De filme de ação erótico a drama no Vaticano, críticos elegeram as melhores produções do ano — e tem brasílio na lista. De filme de ação erótico a drama no Vaticano, críticos elegeram as melhores produções do ano
Focus Features/ A24/ Paramount Pictures/ BBC
Um filme de ação erótico com um toque dissemelhante, um drama nos bastidores do Vaticano e o retorno de um homérico da Antiguidade.
Os críticos de cinema da BBC Nicholas Barber (NB) e Caryn James (CJ) selecionam seus destaques do ano na tela grande e no streaming.
Os números da lista não representam ordem de classificação. Eles foram incluídos unicamente para separar os filmes com maior nitidez. Pegue a pipoca e confira!
1. Imaculada
A atriz americana Sydney Sweeney
Alamy
A atriz americana Sydney Sweeney é a produtora e também a estrela deste filme de terror maravilhosamente terrível, sobre uma noviça norte-americana que aprende que nem tudo é o que parece em um convento na Itália.
Imaculada poderia facilmente ter sido um filme apelativo de baixa qualidade, mas é (muito) superior em diversos aspectos – desde os comentários ousados sobre porquê os homens tratam as mulheres, até a cinematografia, que relembra a arte religiosa renascentista.
Mas o mais surpreendente é a disposição de levar tudo ao mais extremo verosímil.
Existem inúmeros momentos em que você pensa enquanto está assistindo “não… eles não vão fazer isso… eles não iriam…” – e eles fazem. (NB)
Imaculada está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo, Apple TV e Google Play.
2. Guerra Social
Trecho do filme
A24 Films
Guerra Social gerou reações quase tão polarizadas quanto o país dividido que ele mostra. Nascente é um sinal de que seu diretor, Alex Garland, tocou em um ponto sensível ao mostrar sua visão fictícia dos Estados Unidos em um horizonte próximo, com o país mergulhado em uma guerra social, governado por um presidente fascista.
Uma personagem médio da trama é a fotojornalista interpretada por Kirsten Dunst. Ela e seus colegas (Wagner Moura, Cailee Spaeny e Stephen McKinley Henderson) se colocam em grande risco, testemunhando e relatando as ações à sua volta.
Garland torna essa ação visceral e explosiva, colocando armas e tanques nas ruas de Washington DC e criando violentos encontros rostro a rostro no supostamente repousado interno do país.
Mas o paisagem mais angustiante do filme é porquê ele posiciona a ficção, de forma aguda e persuasivo, a um passo de intervalo do mundo real.
Alguns espectadores observaram que Garland poderia ter criado um conflito político mais agudo, mas, para mim, o filme já é suficientemente terrível com sua visão de um horizonte muito verosímil, assolado pela guerra. (CJ)
Guerra Social está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo, Apple TV, Max e Google Play.
3. Love Lies Bleeding: O Paixão Sangra
Love Lies Bleeding: O Paixão Sangra: ‘engraçado e criativo’.
A24 Films
A personagem de Kristen Stewart tem uma vida infeliz no prelúdios de Love Lies Bleeding: O Paixão Sangra, porquê costuma intercorrer com muita frequência com as personagens interpretadas pela atriz.
Enquanto administra uma liceu de ginástica decadente em uma cidade pequena, evitando seu pai gângster (Ed Harris), ela tenta em vão convencer sua mana (Jena Malone) a pôr término ao seu conúbio criticável.
Mas tudo muda quando chega à cidade uma viajante carismática, interpretada por Katy O’Brian, a caminho de um concurso de bodybuilding em Las Vegas, nos Estados Unidos. Surgem as faíscas e os fogos de artifício do sexo quente, potente violência e a totalidade loucura explodindo.
Filme noir LGBT estiloso e com humor ácido da diretora britânica Rose Glass (que estreou no cinema com o aclamado filme de terror Saint Maud (2019), Love Lies Bleeding: O Paixão Sangra é o filme de suspense policial mais engraçado e criativo desde Bom Comportamento (2017) – que, por possibilidade, era estrelado pelo parceiro de Stewart na saga Ocaso (2008-2012), Robert Pattinson. (NB)
Love Lies Bleeding: O Paixão Sangra está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo e Max.
4. La Chimera
La Chimera: filmagem ‘superabundante’
Neon
Os filmes da cineasta italiana Alice Rohrwacher – porquê a ótima fábula Lazzaro Felice (2018) – têm um toque de realismo mágico.
Ambientado na Toscana (Itália) dos anos 1980, La Chimera é uma das suas melhores obras. Ela percorre a risco entre os sonhos e o realismo em rica textura.
Josh O’Connor interpreta o inglês Arthur, que trabalha com uma gangue de ladrões de túmulos locais, para encontrar artefatos antigos em tumbas etruscas e vender no mercado preto.
Triste e com ar maltrapilha, Arthur está se recuperando da perda do seu paixão, Beniamina. Nas palavras de outro personagem, ele procura no submundo “uma porta para o além” e, às vezes, parece encontrá-la.
Rohrwacher tem um olhar para encontrar formosura nas ruínas, seja na grande vivenda aos pedaços onde mora a mãe de Beniamina (Isabella Rossellini) ou no próprio Arthur.
O roteiro apresenta movimento contínuo, com perigos, crimes e fugas da polícia. Mas o filme é marcado pela tradução de O’Connor – comovente e moderada, mas carismática – e pela visão elegante de Rohrwacher, exuberantemente filmada pela grande cineasta Helene Louvart. (CJ)
5. Meu Camarada Robô
Meu Camarada Robô é um ilustração entusiasmado único. A produção é franco-espanhola, mas presta uma adorável homenagem à vibrante Novidade York dos anos 1980.
A animação segue o estilo de um livro de figuras 2D, mas repleta de minúsculos detalhes. Embora não haja diálogos, a obra é salpicada de perspicácia e sabedoria.
O ilustração gira em torno de um cachorro e um robô e é um rico estudo da solidão e do companheirismo humano.
Adaptada do romance em quadrinhos de Sara Varon e dirigida por Pablo Berger, esta joia que foi indicada ao Oscar conta a encantadora história de dois amigos que encontram alegria e reconforto na companhia um do outro – e precisam deslindar se conseguem viver afastados. (NB)
Meu Camarada Robô está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo, Apple TV, Google Play e YouTube.
6. Eu, Capitão
Poucos dramas sobre migrantes são tão comoventes, humanos e cheios de suspense quanto nascente. Eu, Capitão descreve a traiçoeira jornada de um menino de 16 anos que deixa o Senegal em procura de uma vida melhor.
O filme rendeu a Matteo Garrone (da série Gomorra, 2014-2021) o prêmio de melhor diretor no Festival de Cinema de Veneza, na Itália, de 2023 – e, ao planeta amásio Seydou Sarr, o prêmio de melhor jovem ator.
Sarr interpreta o personagem imaginário Seydou, um menino gentil, determinado a chegar à Itália junto com seu primo, Moussa. E cada lanço da viagem apresenta um risco dissemelhante.
Eles atravessam o Saara com um grupo de outros migrantes. Quando uma mulher morre, Seydou a vê deslizando no ar, porquê se a verdade fosse grande demais para ser internalizada.
Na Líbia, Seydou é recluso e torturado. E, na última lanço da viagem, ele precisa pilotar um embarcação referto de migrantes em direção à Itália – daí o nome Eu, Capitão.
Com relativamente poucas palavras, Garrone e Sarr criam um filme real, sutil e magníloquo sobre um personagem, cuja história retrata a situação de milhões de pessoas em todo o mundo. (CJ)
Eu, Capitão está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo, Apple TV, Google Play e YouTube.
7. Dias Perfeitos
Talvez você não imaginasse que alguém que limpava banheiros públicos para viver pudesse ter encontrado o sigilo da felicidade. Mas Dias Perfeitos, do cineasta Wim Wenders, defende com fé esta teoria.
O filme falado em nipónico, do diretor e roteirista germânico, é um hipnótico estudo do seu personagem. Ele acompanha Hirayama (Kōji Yakusho) na capital japonesa, Tóquio, enquanto ele cumpre com suas tarefas de limpeza, rega as vegetação, lê romances, ouve rock americano e tira fotos de árvores – tudo silenciosamente, com o mesmo orgulho e diligência.
Cá e ali, surgem indicações de porquê a vida de Hirayama mudou e porquê ela pode vir a mudar ainda mais no horizonte. Mas o foco do filme é a reflexão em forma de documentário sobre a serenidade de uma existência restrita aos seus pontos essenciais.
E os banheiros públicos do filme são tão muito projetados que Dias Perfeitos poderia muito muito transformá-los em atrações turísticas. (NB)
Dias Perfeitos está disponível no Brasil na Amazon Prime Vídeo e Apple TV.
8. Gladiador 2
A prosseguimento do homérico da era romana do diretor Ridley Scott, vencedor do Oscar de 2000, é extremamente interessante.
O filme inclui desde a atuação dinâmica (e subestimada) de Paul Mescal porquê o protagonista Lucius – o gladiador e herdeiro secreto do trono do Predomínio Romano – até as cenas fascinantes e implacáveis no Coliseu, onde os gladiadores enfrentam adversários que incluem tubarões, babuínos e rinocerontes.
Mescal é a âncora do filme. Ele nos mostra a raiva e a sensibilidade de Lucius. Fora do Coliseu, Denzel Washington se supera porquê o magnata vestido com toga e joias, que compra Lucius e o leva para seu grupo de lutadores.
Pedro Pascal interpreta um general romano, enquanto Joseph Quinn e Fred Hechinger dão um ar terrível porquê os imperadores gêmeos debochados, que se sentam no lugar que, por recta, pertence a Lucius.
Repleto de cores e exageros maravilhosos, Gladiador 2 é tudo o que se pode esperar de um filme no cinema – a prova de que, quando Scott está no melhor da sua forma, é capaz de produzir um espetáculo grandioso porquê nenhum outro diretor. (CJ)
No Brasil, Gladiador 2 está em papeleta nos cinemas.
9. Babygirl
Babygirl traz Nicole Kidman porquê a poderosa dona de uma milionária empresa de robótica, ao lado de Harris Dickinson, porquê um jovem e arrogante estagiário.
Logo que coloca os olhos nele, ela sente que o jovem poderia conseguir satisfazê-la de formas que seu amoroso marido (Antonio Banderas) não consegue. Começa portanto um aventuroso jogo de dominação e submissão.
Esta poderia ser a premissa de um glamouroso thriller erótico dos anos 1980 ou 90. E, em alguns aspectos, Babygirl parece ser exatamente isso, com seus belos atores e atrizes, seu figurino da tendência e seus ótimos cenários.
Mas a roteirista e diretora Halina Reijn (Morte Morte Morte, 2022) sente muita dor pelos seus personagens para tratá-los porquê sedutores predadores e vítimas infelizes, que poderiam ter feito segmento de um filme daquele tipo, décadas detrás.
Na verdade, eles são indivíduos imperfeitos, com vidas tumultuadas e desejos conflitantes, o que torna o seu affair ainda mais fascinante e imprevisível. (NB)
No Brasil, Babygirl tem previsão de estreia nos cinemas em janeiro de 2025.
10. Hard Truths
O diretor Mike Leigh demonstra mais uma vez que um filme não precisa ser grande ou turbulento para ser espetacular.
Vinte e oito anos depois de Segredos e Mentiras (1996), Leigh traz a atriz Marianne Jean-Baptiste, que interpreta Pansy. A personagem é tão deprimida e convencida de que o mundo está contra ela que ataca a tudo e a todos, desde estranhos até os mais próximos.
Sua atuação é surpreendente – furiosa e intensa, mas enxurro de empatia e compreensão.
Sem sentimentalismo e sem proteger Pansy explicitamente, Leigh e Jean-Baptiste geram enorme dor pela personagem. Seu amargura e comportamento hostil são consequências de uma infelicidade profunda que é inexplicável para ela.
Os atores coadjuvantes, principalmente Michele Austin porquê mana de Pansy, criam uma família preocupada com ela, mas que não tem teoria do que deve fazer.
Mais uma vez, Leigh prova que é um rabino em nos fazer reprofundar na verdade de vidas comuns em um filme que, apesar da sua espinhosa heroína, chega a incluir traços de sagacidade e é repleto de calor humano. (CJ)
11. Tudo que Imaginamos porquê Luz
O primeiro longa-metragem da diretora indiana Payal Kapadia foi um documentário lançado em 2021 (Uma Noite Sem Saber Zero). Mas ela era praticamente desconhecida (pelo menos, para mim) até nascente ano, quando o lançamento do seu primeiro drama a incluiu na lista dos jovens diretores mais interessantes do mundo.
Em Tudo que Imaginamos porquê Luz, as atrizes Kani Kusruti, Divya Prabha e Chhaya Kadam interpretam três mulheres indianas de diferentes gerações. Todas trabalham no mesmo hospital de Mumbai, na Índia, e compartilham sofrimentos pessoais.
Uma delas é viúva e está por ser despejada da vivenda do parelha. Outra vive a milhares de quilômetros de intervalo de um marido que ela mal conhece. E a terceira é apaixonada por um varão com quem seus pais nunca irão permitir que ela se case.
À medida que as mulheres estudam se devem permanecer em Mumbai ou voltar para suas aldeias de origem, nascente filme poético e comovente evoca a sonhadora magia de perambular à noite por uma grande e agitada cidade.
Navegando na fronteira entre a ficção e o documentário, o filme é tão intimista e inspirador que faz o testemunha se sentir porquê se também estivesse vagando pela cidade, ao lado de três amigas queridas. (NB)
No Brasil, Tudo que Imaginamos porquê Luz está em papeleta nos cinemas.
12. Emilia Pérez
Não existe zero porquê Emilia Pérez.
O drama músico do diretor francesismo Jacques Audiard é jocoso, artisticamente arrojado e delirantemente maluco. O filme é tão bizarro que não deveria funcionar, mas suas partes se encaixam com surpreendente astúcia e movimento.
Karla Sofía Gascón interpreta um senhor do violação mexicano, Manitas. Ele se transmuta para se tornar Emilia, com ajuda de sua advogada (Zoe Saldaña).
Emilia se disfarça de uma prima distante, para se aproximar da própria esposa (Selena Gomez) e dos filhos. Ela se torna filantropa, até ser atingida pelos seus impulsos criminosos.
O filme é repleto de música e dança, com números musicais ao lado de cenas de violência. Mas, sob essa aparente intensidade, as personagens evoluem até o seu final comovente – com destaque para Gomez e Saldaña.
Em um cenário de filmes de super-heróis e continuações, por mais maravilhosos que sejam alguns deles, nascente filme se destaca pela sua originalidade. Audiard reúne uma ousada mistura de gêneros para produzir um filme tocante e ávido. (CJ)
No Brasil, Emilia Pérez tem previsão de estreia nos cinemas em fevereiro de 2025.
13. Nosferatu
Já há muito tempo, os vampiros do cinema passaram a ser sedutores – porquê em True Blood (2008-2014) e na saga Ocaso (2008-2012) – ou absurdos – porquê em Hotel Transilvânia (2012-2022) e Renfield – Dando Sangue pelo Encarregado (2023).
Mas a notável refilmagem do clássico mudo do mesmo nome (1922), do cineasta germânico F. W. Murnau (1888-1931), leva os vampiros de volta para suas antigas origens no folclore europeu. E, ao mesmo tempo, acrescenta um lado moderno ao tema do romance original Drácula, de Bram Stoker (1847-1912).
Nosferatu (2024) é um filme de quadra meticulosamente pesquisado, ambientado na Alemanha do início do século 19.
Bill Skarsgård interpreta o morto-vivo Conde Orlok. E assim encontramos, pela primeira vez, um vampiro que não é um devasso encantador, nem um rabugento solitário. Ele é uma força demoníaca verdadeiramente estranha e monstruosa.
Mas o melodrama gótico de Eggers, na verdade, não é sobre o conde, por mais terrível que ele seja. Na verdade, a história é sobre Thomas Hutter (Nicholas Hoult) e sua esposa Ellen (Lily-Rose Depp), um parelha teoricamente feliz que é ameaçado pelas suas inseguranças de classe e sexo – e também pelo sevo da Transilvânia, que se mudou para a mansão rústico vizinha em ruínas. (NB)
No Brasil, o lançamento de Nosferatu nos cinemas está previsto para janeiro de 2025.
14. Conclave
Conclave é uma obra rara: um filme mercantil fascinante, repleto de talento artístico e enriquecido pela direção meticulosa de Edward Berger e pela sutil, mas poderosa atuação de Ralph Fiennes.
Fiennes interpreta um cardeal que concorre à eleição do novo papa. E Berger – depois de Zero de Novo no Front (2022), que ganhou o Oscar de melhor filme internacional de 2022 – oferece à obra o ritmo de um grande thriller político, com as manipulações, o jogo sujo e as manobras de bastidores dos cardeais participantes do conclave.
A cinematografia é esplêndido, com belas composições de cenas, repletas das ricas cores dos mantos dos cardeais e com a grandiosidade dos ambientes do Vaticano.
O cardeal Lawrence, interpretado por Fiennes, é totalmente repousado na superfície, mas podemos observar sua angústia interno pelo questionamento da própria fé.
E existem interpretações fascinantes e claramente estudadas, porquê a de Stanley Tucci, que acrescenta um toque engraçado porquê um concorrente ao missão em disputa; John Lithgow, porquê um cardeal de cocuruto escalão que precisa esconder seus escândalos; e Isabella Rossellini, uma madre que costuma permanecer nos bastidores, até que finalmente escolhe o momento evidente de manifestar palavras fortes.
Porquê as melhores obras de Hollywood, Conclave é inteligente e sofisticado. Observar ao filme é um imenso prazer. (CJ)
No Brasil, o lançamento de Conclave nos cinemas está previsto para janeiro de 2025.
15. Anora
Merecido vencedor da Palma de Ouro deste ano no Festival de Cannes, na França, Anora conta a turbulenta história de Ani (Mikey Madison), uma jovem russo-americana, dançarina de um clube de striptease de Novidade York, nos Estados Unidos.
Por um valor significativo, ela concorda em fazer sexo com Vanya (Mark Eydelshteyn), o fruto cabeça-oca de um oligarca russo, e acaba acreditando que eles podem ter um horizonte juntos. Mas os pais de Vanya não estão de convénio com esta possibilidade.
Madison e o roteirista e diretor do filme, Sean Baker, criaram uma personagem com tanto excitação que ela salta da tela. Suas absurdas desventuras são, ao mesmo tempo, engraçadas e emocionantes.
Mas Baker sempre mantém tudo ligado à verdade nua e crua da vida americana contemporânea, porquê ele próprio fez em seus filmes anteriores, porquê Tangerina (2015) e Projeto Flórida (2017).
Delirantemente jocoso, Anora é um verídico retrato das pessoas que contam com pouco moeda no bolso. (NB)
No Brasil, o lançamento de Anora nos cinemas está previsto para janeiro de 2025.
16. A Semente da Figueira Sagrada
Esqueça o título confuso. Nascente filme franco-iraniano é um dos mais poderosos e oportunos do ano.
Ele se baseia em uma família que incorpora o conflito político e geracional que assola o Irã.
Iman é o pai austero, investigador do Tribunal Revolucionário Islâmico na capital Teerã. Sua esposa é dócil e submissa e suas duas filhas jovens adultas prestam atenção ao movimento de protesto das mulheres nas ruas.
O diretor Mohammad Rasoulof inclui na sua obra algumas imagens reais dos protestos de 2022. Mas o filme é um drama repleto de suspense e tensão, muito longe de ser um folhetim.
Iman perde sua arma e acusa a família de tomá-la. Sua personalidade brutal e a profunda resistência da filha contra ele e o patriarcado do país transformam o filme em uma história de ação angustiante.
Rasoulof produziu o filme em sigilo. Ele fugiu de uma sentença de prisão no Irã para apresentar a obra em Cannes. Agora, ele vive no exílio, na Alemanha.
Mas a ação na tela é o que importa. O filme é um drama intenso e intimista, que registra o impacto brutal que a política pode trenar sobre os indivíduos. (CJ)
17. A Substância
O sucesso da diretora francesa Coralie Fargeat combina diversos gêneros cinematográficos. Ele começa porquê uma sátira dura e lustroso do mundo do show business, no mesmo estilo de Ocaso dos Deuses (1950).
Sua heroína é uma ex-superestrela vencedora do Oscar (Demi Moore), considerada ultrapassada pelo detestável produtor do seu programa quotidiano na TV (Dennis Quaid).
O filme portanto se transforma em um drama surreal de ficção científica, que relembra O Médico e o Monstro (1941). A ex-estrela paga para ser clonada e fazer com que sua réplica “melhor e mais jovem” (Margaret Qualley) possa assumir o programa.
Depois disso, A Substância passa a ser um brutal filme de monstros, até chegar à sua extraordinária e cruel peroração.
As críticas sobre as tendências preconceituosas de Hollywood em relação ao sexo e à idade não são exatamente sutis. Mas, cá, a sutileza raramente é a questão.
Fargeat prova que, se você tiver alguma coisa a manifestar e expressar aquilo com força suficiente, um filme com orçamento relativamente inferior ainda pode levar as pessoas a ver – e depois discutir o tema em questão. (NB)
A Substância está disponível no Brasil no Mubi, na Amazon Prime Vídeo e na Apple TV.
18. Blitz
Steve McQueen amplia seu já extenso repertório com nascente filme comovente. Ele nos faz reprofundar na vida de uma mãe solteira e seu fruto durante os bombardeios de Londres, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Saoirse Ronan interpreta Rita, uma trabalhadora industrial que mora com seu pai (Paul Weller) e seu fruto George, de nove anos (Elliott Heffernan).
McQueen é publicado pelos seus filmes mais sombrios, porquê Míngua (2008) e 12 Anos de Escravidão (2013). Agora, ele mistura o envolvente dos tempos de guerra com a proeza, sátira social e um hospitaleiro sentimento familiar.
Quando George foge para evitar ser enviado para um lugar seguro no interno, sua jornada assume características de Oliver Twist. O filme também aborda o racismo que rodeia a família, incluindo a forma porquê o pai de George, que é imigrante africano, foi recluso injustamente e deportado.
Os atores agem de forma originário, mesmo nas circunstâncias mais extraordinárias, sob a liderança de Ronan. Ele nos permite observar, desde o início, o intenso paixão de Rita pelo seu fruto.
A corajosa cinematografia de McQueen cria uma sensação cruel de presenciar o bombardeio. Mas, em última estudo, esta comovente história de guerra fala sobre família, com toda a sua dramaticidade e emoção. (CJ)
Blitz está disponível no Brasil na Apple TV.
19. A Verdadeira Dor
A lustroso curso de Jesse Eisenberg porquê ator incluiu um pouco de tudo, porquê Zumbilândia (2009 e 2019), A Rede Social (2010) e Sasquatch Sunset (outro sucesso de 2024). Agora, depois de duas décadas, ele prova que tem, detrás das câmeras, o mesmo talento que exibe na tela.
Seu segundo filme porquê roteirista e diretor conta a história de dois primos, David e Benji, interpretados pelo próprio Eisenberg e por Kieran Culkin.
David é zeloso e precavido, enquanto Benji é extrovertido e irritantemente egocêntrico. Mas, para tentar restabelecer o relacionamento que eles tiveram quando crianças em Novidade York, os primos fazem um tour guiado por locais históricos do Sacrifício na Polônia.
O que é incrível em A Verdadeira Dor é que o filme lida com um tema tão sério, com reverência e sensibilidade – e, ainda assim, consegue fazer rir do prelúdios ao término. Isso porque as partes cômicas sempre parecem descontraídas, surgindo naturalmente das personalidades dos dois primos.
Eisenberg conseguiu elaborar um filme sincero, esclarecedor e profundamente tocante que, ao mesmo tempo, é também o mais engraçado do ano. (NB)
No Brasil, o lançamento de A Verdadeira Dor nos cinemas está previsto para fevereiro de 2025.
20. Ainda Estou Cá
O cineasta brasílio Walter Salles – de Medial do Brasil (1998) e Diários de Motocicleta (2004), entre tantos outros – traz um drama político pessoal neste filme magníloquo, fundamentado na história real da família Paiva.
No Rio dos anos 1970, o ex-deputado federalista Rubens Paiva foi um dos muitos desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985).
Ele foi levado pela polícia e nunca mais foi visto. Sua esposa Eunice e seus cinco filhos precisaram enfrentar as consequências do ocorrido pelos anos e décadas que se seguiram.
A tradução de Fernanda Torres é de discreta, mas notável resistência. Ela sintetiza a vontade de ferro de Eunice, lutando para sustentar sua família e deslindar o tramontana do marido.
Walter Salles nos faz sentir a tensão e o pânico gerados pelo sequestro nos dias que se seguiram. Mas poucos filmes ilustram de forma tão uno os efeitos permanentes deste tipo de tragédia sobre as pessoas que ficam para trás.
Com o passar do tempo, a família enlutada aprende a olhar para frente, sem perder de vista o pretérito. E Ainda Estou Cá revela esse longo luto de forma elegante, mostrando porquê as ações políticas e suas repercussões podem tirar a vida das pessoas completamente dos trilhos. (CJ)
No Brasil, Ainda Estou Cá está em exibição nos cinemas.
“Ainda Estou Cá” é indicado ao Critics’ Choice Awards
Fonte G1
