Oscar: 'ainda Estou Aqui' Poderá Surfar Na Crise De Rivais

Oscar: ‘Ainda Estou Aqui’ poderá surfar na crise de rivais – 24/01/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

A indicação de “Ainda Estou Cá” ao Oscar de melhor filme sacramenta um dos anos mais imprevisíveis da premiação. Depois de duas edições marcadas por campeões avassaladores, em “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” e “Oppenheimer”, a categoria agora apresenta uma disputa sem predilecto óbvio.

Isso é uma notícia ótima para o longa de Walter Salles, a primeira produção brasileira a disputar a estatueta principal. O filme já começa a corrida uma vez que o indicado do momento, graças à aparição surpresa na lista e ao lançamento recente nos cinemas americanos —nos próximos dias, esse rodeio será ampliado para outras centenas de salas.

O mais importante, porém, é que o longa de Walter Salles está livre do lume cruzado das redes sociais e da prelo internacional que afetou a maioria de seus rivais. Não é excesso expor que a premiação nascente ano é marcada pela sinalização de virtude. O Oscar irá também ao filme mais neutro da lista, vencendo as críticas mais violentas do público nas próximas semanas.

O exemplo mais chamativo é “Emilia Pérez”, que desde o início da temporada supera todas as controvérsias possíveis. Da estreia no Festival de Cannes ao Oscar, o filme de Jacques Audiard já passou por todo tipo de atropelamento. O público mexicano ficou ofendido com a sua representação na história, espectadores trans se incomodaram com a protagonista, e o filme recentemente confirmou o uso de perceptibilidade sintético para ajustar a sotaque do elenco nas falas em espanhol.

Tudo isso não parece afetar os votantes do Oscar, que fizeram da produção o título não americano mais indicado da história do prêmio. Os veículos especializados apontam que o longa, graças ao músico e ao melodrama, é um predilecto dos membros fora dos Estados Unidos e nas regiões de Los Angeles e de Novidade York, que concentram votos.

Por isso mesmo, “Emilia Pérez” é no momento o nome maior da pugna. O seu único travanca é a distribuição nos Estados Unidos pela Netflix, plataforma que é um nêmesis histórico da premiação. A resistência à empresa é tão grande que levou “Ataque dos Cães” a perder o prêmio há dois anos —justamente para “No Fundo do Coração”, outra produção do streaming.

Outros nomes badalados da temporada sofreram esmigalhamento parecido. “O Brutalista”, grande mamute da disputa, um drama histórico sobre um arquiteto visionário que chega à América do pós-guerra, chegou às dez indicações logo em seguida entrar na polêmica do uso de perceptibilidade sintético.

O filme também usou a tecnologia para ajustar sotaques, dessa vez húngaros, e aproveitou a utensílio para ajudar na geração dos desenhos feitos pelo protagonista.

A notícia pegou mal, até porque Hollywood ainda se recupera dos efeitos das greves sindicais movidas pelo tema. Foi estrondo o suficiente para Brady Corbet dar entrevistas sobre o objecto, que prejudicou uma produção que atende muito aos anseios estéticos e temáticos dos votantes ao ser um homérico sisudo sobre imigração.

Já “Anora”, Palma de Ouro em Cannes, foi amplamente questionado em novembro pela decisão de dispensar o coordenador de intimidade nas cenas de sexo. A revelação veio de Mikey Madison, protagonista do filme, que disse ser a autora do pedido à produção. Enquanto ela perdeu gás na pugna do Oscar de atriz, o longa de Sean Baker chega ao prêmio principal sem grandes chances, mesmo com a conquista de seis indicações.

Nesse contexto, “Ainda Estou Cá” tem seu trunfo. O público internacional vê no brasílio um melodrama sobre resistência, político o suficiente para mandar uma mensagem sem ocasionar grande ufania.

O longa também está sob a batuta da Sony Pictures Classics de Michael Barker, que ao lado de Harvey Weinstein ajudou títulos não americanos a saírem da categoria de filme internacional e invadirem o Oscar.

Mais importante, porém, é que Barker sabe conduzir indicados à vitória sem fazer ufania, uma especialidade da sua distribuidora. A Sony Classics foi responsável pelo Oscar de Anthony Hopkins em 2021, por exemplo, chocando o mundo ao superar o nepotismo largo de Chadwick Boseman.

“Ainda Estou Cá” pode passar por um tanto parecido em melhor filme, e o histórico recente do prêmio ajuda. Para vencer, o longa de Salles tem que repetir o caminho de “No Ritmo do Coração”, que em 2022 venceu em todas as três categorias que disputava na cerimônia. O filme de Sian Heder superou o status de azarão e levou o Oscar daquele ano com uma campanha grande, mas tão moderada quanto a do brasílio.

Esse perfil ajuda numa pugna em que até produções menos polêmicas enfrentam o lume quente e politizado das redes sociais. Exemplo disso é “Conclave”, que viu seu suspense da escolha do papa ser culpado de anti-católico por Megyn Kelly, jornalista americana e apoiadora do presidente Donald Trump.

“Wicked”, por sua vez, teve escora do outro lado da esfera política do país. Enquanto um item do New York Times defendeu o filme uma vez que um alerta contra o fascismo, o diretor Adam McKay afirmou nas redes que a produção seria banida do país em até cinco anos.

O músico também lidera um grupo mais ou menos encorpado de hits de bilheteria na categoria, outro fator crucial da pugna. Na última semana, uma reportagem da Variety disse que os votantes estariam detrás de filmes escapistas, sobretudo frente à ruína dos incêndios de Los Angeles e à posse presidencial de Trump. O número menor de filmes indicados na lista nascente ano, de exclusivamente 50, reflete a exaustão dos membros.

Essa mentalidade cansada explica a presença da cinebiografia “Um Completo Incógnito”, com oito indicações, e do terror “A Substância”, com cinco. Mas a Liceu também parece estar detrás de um estabilidade entre as partes, vide a indicação da segunda segmento de “Duna”, um “blockbuster” sobre os perigos de uma guerra santa.

Também houve espaço para “Nickel Boys”, sem previsão de estreia no Brasil, filme que é uma sátira pesada ao sistema carcerário do país. A produção adapta o livro premiado de Colson Whitehead e é um queridinho da sátira americana, mas chegou tímido demais. Além de melhor filme, ele pugna exclusivamente por roteiro apropriado, onde derrubou “Ainda Estou Cá”.

É nesse espaço, entre a política e a inocência, que o longa de Walter Salles pode crescer nas próximas semanas. O longa é uma história de resistência passiva em um país distante da veras dos Estados Unidos, que ainda concentram o grosso dos votos da Liceu. Para a campanha, o repto agora é mostrar que “Ainda Estou Cá” é possuinte deste estabilidade tão difícil que o prêmio tanto procura.

Folha

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