Oscar murillo cria obra de arte colaborativa na paulista

Oscar Murillo cria obra de arte colaborativa na Paulista – 25/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Ao som de música, dos ruídos da cidade e de conversas agitadas, pessoas se debruçam sobre telas em branco, imensas, prostradas na avenida Paulista, na profundidade do Museu de Arte de São Paulo, o Masp. Ao lado, estão lápis, gizes de cera, canetinhas e outras ferramentas de traçado.

Pessoas de todas as idades se dedicam ao pintura e o resultado é uma obra coletiva, com novos traços, cores e estilos que variam a cada soma.

“Historicamente, se você olhar para o traçado, ele foi o primeiro meio de notícia”, diz o colombiano Oscar Murillo, artista plástico que idealizou a interação “Social Mapping”, ou mapeamento social, que aconteceu na última segunda-feira (21). “Por meio do traçado, deste tipo de performance, eu quero testar.”

O artista é um dos convidados à 36ª Bienal de São Paulo, que ocorre de 6 de setembro a 11 de janeiro de 2026. Durante a feira, Murillo repetirá a ação: os visitantes serão convidados a fabricar por cima das folhas batizadas na Paulista durante a Bienal.

Nascido em La Paila, na Colômbia, Murillo cresceu no Reino Unificado e tem o intercâmbio cultural porquê tema-chave em sua obra. Ele se tornou célebre por instalações, performances e pinturas, telas em grande graduação de abstracionismo significativo, com foco no uso de cor e textura. Em seus trabalhos, ele costuma usar materiais diversos porquê fragmentos de metal, barro, cornés, entre outros.

Em “Social Mapping”, Murillo deixa o público falar por si. Simples rabiscos convivem com expressões mais elaboradas –autorretratos, São Jorge enfrentando o dragão, escudos de times de futebol, personagens de anime e até uma representação do sistema estomacal– e encapsulam a variedade de uma metrópole porquê São Paulo.

“O Brasil é um continente e São Paulo é um país, devido à imensa graduação dos lugares. O projeto está brincando com a teoria da universalidade”, explica Murillo.

Além da arte pictórica também se encontram palavras de ordem e outros escritos –”black power”, “Jesus te patroa”, “saudades Ygona”, e corações com os nomes de casais apaixonados. Às 15h, quando as folhas foram recolhidas, havia um quebra-cabeça variegado e plural.

Segundo Murillo, a Paulista foi escolhida por ser, em sua extensão de quase três quilômetros e média de 1,5 milhão de visitantes por dia —um lugar onde todo tipo de pessoa se reúne, assim porquê o parque Ibirapuera, onde fica a Instauração Bienal.

A teoria para o trabalho veio do tema da Bienal, “Nem Todo Viandante Anda Estradas: Da Humanidade porquê Prática”, concebido por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador de arte e jornalista camaronês.

“Bonaventure diz que, para conjugar a humanidade porquê um verbo, o sujeito precisa escutar o mundo”, conta o artista, que vê São Paulo –e a costa do Brasil– porquê uma “membrana de osmose”, que pode ser permeada por diversas influências, vindas do Atlântico ou do próprio interno do país.

Assim, Murillo tomada o espírito, o zeitgeist de um sítio. Não é a primeira vez que o artista propõe esse tipo de interação. No ano pretérito, realizou “Flooded Gardens”, ou jardins inundados, instalação participativa onde o público era convidado a fabricar ondas de chuva sobre uma tela em branco no Tate Modern, museu de arte contemporânea em Londres.

Em sua última vinda ao Brasil, no ano pretérito, Murillo já explorava a teoria de camadas. O artista expôs obras feitas a partir de fragmentos reciclados de pinturas descartadas ou inacabadas, justapostas porquê um tabuleiro de xadrez, criando uma malha de diversas cores e texturas.

A mostra, “Xeque-mate(s)”, exibida no contexto da feira SP-Arte, colocou o artista em diálogo com alguns dos principais nomes do modernismo brasílio, porquê Lygia Clark, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Geraldo de Barros, entre outros.

Outro projeto semelhante é “Frequencies”, ou frequências. Neste, Murillo leva a escolas telas em banco, que ficam prostradas em carteiras. Crianças tinham uma missão: a de pintar, rabiscar, traçar, enfim, o que desse na telha. Desde 2013, o projeto já envolveu mais de centena milénio estudantes, criando um registo de arte colaborativa global.

E, a interação proposta nesta segunda-feira –que teve sua primeira sessão em São Paulo– passa ainda por Zimbábue, Colômbia, Novidade York, Porto Rico, Marrocos, Filipinas, entre outros lugares. Durante a Bienal, o público terá o poder de pegar a geração artística em suas próprias mãos, tornando o espaço um revérbero de seus anseios e vontades.

“Por isso, será um mapeamento social”, diz o artista. “O sujeito se torna um recipiente no contexto de São Paulo, torna-se um recipiente capaz de contribuir. Oriente é meu libido cá”.

Colaborou Beatriz Ferreira

Folha

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