A participação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris começou nesta quinta-feira (29) com vitória no tênis de mesa contra os favoritos e classificação a sete finais na natação.
Depois ter conquistado dois ouros e uma prata em Tóquio-2020, o nadador mineiro Gabriel Araújo, mais sabido uma vez que Gabrielzinho, se classificou para a final da natação dos 100 m costas da classe S2 (limitações físico-motoras) com o melhor tempo das eliminatórias —1min59s54. Ele volta à piscina da Estádio La Defénse às 13h (horário de Brasília) para a final.
“Foi um tempo melhor do que eu esperava, de manhã [horário de Paris] o corpo vai soltando, na final espero ser mais invasivo, estou guardando vigor para a final”, disse Gabriel, que foi um dos porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de exórdio, ao lado da paulista Beth Gomes, do atletismo.
Mais seis brasileiros disputam as finais na natação ainda nesta quinta-feira. Andrey Madeira compete nos 400 m livre na categoria S9 e José Ronaldo cai na chuva na final dos 100m costas (S1). Já Gabriel Bandeira compete na final dos 100 m mariposa (S14), enquanto Mayara Petzold disputa os 50 m livre (S6).
Maior medalhista da delegação brasileira na França, com oito medalhas, Phelipe Rodrigues está na final dos 50m livre (S10), mesma prova em que Mariana Gesteira zero na categoria feminina.
No tênis de mesa, a dupla formada por Catia Oliveira e Joyce Oliveira já garantiu medalha para o Brasil ao prosseguir para as semifinais —não há disputa pelo bronze— na categoria WD5 (para atletas cadeirantes). As brasileiras venceram as egípcias Fawzia Elshamy e Ola Soliman por 3 sets a 0, com parciais de 11 a 1, 11 a 7 e 11 a 4. Na próxima período, elas medem forças contra as sul-coreanas Seo Su Yeon e Yoon Jiyu.
Já a dupla formada por Claudio Massad e Luiz Filipe Manara bateu os favoritos Jorge Cardona e Ander Cepas, da Espanha e avançaram às quartas de final na classe MD18. A vitória foi de viradela, com parciais de 9 a 11, 11 a 9, 11 a 9 e 11 a 6. Na próxima período, enfrentam os franceses Mateo Boheas e Thomas Bouvais.
“Jogamos contra a dupla número 1 do mundo, jogamos muito muito, e vamos nos esforçar muito para chegar em uma semifinal inédita”, afirmou Massad.
“Estou em meu terceiro Jogos Paralímpicos e esse campeonato nivela muito, os favoritos não são tão favoritos, as zebras não são tão zebras. Conseguimos equiparar, sentimos muito o jogo, um campeonato assim sempre é pensar no próximo ponto”, disse Manara.
Empate no goalball contra possante seleção turca
No goalball, a seleção feminina encarou a possante equipe turca –atual campeã paralímpica e mundial– e conseguiu um empate em 3 a 3 pelo grupo C, na Estádio Paris Sul. A pernambucana Moniza anotou duas vezes para o Brasil, enquanto a brasiliense Jéssica marcou uma vez.
“Daqui para frente é importante manter a resguardo possante, acho que a cada jogo vamos vir ainda melhor. É sempre uma alegria proteger o Brasil”, disse Moniza.
O Brasil volta a jogar na sexta-feira (30) contra Israel, às 5h30 (horário de Brasília).
No vôlei sentado, as mulheres do Brasil passaram sem maiores dificuldades pela seleção de Ruanda, com vitória por 3 sets a 0 ( 25 a 13, 25 a 10 e 25 a 7). A maior pontuadora da partida foi a paulista Suellen Dellangelica, com 23 pontos.
O Brasil volta à quadra no sábado (31), contra o Canadá, às 15h.
“Nosso maior objetivo é lucrar todos os jogos, mas independentemente de sairmos em primeiro ou segundo vai ter um confronto difícil na semifinal, contra China ou Estados Unidos, portanto temos que pensar em lucrar os jogos para lucrar crédito”, disse Suellen.
No tiro com círculo, pela categoria W1 (atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros (braços e nas pernas)), a paranaense Juliana Cristina Ferreira ficou em 11º lugar e vai disputar uma vaga nas quartas de final contra a britânica Vitoria Kingstone, dia 31, às 4h34.
O cearense Eugênio Franco também acabou em 11º e enfrenta o norte-americano Jason Tabansky no dia 1º pelas oitavas, às 5h08.
Na bocha, José Oliveira perdeu por 5 a 2 para o britânico David Smith –prata em Londres-2012 e ouro na Rio-2016 e em Tóquio-2020– na categoria BC1 (opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a globo, quando pedido)). O brasílio precisa agora vencer o holandês Daniel Perez, em confronto previsto para sexta-feira, às 15h30, para seguir com chances de classificação.
Na classe BC2 (em que os jogadores não podem receber assistência), perdeu para David Araújo, de Portugal, por 8 a 0, enquanto Micael Santos venceu por WO depois o tunisiano Achraf Tayahi despovoar o torneio.
Na BC4 feminina (deficiências severas, mas sem assistência), Laissa Polyana Teixeira perdeu para Carla Oliveira, de Portugal, por 4 a 2, e Mateus Roble perdeu para o nipónico Arita Masayuki por 5 a 4 na BC3 masculina (deficiências muito severas. Usam instrumento facilitar, podendo ser ajudados por outra pessoa).
No taekwondo, Maria Eduarda Stumpf perdeu para a iraniana Zahra Rahimi na categoria -52kg da K44 feminina (atletas com amputação unilateral do cotovelo até a pronunciação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia ligeiro e diferença de tamanho nos membros inferiores, amputação bilateral do cotovelo até a pronunciação da mão, e dismelia bilateral). O confronto era válido pelas quartas de final, e a brasileira disputa a repescagem.
No ciclismo, Carlos Alberto Gomes Soares terminou em 7º a disputa da perseguição individual do C1 3.000m do ciclismo de pista e não se classificou para as disputas de medalhas.