Artista Que Morava Na Rua Inaugura Mostra Em Museu No

Pablo Marçal vira réu e deu sorte – 21/05/2025 – É Logo Ali

Esporte

A notícia de que o autodenominado ex-coach e político de ocasião Pablo Marçal virou réu pela arguição de ter levado 32 pessoas totalmente inexperientes à subida pesada do Pico dos Marins (2.420 metros de altitude), em Piquete (SP), em pleno janeiro pluviátil de 2022, pede um segundo olhar.

Para estrear, mesmo acontecendo três anos depois do veste, só explorado de raspão quando o cidadão se candidatou à Prefeitura de São Paulo, em 2024, trata-se de uma notícia boa sobre um evento terrífico —mas que anda fazendo uma triste escola.

O oração de Marçal a seus seguidores, que pagam fortunas para ouvir palestras cheias de chavões de autoajuda, salpicadas de menções a Deus e aos homens de muito, esses que conseguem tudo o que querem pelo simples veste do que consideram honrar as calças, e que invariavelmente garantem que as esquerdas querem concluir com a família, quase matou aquelas pessoas de, vá lá, boa fé. Se ele organizou o convescote irresponsável ou se foi só escoltado em uma ação entre amigos, que é o foco da sua resguardo, não importa para o resultado desastroso. Enfim, não é pouca porcaria subir a um pico na serra da Mantiqueira na temporada de tempestades de verão em seu auge. Mas é porcaria pior subir em condições precárias, ignorando a meteorologia, contra todos os alertas dos guias locais e com um monte de gente que nunca viu mato na vida.

Marçal, relataram na era alguns participantes que deixaram a empreitada pelo meio vencidos pelo bom siso, teria convicto seus seguidores de que a fé em Deus lhes permitiria desafiar os elementos, o cansaço e, eventualmente, a hipotermia, embora o influenciador negue as acusações e diga que só foi com ele quem quis e porque quis. Em vídeos no YouTube, as rajadas de vento potente no sítio onde o grupo acampou rasgam as barracas, a chuva potente encharca cada membro da tresloucada expedição, enquanto ele tenta animar os que persistiram na empreitada —menos de um terço do grupo original—, dizendo que eles são os que prosperam (coach adora meter um prosperar em cada frase, já percebeu?). A versão é que aquilo é um repto que o todopoderoso envia aos que têm crença de que tudo podem. O diabo (perdão, mas ele também é citado na Bíblia) é que não podem. E se não fossem os bombeiros, acionados a tempo pelos guias que retornaram com os desistentes, a arguição de Marçal poderia ser, hoje, de homicídio, no mínimo culposo. Deu sorte o moço que levou cadeirada do jornalista José Luiz Datena ao vivo, durante o debate na TV Cultura no primeiro vez das eleições de 2022.

Entretanto, a má notícia cá é que Marçal não está só nos desafios à natureza, essa incompreendida. Outro grupo notório que se diz inspirado nas sagradas escrituras para, teoricamente, provar que, querendo muito, o másculo raiz supera todas as dificuldades, avança entre os autointitulados homens de muito do país, promovendo encontros que os levam a situações semelhantes, e invadindo áreas de preservação sem autorização, em bandos cada vez mais numerosos. Trata-se dos Legendários, movimento criado pelo pastor evangélico guatemalteco Chepe Putzu, responsável do livro-revelação “A Rota do Caçador”, que chegou ao Brasil a partir de Balneário Camboriú (onde mais?) e que tem no pastor Ricardo Bernardes seu líder maior por cá.

Os Legendários, com seu oração machista de repor ao varão o papel de provedor e protagonista do progresso, e preservar a mulher porquê indivíduo servil, recatada-e-do-lar, ecoam em seu grito de guerra —ahu!— a masculinidade imaginada para o início das cavernas, contando com a Bíblia (item obrigatório na mochila) para superar montanhas, rios, matas e desafios mais complicados porquê, digamos, repor ao ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL) o recta a um novo procuração.

O sucesso do grupo —que afirma ter mais de 50 milénio seguidores no Brasil, e que já recebeu até o próprio Marçal em um de seus desafios realizado na Flórida, nos Estados Unidos—, é tamanho, que até a Decathlon, pragmaticamente, pôs à venda um kit essencial para o legendário invocar de seu. No site, sai por R$ 889,90 e inclui mochila, saco de dormir, isolante e viga. Tudo tão essencial que provavelmente o cliente nunca viu uma trilha antes em toda a sua vida. O saco de dormir do kit, por exemplo, prevê proteção térmica para temperaturas entre 5°C e 12°C. Nesta semana, o Parque Vernáculo de Itatiaia registrou mínimas de -6°C. Noites ao relento no inverno e nas matas fechadas em qualquer era do ano na maior segmento do território brasílio geram sensação térmica facilmente aquém dos tais 5°C .

Por zero, não, mas é melhor repensar isso aí.


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Folha

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