Oscar: Quem é O Brasileiro Que Disputa Com O Curta

Oscar: Quem é o brasileiro que disputa com o curta A Lien – 23/02/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Um filme rodado em 2021, sem orçamento. Foi concluído depois mais de um ano de pós-produção, com todos os envolvidos trabalhando de perdão. Essa ação entre amigos, por suas inegáveis qualidades e um componente emocional poderoso, pode lucrar um Oscar. E um brasílio tem participação importante em tudo isso.

Andrea Gavassi, de 34 anos, é o diretor de retrato de “A Lien”, que disputa no próximo dia 2 de março a categoria de melhor curta no Oscar 2025. E a foto é determinante no impacto brutal que esse filme de 15 minutos sobre vexame aos imigrantes nos Estados Unidos consegue provocar.

“Se você perguntar qual o gênero desse filme, eu respondo que é um filme de terror”, diz Gavassi. Depois de um ou dois minutos de exibição, o clima que envolve a ida de um jovem par ao departamento de imigração ganha contornos de thriller muito pesado. Uma narrativa angustiante, até o final.

A americana Sophia e o salvadorenho Oscar comparecem para a última entrevista de um longo processo para emissão do green card do marido. Com eles está a filha do par, Nina, de cinco anos. Depois sete anos no país, Oscar deve trespassar de lá com o documento definitivo de permanência, depois satisfazer todas as exaustivas etapas para sua obtenção.

Mas, num momento em que Sophia está separada do marido e da filha, entregando documentos para a audiência, um grupo de agentes entra no sítio com ordens para prender seis homens que estão ali —entre eles, Oscar. O que se vê depois é uma pressão absurda sobre cada um deles. Oscar, sofrendo violência física. Sophia, impotente diante da burocracia e apavorada porque Nina também está prestes a ser levada pelos agentes.

Gavassi utiliza com insistência enquadramentos próximos ao rosto das pessoas, aumentando uma sensação claustrofóbica que incrementa mais o envolvente opressor. “A câmera fechada, usada na mão, é secção da estratégia que a gente buscou ao usar técnicas do cinema de terror.”

“A Lien” é dirigido pelos irmãos David e Sam Cutler-Kreutz. Gavassi trabalhou com Sam na produção de filmes de publicidade, que são, ao lado de rodar videoclipes, as atividades mais constantes do brasílio, que está no Estados Unidos há uma dez.

Ele admite que, infelizmente, é uma boa hora para esse filme ser presenciado, em razão da política do governo Trump em relação aos imigrantes. “Em 2021, saindo do primeiro procuração dele, a teoria era recontar uma história de um pretérito recente, não de um porvir que estava por vir.” Ele admite que tudo na tela é quase Kafka.

“A burocracia é o monstro que tem as piores intenções possíveis. É kafkiano mesmo. Eu sou imigrante nos Estados Unidos, tenho visto, e participei de todas as entrevistas. E fui tratado assim, porquê um número. Não porquê uma pessoa. É um processo não humano. É preciso fazer uma reforma, é preciso entender que existem famílias, pais e filhos que são separados.”

O filme não está disponível para ser visto na internet e, por enquanto, não há perspectiva de chegar ao Brasil. Gavassi diz que a trajetória do filme teve momentos muito diferentes. “Ele foi feito praticamente quando estávamos saindo da era Trump, era um pouco que todos tentavam olvidar. Mas Trump voltou e o interesse pelo filme aumentou.”

Depois de ser exibido em festivais, ele conta que os diretores achavam que a vida do filme tinha terminado. Mas veio a chamada “longa lista” do Oscar, com os 65 filmes que estavam sendo considerados na categoria, e “A Lien” estava lá.

“Depois de uma semana veio a lista curta, com 15 filmes, e aí começamos a confiar. Adam McKay, que ganhou um Oscar de roteiro em 2016, por ‘A Grande Aposta’, entrou porquê produtor executivo e está ajudando que o curta seja visto pelos membros da Liceu. E muitas ONGs estão detrás do filme, para utilizá-lo em trabalho educacional com imigrantes.”

Gavassi, que desde garoto viveu entre Brasil e Itália, onde estudou, seguiu o juízo de uma produtora espanhola que falou para ele tentar a sorte em Novidade York. “Eu não estudei cinema, fiz economia. A minha escola foi gravar clipes. Morava no subúrbio e aprendi filmando.”

Nos videoclipes, já trabalhou com gigantes da música pop, porquê Sabrina Carpenter, Charlie XCX e OneRepublic. Quer seguir porquê diretor de foto em publicidade, mas, de tempos em tempos, fazer filmes de ficção. Embora o fragor na mídia com a indicação ao Oscar seja recente, ele sente uma valorização do seu trabalho. “Estou recebendo ofertas muito interessantes”, diz o brasílio.

Sobre “A Lien”, ele admite que a questão emocional, com a perseguição atual aos imigrantes, pode proporcionar o filme no Oscar. “Talvez o filme também ajude a mostrar ao mundo essa questão.”

Folha

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