Qualquer cidade brasileira poderá implantar um núcleo de operações similar ao da cidade do Rio de Janeiro (COR Rio) que auxilie os gestores municipais a enfrentar eventos climáticos extremos e a reduzir os riscos para a população, com auxílio de perceptibilidade sintético (IA).
Em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a prefeitura do Rio lançou nessa segunda-feira (27) a “Prática Recomendada ABNT PR 1021 – Núcleo de Operações de Cidade – Implementação”. O documento inédito funciona uma vez que uma espécie de manual, que ajuda a reduzir a dificuldade da gestão municipal, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência e aprimora a tomada de decisões pelos órgãos públicos em cenários que possam motivar riscos ou danos às regiões monitoradas.
O COR Rio foi inaugurado em 31 de dezembro de 2010 e passou por um processo de expansão no termo de 2022. “Foi um pensamento muito de vanguarda com relação à resiliência urbana e operação de cidade”, disse à Sucursal Brasil o gerente executivo do COR Rio, Marcus Belchior. Desde logo, o núcleo conta com 500 profissionais atuando em três turnos, 24 horas por dia, sete dias por semana, que monitoram as imagens geradas por mais de 3.500 câmeras espalhadas pela cidade.
Os técnicos são apoiados pelo maior videowall (tela formado por várias telas dispostas juntas) da América Latina, com 104 metros quadrados (m²), constituído por 125 telas de 55 polegadas, com abrangência significativa das áreas do município. Marcus Belchior destacou que o instrumento criado pela ABNT será um direcionador de políticas públicas de resiliência urbana para o Brasil.
Na prática, foram colocados todos os órgãos da prefeitura no núcleo de operações e, com o passar dos anos, foram incluídos vários outros atores, inclusive de fora da prefeitura, uma vez que Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Social, Marinha do Brasil, concessionárias de serviços, modais de transporte. “Todo mundo está cá dentro. E a gente fez um sistema de integração, ou seja, um sistema que é capaz de receber informação de todos esses órgãos”. Com as informações recebidas, o COR elabora mapas de calor de toda a cidade. No gerenciamento de risco de mapas de calor, foram construídos muitos protocolos operacionais baseados nos dados gerados pelo sistema.
Norma
A partir de toda essa estudo da cidade, criaram-se planos de notícia com o cidadão, operacional, de gerenciamento de risco e crise, de resposta à crise, entre outros. Em reunião com técnicos da ABNT, a direção do COR Rio chegou à desfecho de que essa metodologia deveria ser disseminada para todo o Brasil. Daí, surgiu a teoria de gerar uma norma que sugere a todos os gestores brasileiros um formato de resiliência urbana.
Marcus Belchior informou que, em 2010, quando o núcleo de operações foi criado, a cidade tinha 60 câmeras. Hoje, são mais de 3.600 câmeras e, até o final do ano, a teoria é chegar a 10 milénio câmeras. O Rio de Janeiro é a cidade do país com maior rede de pluviômetros (instrumentos que medem chuvas) no Brasil e único município que tem dois radares meteorológicos. Tem também sensores de rios, com a Instalação Rio Águas. Por isso, Belchior afirmou que quanto mais investimentos em sensores, mais dados são recebidos.
“O volume de dados que a gente recebe nos sistemas do COR não param de crescer. É um incremento exponencial de dados”. Quando são incluídas as parcerias com a Nasa e empresas de tecnologia, uma vez que Waze, Google, Amazon, o volume de dados da cidade é imenso. “Chegamos a um volume tão grande que construímos um projeto de implantação de perceptibilidade sintético (IA) na operação da cidade”, informou Belchior.
Capacidade computacional
Segundo ele, a IA consegue averiguar os dados de todas as imagens no COR, em uma capacidade computacional superior à capacidade humana. “Isso é um exemplo de implantação de IA”. Outra utilização dessa novidade tecnologia é que todas as informações de anos passados podem ser transformadas em dados com a IA e incluídas no banco da cidade. Significa aprimorar ainda mais o banco de dados do COR. “Com toda essa capacidade de colocar novas informações no sistema, a IA consegue averiguar tudo isso e direcionar ações e protocolos”. Significa que, com maior capacidade de produção na cidade, há melhor qualidade de vida para a população, informação mais rápida e assertiva. “E posso até salvar vidas com uma estudo cada vez mais rápida. E a gente tem a capacidade ainda de principiar a enxergar o porvir com a IA; de principiar a entrar na vaticinação”.
Belchior explicou que o Rio de Janeiro é também o único município brasílico que tem estágios de cidade. Essa formatação de estágio também é explicada pela norma da ABNT. “Porque o estágio é o ponto de partida para o acionamento de protocolos operacionais e para comunicações estratégicas com a população”. A teoria é que o cidadão, ao final do dia, saiba se comportar perante os cenários que forem apresentados. “Isso é uma política de segurança de cidade; é prevencionista. Os estágios acionam protocolos operacionais e de notícia para o cidadão.
Os estágios são matrizes decisórias que avaliam clima, mobilidade, ocorrências de médio e basta impacto na cidade, eventos, zonas de calor, opinião popular. Para Belchior, existe uma formatação ideal e necessária para gerenciar uma cidade, com toda a dinâmica que as cidades, mormente as grandes, desenvolvem no seu dia a dia. A IA ajuda muito nesses processos. O Banco Pátrio de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou o projeto macro da prefeitura carioca, de de quem valor totalidade quase R$ 30 milhões serão aplicados no projeto de IA do núcleo de operações.
O COR Rio já tem procedimentos, métricas, indicadores e quando tudo isso for lançado dentro da capacidade computacional da IA, o volume de produção será muito maior. Mal os recursos entrarem para o COR, o projeto será desenvolvido. O exemplo do COR RIO, com a utilização dessa novidade tecnologia, poderá ser aplicado por cidades de todos os portes no país. “Dentro da norma construída com a ABNT, são feitas classificações de congraçamento com o tamanho dos municípios e tipo de operação. A gente está disseminando para o Brasil uma metodologia que vai ser muito orientadora para os gestores públicos brasileiros”, acrescentou Marcus Belchior.
Soluções
Para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o núcleo de operações é um equipamento de resiliência urbana estruturado com o objetivo de antecipar soluções e minimizar ocorrências de grande impacto na cidade, uma vez que chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito com reflexos na mobilidade urbana. “A gente procura, com o núcleo, evitar que os impactos na vida da população sejam tão grandes, que as pessoas sejam surpreendidas por esses fenômenos e, principalmente, que morra alguém por motivo desses eventos extremos. Se eu pudesse definir, o grande préstimo do COR é esse: salvar vidas. É inadmissível que alguém morra em uma enchente quando você tem serviços de meteorologia eficientes”.
Segundo o presidente da ABNT, Mario William Esper, o documento é um guia de implementação do sistema pioneiro no Rio de Janeiro para qualquer tamanho de cidade. “A ABNT está à disposição para aprimorar e elaborar outras normas que forem necessárias para ser exemplo do Brasil”. Esper adiantou que a ABNT vai propor ao Sistema Internacional de Normalização a padronização dessa norma uma vez que referência internacional.
Investimentos
Durante o evento, realizado no COR Rio, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou a liberação de R$ 117 milhões para a capital fluminense utilizar em ações de resposta a desastres, governo do dedo e gestão urbana inteligente com uso de perceptibilidade sintético. Os recursos liberados pelo banco fazem secção do Programa de Modernização da Gestão Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), que visa a estribar projetos de investimentos voltados à melhoria da eficiência, qualidade e transparência da gestão pública, com foco na modernização da gestão tributária e qualificação do gasto público nos municípios.
Do totalidade talhado ao município do Rio, R$ 24 milhões se destinarão ao COR para investir em processos de IA. Outra secção dos recursos (R$ 5 milhões) irá para uma rede de sinais de trânsito inteligentes. A teoria de Mercadante é levar a experiência do COR Rio para outras grandes cidades do Brasil, transformando-a em projetos que o BNDES possa financiar.