Paris 2024: Futebol Fica Fora Do Foco Na França Olímpica

Paris-2024: Futebol fica fora do foco na França olímpica – 27/07/2024 – O Mundo É uma Bola

Esporte

Quando se pensa em futebol, qual a primeira coisa que se vem à cabeça? Para mim, e suponho que para a maioria dos que gostam do esporte, é o gol.

O gol é o foco.

Finalmente, futebol é globo na rede, ouço desde de moçoilo –a primeira vez possivelmente no rádio. Quanto mais gols tem um jogo, melhor ele é.

Quando se continua a considerar o futebol, o pensamento seguinte que se tem são, não necessariamente nesta ordem, dribles desconcertantes, passes de qualidade, jogadas ensaiadas/muito trabalhadas, originalidade/inventividade, defesas espetaculares, poucas faltas, “jogo limpo”.

Tudo isso diz saudação ao que ocorre estritamente no campo de jogo. Sem confusões, sem complicações, sem arbitragem caótica, sem mazelas. Sem dúvidas.

Infelizmente, no dia a dia do futebol não é mal funciona. E os Jogos Olímpicos de Paris não fogem à regra.

A cerimônia de franqueza nem tinha sido realizada –ocorreu nesta sexta-feira (26)– e dois casos negativos envolvendo o futebol, que teve globo rolando a partir de quarta-feira (24), já ocupavam espaço no noticiários meios de informação.

Um deles, no lado masculino, mereceu a classificação de “insólito” de Lionel Messi, que acompanha de longe a seleção olímpica argentina, e de “circo” do técnico da equipe, Javier Mascherano.

Em Saint-Étienne, a Argentina fez o gol de empate (2 a 2) contra Marrocos aos 60 minutos do segundo tempo. Residiu aí o primeiro paradoxal: por que tanto tempo de acréscimo (15 minutos)? Não havia razão para isso.

O gol resultou em alvoroço na torcida marroquina. Pelo menos um rojo estourou perto de jogadores argentinos, que comemoravam efusivamente, e houve invasão do gramado de fãs marroquinos.

O perito encaminhou os times para os vestiários, para preservar a segurança dos atletas, e a epílogo de todos foi a de que a partida estava encerrada.

Não estava, o que, e eis cá o segundo paradoxal, só se soube quase duas horas depois, quando os jogadores voltaram ao campo, com o estádio já sem torcida, para jogar mais três minutos, sabe-se lá por quê (registre-se o terceiro paradoxal). Talvez o perito Glenn Nyberg, da Suécia, um dia responda.

E, pasme, esse retorno apontou o placar de 2 a 1 para Marrocos. O segundo gol da Argentina foi anulado pelo famigerado VAR (perito assistente de vídeo), por impedimento milimétrico na jogada. Até aí, zero a fazer, quem manda é a famigerada tecnologia.

Só que, chegando ao quarto paradoxal, ninguém esclareceu zero de súbito. Concluiu-se que o VAR rapidamente chegou a essa decisão, porém o motivo de ela demorar a ser divulgada não foi oferecido, o que resultou em surpresa para os prateado e especulação.

A razão da delonga seria não dar mais combustível aos ânimos exaltados dos torcedores com essa informação, guardada para ser desguardada somente depois a saída de todos do estádio.

De indumento, um circo. Não uma vez que sinônimo do tradicional e entusiasmado espetáculo –com malabaristas, mágicos, trapezistas, equilibristas, palhaços etc.–, mas no sentido de “excêntrico”, “chocante”, “grotesco”.

O outro incidente que conturbou o envolvente olímpico aconteceu do lado feminino. E não foi durante uma partida, mas antes.

Tendo a Novidade Zelândia pela frente na estreia, o Canadá, atual vencedor das Olimpíadas, decidiu utilizar um drone para sobrevoar e gravar o treinamento do contendedor.

Espionagem. Que foi invenção e resultou, de súbito, no retraimento de Joseph Lombardi e de Jasmine Mander, integrantes da percentagem técnica canadense.

Não parou aí. O Comitê Olímpico do Canadá concluiu que a treinadora da seleção, Bev Priestman, tinha conhecimento da atitude espiã e a desligou das atividades nas Olimpíadas.

Quem comandará a equipe –que aliás derrotou a Novidade Zelândia por 2 a 1– no restante do torneio é o assistente técnico Andy Spence.

Sempre considerei que o Canadá, país de primeiríssimo mundo, fosse incapaz de fazer pilantragem, não só no futebol uma vez que em qualquer atividade.

Tinha comigo uma imagem de probidade, de retidão. Enganei-me. Lá é uma vez que cá.

E o foco no futebol, que deveria ser o gol (ou o drible, ou o belo lançamento, ou a grande resguardo), passa ser o dissabor, seja por desordem, seja por baixeza.


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Folha

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