Parlamentares E Organizadores Pedem Recursos Para Parada Lgbti+ Do Rio

Parlamentares e organizadores pedem recursos para Parada LGBTI+ do Rio

Brasil

A Paragem LGBTI+Rio traz um reforço na economia da cidade e do estado, por meio da arrecadação de impostos, e isso precisa ser reconhecido pelos governos. A reivindicação é do presidente do Grupo Roda Íris, fundador e organizador do evento, Cláudio Promanação.

“Temos benefícios econômicos para a cidade. Dados da Escola Superior de Propaganda e Marketing apontam que, em média, ficam para a cidade entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões com a arrecadação de impostos. Portanto, logo, a paragem forma também o orçamento público. Queremos só o pedaço do nosso próprio investimento. Não estamos pedindo esmola a ninguém. Nós queremos ser tratados com pundonor e sermos reconhecidos”, afirmou na coletiva de apresentação, pouco antes do início da paragem na Praia de Copacabana.

“Imagina o terceiro maior evento da cidade do Rio em nível de organização e de suporte. A gente só não é maior do que o carnaval e o réveillon. Portanto, está na hora de a prefeitura, os órgãos federais e o governo federalista que voltou a investir”. Cláudio Promanação informou que se reuniu com o prefeito Eduardo Paes para discutir um pedestal maior do governo municipal à realização da Paragem LGBTI+Rio.

“A gente pediu a ele que, no ano que vem, isso não se repita, nós precisamos de pedestal realmente para estruturar uma paragem que receba com pundonor e suporte todo mundo que chega cá”.


Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro – A 29° edição da Paragem do Orgulho LGBTI+ na Praia de Copacabana. Foto Fernando Frazão/Sucursal Brasil

Cláudio Promanação disse que faltando uma semana para o evento, os organizadores enfrentaram a falta de confirmação de apoios financeiros que estavam previstos. “Precisamos fazer com que a cidade e os governos, o federalista também, entendam que mesmo que não desse nenhuma arrecadação, teriam a obrigação moral e política, o governo federalista e todos os governos nos âmbitos municipal e estadual, de assumir essa tarifa, que é contra o preconceito e a descriminação e que ajuda a edificar o clima favorável para a não violência”.

Uma vez que forma de levantar recursos para a realização da paragem, a deputada federalista Jandira Feghali (PC do B/RJ) defendeu a inclusão do evento no calendário solene da cidade.

“Essa paragem arrecada milhões. Ela gasta um pouco e arrecada muito. Portanto, é muito importante que nós parlamentares, que cá estamos, exijamos dos nossos governos que ela esteja no calendário solene, com financiamento, valorização, reconhecimento, para que possamos deixar de passar pires para que aconteça. É necessário reconhecimento”, afirmou Jandira, destacando a arte desenvolvida pela população LGBTI+ e lembrando que foi baterista profissional por vários anos. “Quando a arte entra na vida de uma pessoa, incorpora poder, transforma valores e muda as relações humanas”..

A deputada vestia uma blusa com o texto: Democracia eu cultivo. Na sua opinião, a união dessas pessoas e dos seus movimentos sociais é a maior sentença democrática que o Brasil pode ver. “Porque é o recta de ser, de viver, de ter direitos e o reconhecimento do que essa sociedade é diversa, disse Jandira, que ressaltou a influência do Grupo Roda Íris na luta pelos direitos LGBTI+ no Brasil.


Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro – A 29° edição da Paragem do Orgulho LGBTI+ na Praia de Copacabana. Foto Fernando Frazão/Sucursal Brasil

A vereadora Mônica Benício (PSOL) destacou que muita gente não faz teoria de quão reptante é colocar uma paragem desse tipo na rua, por isso agradeceu ao Grupo Roda Íris que teve pela frente Cláudio Promanação ao longo dos anos para apresentar reivindicações e melhores condições de vida dessa parcela da população brasileira.

“Não damos passos detrás nem para pegar impulso. Por tantas e tantos que fizeram com que a gente pudesse chegar até cá, nós seguiremos na Câmara Municipal, a gente está apresentando um projeto que vai tornar a paragem um marco de interesse cultural e histórico para a cidade, porque queremos quer visibilidade, política pública e para isso tem que estar no orçamento. A gente não está pedindo nenhum obséquio para esta cidade ou para o governo. Estamos dentro do orçamento, movimentando a cidade, portanto vamos seguir reivindicando por Marielle, por David Miranda e por tantos e tantas outras”, afirmou a viúva da vereadora Marielle Franco, que várias vezes foi saudada por quem acompanhava a paragem.

Esteio familiar

O ator, cantor, compositor e drag queen Diego Martins, que integra as apresentações artísticas do evento, disse que se considera uma exceção no país porque desde moço teve o pedestal da família. “Isso foi entendido pela minha família desde cedo. Sei que é um privilégio e uma exceção, infelizmente, porque não é a história de vida da maior secção dos meus amigos da nossa comunidade”, relatou.


Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 24/11/2024 - A 29° edição da Parada do Orgulho LGBTI+ acontece na praia de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro – 29° edição da Paragem do Orgulho LGBTI+ na Praia de Copacabana. Foto Fernando Frazão/Sucursal Brasil

Para Jovanna Baby, fundadora do Fórum Pátrio de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), que começou o movimento trans no Rio de Janeiro nos anos 90, ter atualmente tantos parlamentares que integram a população LGBTI+ é uma reparação. “É uma reparação histórica. Nós só tínhamos, há 30 anos, Jurema Batista na Câmara dos Vereadores, Marcelo Dias, deputado estadual e Carlos Santana, deputado federalista. Já fizemos uma revolução grande, que se tornou isso cá”, afirmou.

Durante três momentos da coletiva houve a apresentação do Coro Roda Íris por Prazer, que cantou músicas porquê Sal da Terreno e Sinais de Queimação, em homenagem à cantora Preta Gil que passa por tratamento de cancro e não pôde estar presente nesta edição do evento.  

Fonte EBC

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