O Palmeiras e a WTorre, construtora responsável pelas obras e pela governo do Allianz Parque, iniciaram nesta semana mais um capítulo da queda de braço que vem dando o tom da parceria entre as partes nos últimos anos.
Em seguida a partida contra o Santos, pelo Campeonato Paulista, na noite de domingo (28), que terminou com a vitória alviverde por 2 a 1, o técnico português Abel Ferreira voltou a criticar as condições do gramado sintético da redondel multiuso. Ele cobrou a troca da superfície sintético, adotada em 2020, por uma novidade, papel que cabe à Real Arenas, empresa do grupo WTorre responsável pela gestão do Allianz.
“Quando cheguei, nos três anos seguintes, o gramado estava top. Agora, falta manutenção. Precisamos com urgência que troquem nosso gramado sintético”, disse o treinador, que já havia feito críticas à qualidade do campo no final do ano pretérito.
O estado do piso também foi mira de queixas do time contendedor. O meia Giuliano, do Santos, entrou no segundo tempo e ficou exclusivamente 11 minutos em campo, sendo substituído posteriormente sentir um incômodo na panturrilha direita. Na saída do gramado, foi flagrado pelas câmeras de TV reclamando do terreno de jogo.
Imagens publicadas pelo ge.com mostram que, devido ao estado ruim da grama sintética, segmento do material que reveste o campo ficou recluso em grandes quantidades nas travas das chuteiras usadas pelos jogadores, uma espécie de gosma.
Segundo laudo prestes pela Soccer Grass, fornecedora do gramado sintético instalado na redondel, as altas temperaturas na capital paulista provocaram a deterioração e o derretimento de um constituído termoplástico que é usado na grama.
O material, chamado de Infill TPE, tem uma vez que objetivo amortecer o impacto nos atletas e impedir o aquecimento excessivo da grama. Assemelha-se a uma borracha, que é espalhada por toda a superfície.
Ao serem derretidas, as minipastilhas se fundem entre si e formam os blocos que estão se desprendendo do campo, explicou Felipe Côrrea, proprietário da empresa especializada em gramados sintéticos ProGrass. Esse é um tipo de material que funciona de maneira melhor em ambientes mais frios, uma vez que na Europa, acrescentou Côrrea.
Nas redes sociais, gravações de torcedores mostram um membro da percentagem técnica do Palmeiras tentando retirar os acúmulos do material das chuteiras do goleiro Weverton.
Na sequência às críticas do treinador Abel Ferreira, o Palmeiras publicou um posicionamento solene e disse que não vai mais atuar no lugar neste momento.
“A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que, em razão das atuais condições do gramado do Allianz Parque, somente voltará a mandar jogos no estádio quando a Real Arenas honrar com a sua obrigação de realizar a manutenção adequada do campo”, disse o Palmeiras. O próximo compromisso da equipe uma vez que mandante será no dia 8 de fevereiro, contra o Ituano.
O clube assinalou que seguir com os jogos no estádio colocaria em risco a integridade física dos jogadores e que o problema não é a grama sintética, mas o descaso da Real Arenas com a qualidade do campo.
A administradora do estádio disse que, posteriormente receber no domingo o laudo prestes pela Soccer Grass, solicitou a troca integral e imediata da superfície no estádio.
“Seguimos acreditando na capacidade técnica e superioridade dos serviços da Soccer Grass”, disse a Real Arenas, que informou ter a intenção de retomar as partidas no estádio “no menor prazo provável”.
A parceria entre Palmeiras e WTorre começou em 2014, quando ocorreu a inauguração do novo estádio em substituição ao velho Parque Antarctica. O combinação tem duração de 30 anos.
Desde portanto, atritos entre clube e construtora se tornaram constantes. As queixas mais comuns são em relação aos shows de música realizados no lugar, o que força o Palmeiras a levar as partidas nas quais é mandante para estádios de terceiros.
O Palmeiras também ofídio da WTorre na Justiça aproximadamente R$ 128 milhões, devido à suposta falta de repasses, desde 2015, de percentuais das receitas pela utilização de assentos, camarotes e “naming rights”.
A WTorre não reconhece o montante devido e questiona a cobrança na Justiça. Em maio de 2023, a Polícia chegou a perfurar um questionário para investigar a Real Arenas por apropriação indébita e associação criminosa, posteriormente queixa apresentada pelo Palmeiras. Um mês depois, a Justiça de São Paulo intimou a construtora a fazer o pagamento, mas a decisão acabou revertida. O caso está em sigilo, sem previsão de desenlace.
Ruídos entre os dois lados também ocorreram devido à implementação do reconhecimento facial para a ingresso no estádio. O clube adotou gradualmente desde o início do ano pretérito o novo padrão de chegada em todas as entradas do estádio administradas por ele. Os ingressos comercializados pela Real Arenas, uma vez que aqueles referentes ao programa Passaporte Allianz Parque, porém, não aderiram à prática.
Em meados de maio, sem que as partes chegassem a um combinação, o Palmeiras determinou que todas as entradas, sem exceção, passariam a ser feitas via biometria facial, o que forçou a adesão por segmento da WTorre e trouxe mais um desgaste à relação.
Há ainda uma indefinição quanto à adoção de um setor popular com ingressos mais econômicos dentro do estádio. A ação é defendida pela atual gestão do clube, mas ainda não se chegou a um combinação que tire o projeto do papel.
Há muro de duas semanas, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou que, quando a parceria com a WTorre terminar, a construtora vai entregar ao clube um estádio com as condições do “coliseu”, em referência à redondel em ruínas na Itália, cuja construção foi iniciada no século 1.
Enquanto as partes não se entendem, o Palmeiras deve mandar as próximas partidas na Estádio Barueri, na região metropolitana de São Paulo. No final do ano pretérito, a Crefipar, empresa da presidente do clube, venceu a licitação para a governo do estádio pelos próximos 35 anos.