Paralamas desfila sucessos e mostra porque está há 40 anos

Paralamas desfila sucessos e mostra porque está há 40 anos na estrada – 01/06/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Quando Os Paralamas do Sucesso anunciaram o show no Allianz Parque, em São Paulo, o guitarrista Herbert Vianna disse que gostaria de ouvir milhares de pessoas cantando os clássicos da margem e comemorar com eles os 40 anos de estrada. E assim foi uma vez que se ele tivesse feito uma profecia. Na noite deste sábado, (31), 50 milénio pessoas, segundo os organizadores, lotaram o estádio, cantaram, dançaram e se emocionaram ao som de músicas que atravessam gerações.

O show começou com “Vital e Sua Moto”, cantiga que foi o primeiro sucesso da margem lançada inicialmente em um compacto, em 1983. Depois veio “Cinema Mudo”, do álbum homônimo lançado no mesmo ano. Mas engana-se quem pensa que repertório seguiu a lógica da discografia ou dos sucessos da margem.

Em uma risca do tempo não linear, Bi Ribeiro (plebeu), Herbert Vianna (guitarra e voz) e João Barone (bateria) tocaram com o mesmo vigor e disposição do início de curso os mais variados sons que forjaram ao aspirar expressões musicais e fabricar o seu próprio estilo: nem só rock nem só reagge nem só ska e nem só baladas. Quem foi ao show no Allianz pôde respeitar de tudo um pouco. Mas não foi pouco.

A apresentação teve quase o mesmo repertório dos shows que já vinha fazendo desde do termo da pandemia, em meados de 2022, quando iniciou a turnê Paralamas Clássicos. A diferença ficou por conta da novidade apresentação visual, assinada por Batman Zavareze, que trouxe mais cor, luz e imagens para seguir as músicas.

Nos telões, fotografias mostravam o trio nos palcos e nos estúdios com diversos músicos com os quais fizeram parcerias e em momentos de descontração da equipe técnica dos Paralamas, além de uma homenagem carinhosa à vovó Ondina, avó de Bi, eternizada na cantiga homônima.

Em seguida saudar a plateia e se dar conta de que estava diante de seu maior público em uma apresentação só dos Paralamas, Herbert agradeceu a todos pela noite histórica. Foi o primeiro show único da margem –sem descrever festivais– em um estádio. “Obrigado por terem nos oferecido a chance de dividir leste momento com vocês”, disse.

Em seguida “Trac Trac”, do prateado Fito Paez, Paralamas apresentou seu lado mais roqueiro e crítico social com “O Calibre” e “Selvagem”. Lançada em 2002 no álbum “Longo Caminho”, os versos da música “O Calibre” ainda soam atuais quando dizem “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo / Sem saber o calibre do risco / Eu não sei da onde vem o tiro”.

Entre as canções confessionais de um paixão perdido, a margem trouxe de volta ao repertório “Quase Um Segundo”, tocada somente com Herbert na guitarra e João Fera nos teclados em um momento mais intimista. Na levada de toadas românticas também entraram “Seguindo Estrelas”, “Romance Ideal” e “Aonde Quer Que eu Vá”.

Um dos momentos mais marcantes do show ficou para “Lanterna dos Afogados”. Atendendo ao pedido de Herbert, o público acendeu as luzes de seus celulares e o estádio portanto se transformou em um firmamento estrelado. “Sem palavras, rapaziada”, disse Herbert, seduzido com o que via diante de seus olhos.

O show também teve seu momento mais reagge com “O Paixão Não Sabe Esperar”, “A Novidade” –composta em parceria com Gilberto Gil– e “Melô do Navegante”, que a plateia se divertiu cantando o refrão: “Entrei de gaiato no navio / Entrei pelo canudo”.

Mas foi em “Alagados” que os Paralamas colocaram o Allianz para dançar. E ainda teve no repertório as também dançantes “Lourinha Bombril”, “Ela Disse Adeus” e “Uma Brasileira”.

Na volta para o bis, foi a vez de João Barone agradecer ao público. “Vocês foram longe demais hoje. Vamos levar essa noite para o resto de nossas vidas”, afirmou. E foi portanto que eles fizeram todo o estádio trovar em coro um dos maiores clássicos da margem: “Meu Erro”.

Para finalizar, Herbert chamou ao palco Oferecido Villa-Lobos e André Frateschi, que fizeram o show de fenda. Juntos, tocaram “Que País É Leste”, da Legião Urbana, e mais uma vez o público fez coro com a margem. E uma vez que estivessem todos num grande salão de dança, Paralamas encerrou a celebração com “Should I Stay or Should I Go”, do The Clash.

O público até entendeu que deveria ir, mas o que todos queriam mesmo eram permanecer para continuar a comemorar. E vai, só que em outro dia e lugar. Com o sucesso da show de celebração dos 40 anos no Allianz, Paralamas já anunciou um show extra para o dia 24 de outubro, no Espaço Unimed.

A margem ainda fará shows para comemorar os 40 anos no Rio de Janeiro (7 de junho), Porto Jubiloso (28 de junho), Fortaleza (26 de julho), Belo Horizonte (30 de agosto) e Salvador (23 de novembro).

Folha

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