por que faço levante trabalho.”

Criadores atuais e antigos questionaram o quão empoderador o OnlyFans era para as mulheres. Roots, a ex-criadora da Alemanha, disse que a plataforma atraía jovens, mulheres potencialmente vulneráveis para o negócio da pornografia, mas não oferecia conselhos sobre porquê mourejar com suas demandas e impacto perene.

Produzir e promover teor era implacável e punitivo, e os clientes masculinos queriam “usá-la para sua gratificação”, disse ela. “É muito difícil invocar isso de feminista.”

Sophia Mayy, 27, uma criadora da Inglaterra, disse que se juntou ao OnlyFans em 2021 para lucrar “um pouco de moeda extra” e agora leva para vivenda muro de 35 milénio libras (R$ 273 milénio) por mês. “Honestamente, eu não hesitaria em fazer tudo de novo”, disse ela à Reuters.

Mesmo assim, diz Mayy, é um erro para o OnlyFans tratar a pornografia porquê qualquer outro teor —por culpa dos riscos envolvidos na sua produção. No caso dela, disse, o trabalho prejudicou suas relações com a família e amigos, e a forçou a mourejar com a solidão e assinantes masculinos abusivos.

“Provavelmente o maior problema é o impacto mental que isso tem sobre você”, disse ela. “Você é vista porquê um objeto, você é vista porquê um pedaço de músculos.”


Andrew R.C. Marshall
, Echo Wang
, Rosa Furneaux
, Jason Szep
e Linda So

Folha

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