Palácios E Parte Do Acervo Destruído Em 8 De Janeiro

Palácios e parte do acervo destruído em 8 de janeiro foram restaurados

Brasil

Os atos de barbárie registrados em tempo real na Esplanada dos Ministérios e na Rossio dos Três Poderes, em Brasília, em uma tarde nublada de domingo, no dia 8 de janeiro do ano pretérito, deixaram um rastro de ruína do patrimônio público que, mesmo depois de um ano, ainda não foi totalmente renovado.

A depredação provocada por golpistas atingiu segmento do conjunto arquitetônico dos três principais palácios da República, que são tombados uma vez que patrimônio mundial, mormente vidros, paredes e teto, mas foi mormente severa em relação a equipamentos, mobiliário e obras de arte que faziam segmento do ror, muitos dos quais ainda passam ou passarão por delicados processos de restauração.

“As equipes do [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] Iphan, por meio da superintendência no Província Federalista, fizeram um minucioso levantamento dos danos, primeiro no conjunto arquitetônico, que é tombado. Nossa primeira ação foi a recuperação dos bens imóveis, uma vez que vidraçaria, mármore, recomposição dos plenários. Em seguida, ajudamos a elaborar relatórios sobre os bens integrados e bens móveis, painéis, obras de arte que faziam segmento dos acervos de cada palácio. Eu creio que a gente teve uma resposta positiva do Brasil, uma vez que Estado, na capacidade de gestão da crise e dos bens recuperados”, explicou o presidente do Iphan, Leandro Grass, em entrevista à Escritório Brasil.

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Museu da Democracia

Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília
Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília

Museu da Democracia será levantado próximo ao Teatro Pátrio Cláudio Santoro, no meio de Brasília – Marcelo Camargo/Escritório Brasil

Promessa da ministra da Cultura, Margareth Menezes, a geração de um memorial sobre os atos golpistas deve tomar forma por meio da construção do Museu da Democracia. A previsão é de investimentos da ordem de R$ 40 milhões no empreendimento, com recursos do Programa de Aceleração do Incremento (PAC).

A iniciativa foi anunciada pelo Ministério da Cultura (MinC) na última sexta-feira (5). Segundo a pasta, desde o início de 2023, posteriormente os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, o órgão vem trabalhando para viabilizar a construção do museu.

O sítio foi definido posteriormente tratativas entre o MinC e a Secretaria de Patrimônio da União e será levantado no setor cultural de Brasília, lado setentrião da Esplanada dos Ministérios, ao lado do Teatro Pátrio Cláudio Santoro. A destinação da superfície será formalizada por meio de conformidade com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

Instrução para a memória

Para Leandro Grass, além do transgressão contra o Estado democrático, os atos de vandalismo apontam para um outro duelo civilizatório, que é a salvaguarda do patrimônio cultural e artístico de um povo e uma região:

“A primeira guardiã do patrimônio cultural é a própria população. Se a gente não conectar o povo ao seu patrimônio, é impossível preservá-lo.”

A depredação do 8 de janeiro também impulsionou a retomada de uma agenda de instrução patrimonial por segmento do Iphan, que no ano pretérito lançou um edital no valor recorde de R$ 2 milhões para promover projetos, em todo o país, para o reconhecimento, a valorização e a preservação do patrimônio cultural brasílio. “É preciso fomentar o sentimento de pertencimento da população com o que é patrimônio coletivo”, acrescentou o presidente do Iphan.

Frame de vídeo de câmera de segurança mostrando vândalo em ação no Palácio do Planalto
Frame de vídeo de câmera de segurança mostrando vândalo em ação no Palácio do Planalto

Imagem mostra vândalo destruindo relógio centenário no Palácio do Planalto – Reprodução/ TV Brasil

Uma das cenas reproduzidas à exaustão e que ilustra o intensidade de selvageria e estupidez dos atos foi o momento em que um dos invasores, Antônio Cláudio Alves Ferreira, destruiu um relógio do século 17, que estava exposto no Palácio do Planalto.

Construído pelo relojoeiro Balthazar Martinot Boulle, a peça havia sido um presente da galanteio francesa ao imperador Dom João VI, em 1808. Tanto o relógio quanto a caixa de André Boulle, destruídos durante os atos de vandalismo, serão revitalizados a partir de um conformidade de cooperação técnica formalizado com a Embaixada da Suíça no Brasil. Não é verosímil prezar o dispêndio dessa recuperação, no momento.

Inventário do 8 de janeiro

Outras tapume de 20 obras destruídas no Palácio do Planalto passarão por um processo de restauração em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, fruto de um conformidade de cooperação com o Iphan e a Universidade Federalista de Pelotas (UFPel).

No Supremo Tribunal Federalista (STF), que registrou quase milénio itens furtados, quebrados ou completamente destruídos, os prejuízos materiais ultrapassam R$ 12 milhões, mas a restauração de obras de arte ainda não foi totalmente mensurada.

Já no Congresso Pátrio, tapume de 82% das obras vandalizadas na Câmara dos Deputados passaram por tratamento, no entanto, muitas nem voltaram a ser expostas. No Senado, a recuperação dos bens musealizados totalizou mais R$ 483 milénio, mas ainda há peças em processos de restauração.

A reportagem da Escritório Brasil pediu um balanço atualizado sobre as reformas dos prédios e restauração dos bens vandalizados no 8 de janeiro, detalhados a seguir:

Palácio do Planalto

Os reparos e reformas na estrutura predial da sede da Presidência da República foram viabilizados pelos contratos de manutenção que já estavam em vigor. Ao todo, foram quase R$ 300 milénio para consertos na segmento elétrica, vidraçaria, divisórias, pintura, bancadas e tampos de mármore, peças sanitárias, gradil e elevador danificado.

Já a restauração das demais peças de valor histórico e artístico estão em curso no laboratório montado para esse termo, sem prazo para desfecho e se custos estimados. A lista inclui:

  • Pintura sobre tela As Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
  • Estátua em bronze O Flautista, de Bruno Giorgi
  • Estátua em madeira, de Frans Krajcberg
  • Relógio histórico de Balthazar Martinot (em parceria com a Suíça)
  • Pintura sobre madeira Bandeira, de Jorge Eduardo
  • Estátua de ferro de Amílcar de Castro
  • Mesa imperial em madeira
  • Marquesa em metal e palha, de Anna Maria Niemeyer
  • Retrato de autoria não identificada
  • Ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada
  • Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues
  • Pintura abstrata de autoria não identificada
  • Pintura de guerra de autoria não identificada

Outras três obras importantes, uma vez que uma estátua de ferro, de Amílcar de Castro, a marquesa em metal e palha, de Ana Maria Niemeyer, e a mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues receberam cuidados de profissionais das equipes da Diretoria de Engenharia e Patrimônio da própria Presidência da República e foram restaurados.

Congresso Pátrio

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.

Manifestantes invadem interno do Congresso Pátrio – Marcelo Camargo/Escritório Brasil

No Senado Federalista, as obras e serviços necessários para recuperação das instalações físicas no prédio principal, no Dentro I e no Dentro II totalizaram R$ 889,4 milénio. Em outubro, o Senado reinstalou a tapeçaria de Burle Marx no Salão Preto do Congresso Pátrio. Nas contas do órgão, a recuperação dos itens de valor histórico e artísticos somou tapume R$ 483 milénio, restado dois bens para serem revitalizados.

Um relatório disponibilizado pela Câmara dos Deputados mostra que 46 presentes protocolares que estavam em exibição na vivenda foram tratados e higienizados, sendo que um segue perdido e seis ainda em restauro, totalizando 84,78% de recuperação. Já a lista de obras de arte e bens integrados à arquitetura do prédio foram 82,3% restaurados.

Seguem em processo de restauro, por exemplo, a maquete tátil do Congresso, a estátua em bronze de Alfredo Ceschiatti (1977) e o quadro Vento, de Athos Bulcão.

O dispêndio de recuperação de um totalidade de 68 bens do ror cultural da Câmara dos Deputados, entre pinturas, esculturas, presentes protocolares, painéis, entre outros, somou tapume de R$ 1,4 milhão, com pagamento de mão-de-obra especializada e reposição de peças.

Aliás, foram destruídos dezenas de outros móveis e equipamentos eletrônicos que causaram mais de R$ 1,3 milhão em prejuízo.

Supremo Tribunal Federalista

A ruína no edifício-sede do STF gerou um prejuízo de R$ 8,6, com 951 itens que furtados, quebrados ou completamente destruídos, segundo a assessoria do órgão. Aliás, a despesa para reconstrução do plenário, com troca de carpetes, cortinas e outros, somou outros R$ 3,4 milhões, totalizando tapume de R$ 12 milhões em prejuízo para os cofres públicos.

Até o momento, o STF informou terem sido restaurados 116 itens:

– 22 esculturas (entre bustos, estatuetas, Crucifixo do Plenário e Estátua A Justiça);
– 21 telas e tapeçarias;
– 4 galerias de retratos (galeria de ministros, de presidentes, de diretores-gerais e secretários-gerais);
– 19 objetos (lustres, Brasão da República, vasos);
– 50 itens de mobiliário (cadeiras, mesas, traste expositor da Constituição, etc.).

Também foi necessária a substituição de quatro telas do fotógrafo Sebastião Salso. Seguem em estudo três espelhos e nove cadeiras que ainda não tiveram a restauração concluída, em razão da urgência de material específico que está sendo adquirido gavinha tribunal.

Ainda segundo o STF, há outros 15 itens, entre vasos e mobiliários, passíveis de restauração. Esse ror, que sofreu maiores avarias, está sendo objeto de estudo para definição da técnica mais apropriada e do material necessário. Outros 106 itens históricos de valor incomensurável, uma vez que esculturas e móveis que não puderam ser restaurados e não podem ser repostos, e foram registrados uma vez que perdas irreparáveis.

A Suprema Namoro ainda não conseguiu mensurar o valor totalidade a ser gasto com as restaurações em curso.

“Quanto aos insumos utilizados nas restaurações, além do material que o STF já tinha em estoque e de materiais que conseguiu gratuitamente em parcerias, houve aquisições ao transcurso do ano de 2023. Diante desses dados, não há uma vez que prezar o dispêndio individual de cada restauração. Vale lembrar que os itens danificados, com natureza de patrimônio cultural, são de valor inestimável”, informou a assessoria do tribunal, em nota à reportagem.

Fonte EBC

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