Pianista Salomão Soares Lança 'interior' Em Show 08/08/2024

Pianista Salomão Soares lança ‘Interior’ em show – 08/08/2024 – Música em Letras

Celebridades Cultura

Um dos melhores pianistas brasileiros da atualidade, o compositor e arranjador paraibano Salomão Soares de Roble, o Salomão Soares, 34, lança na próxima quarta-feira (14), às 20h, no Sesc Pinheiros, em São Paulo, “Interno”, seu primeiro álbum solo.

Considerando-se que o pianista começou a tocar em bailes no interno da Paraíba aos 13 anos, são 21 anos de curso. Em 2011, com 21 anos de idade, o músico saiu de Cruz do Espírito Santo (PB) onde nasceu e se criou para vir para São Paulo, onde mora há 13 anos.

“São Paulo tem uma riqueza cultural único, muitas vezes comparada a Novidade Iorque. É uma cidade rica culturalmente, e tento aproveitar isso ao supremo, frequentando teatros, concertos, exposições, cinemas e muito mais”, disse Salomão Soares em entrevista exclusiva ao Música em Letras.

Em 21 anos de curso, o artista lançou seis álbuns. “Toninho Ferragutti e Salomão Soares” (2018) é o primeiro deles, em colaboração com quem Salomão Soares considera “um grande artista e músico”. Já o primeiro álbum com composições próprias foi “Alegria de Matuto – Salomão Soares Quarteto” (2018), no qual o compositor contou com a participação privativo de Hermeto Pascoal. “Solo de Flutar – Salomão Soares e Vanessa Mulato” (2019) é um álbum em duo com a cantora Vanessa Mulato. “Variegado Urbano – Salomão Soares Trio” (2019) é o álbum na formação de trio com Paulo Almeida (bateria) e Thiago Alves (contrabaixo). Outro com a cantora Vanessa Mulato é “Yatra-Tá – Salomão Soares e Vanessa Mulato” (2021). Já “Baião de Dois – Salomão Soares e Guegué Medeiros” (2023) é um álbum em duo com o percussionista Guegué Medeiros que homenageia a música do Nordeste.

“Interno” (2023) é o sétimo álbum de sua discografia, mas o primeiro solo do pianista. “‘Interno’ é a minha história no piano e na música. Homenageia artistas que me influenciaram, porquê Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Ariano Suassuna, meus pais e inclui composições inspiradas em ritmos brasileiros menos usuais para o piano, porquê caboclinho e bumba-meu-boi.

Assista, no final do texto, ao vídeo no qual Salomão Soares toca “Caboclinho Armorial”, uma das nove músicas muito muito gravadas no álbum “Interno”.

Hermeto Pascoal, Toninho Quintal, Leny Andrade (1943-2023), Renato Braz, Mônica Salmaso, Arismar do Espírito Santo e Hamilton de Holanda, entre outros artistas, já tocaram com Salomão Soares. “Hermeto Pascoal é um gênio. É incrível presenciar a música brotando daquela mente privativo. Hamilton, com quem trabalho e viajo pelo mundo em trio, é um músico genial e muito focado, alguma coisa inspirador de ver de perto.”

Em novembro do ano pretérito, Salomão Soares tocou em Portugal, na Espanha e Bruxelas, realizando sete apresentações solo do álbum “Interno”. “Foi uma experiência rica levar esse concerto para a Europa. A música brasileira tem uma potente repercussão lá fora. Tenho uma memorial privativo dos concertos nas Ilhas Canárias e em Lisboa.”

Leia, a seguir, a entrevista que Salomão Soares concedeu, com exclusividade, ao Música em Letras.

O que difere um pianista concertista de um pianista porquê você?

Não tive oportunidade de estudar música clássica na juventude, pois cresci no interno da Paraíba. Desenvolvi uma maneira única de tocar piano, resultando na música que faço hoje. A principal diferença é a concepção no palco; adoro improvisar e tocar o que me ocorre no momento.

Em que a música de concerto e a música popular mais se distinguem?

A música de concerto tem um repertório prédeterminado, enquanto a música popular oferece mais liberdade para geração e improvisação.

Pianistas de música popular são discriminados por pianistas da música erudita? Por quê?

Infelizmente, ainda ocorre esse tipo de discriminação, embora esteja diminuindo. É triste, pois no final estamos todos fazendo música e fazendo o que amamos.

O contrário, pianistas da música erudita discriminados por pianistas da música popular, também ocorre?

Acredito que essa discriminação tem minguado consideravelmente. Não tenho presenciado ou ouvido falar sobre isso recentemente.

Porquê perfazer com essa discriminação?

Devemos entender que estamos todos no mesmo navio. A música e seus intérpretes e compositores devem ser respeitados, independentemente do gênero ou concepção artística.

Porquê você reage ao saber que é uma das grandes revelações da novidade geração de instrumentistas brasileiros?

Fico feliz e honrado. É fruto da nossa guerra, persistência e dedicação ao que amamos. Sou da Paraíba, vim para São Paulo sozinho, sem família cá. Abri mão de muito para perseguir meus sonhos, e sigo na luta.

Defina o álbum “Interno”.

‘Interno’ é a minha história no piano e na música. Homenageia artistas que me influenciaram, porquê Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Ariano Suassuna, meus pais e inclui composições inspiradas em ritmos brasileiros menos usuais para o piano, porquê caboclinho e bumba-meu-boi.

O que o levou a gravar um disco solo? Quando e porquê você sentiu estar pronto para essa tarefa?

Sempre quis fazer um álbum solo, mas esperava o momento notório. Estudei e compus para piano solo ao longo dos anos. Ano pretérito, conversando com Thiago e Thalita do selo Blaxtream, resolvi gravar e aconteceu no belíssimo Teatro Pedro II, em Ribeirão Preto.

Qual a maior dificuldade encontrada ao gravar “Interno”?

Trabalhar o desapego! Paladar de improvisar e tocar livremente, logo o repto foi conseguir o melhor take e a melhor performance e originalidade nas gravações.

Faça um filete a filete das sete composições de sua autoria e das duas releituras de “Interno”.

“Caminho dos Ventos” – Música que abre o disco, e ela tem um clima ao meu ver mais remansado e meditativo. Ela tem um ostinato que fica acontecendo quase o tempo inteiro na mão esquerda, logo é porquê se fosse um vento que caminha livremente…

“Caboclinho Armorial” – Essa música é um ritmo chamado caboclinho, não é tão usual ouvir esse ritmo no piano solo, eu pelo menos nunca ouvi antes. Eu já tinha constituído ela há alguns anos, fiz em homenagem ao meu conterrâneo Ariano Suassuna.

“Esquina D’chuva” – Essa é meu xodó do disco. É uma balada, muito calma, e a compus inspirado na voga de viola caipira. Me remete a esse ar de um Brasil profundo e pleno de paixão.

“Grandes Sertões: Veredas” – Essa constituição tem um rimo que eu senhoril lá do Maranhão, que é o bumba-meu-boi. Também não é tão generalidade ouvir no piano solo, e isso é um repto que eu palato muito de explorar, que é porquê trazer para o piano ritmos que não são comuns de ouvir. Ela foi composta inspirada no livro do gênio Guimarães Rosa “Grande Sertão: Veredas”.

“Seu Soares e Dona Branca no Forró” – Constituição dedicada aos meus pais, na memorial que eles gostam muito de dançar forró até hoje, e tenho recordação deles dançando comigo nos braços entre eles.

“Desentoado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça – O Tom é um dos meus compositores prediletos, e eu não poderia deixar de homenageá-lo nesse álbum.

“Pássaros” – Essa constituição eu também já tinha há um tempo cá na gaveta e achei que ela compunha muito esse repertório.

“Fátima”, de Hermeto Pascoal – É um chorinho do Hermeto Pascoal, que foi gravado naquele show antológico do Hermeto em Montreux. Eu cresci ouvindo muito esse show, e nessa música especificamente tem um solo do Hermeto na escaleta de tirar o fôlego. Portanto fiz questão de colocar essa música no álbum porque ela faz secção da minha vida.

“Janelas” – Essa filete compus inspirado numa grande referência pra mim que é o Chick Corea.

Por que as pessoas devem ir ao show de lançamento de “Interno”?

É uma oportunidade de ouvir um piano que explora os diversos Brasis e minha história com a música e o piano brasílio.

Complete as frases a seguir:

Para ser um artista no Brasil há de se saber mourejar muito muito com… os desafios e adversidades do cenário cultural, que inclui desde a falta de investimentos até a dificuldade do mercado músico.

Um pianista deve estar cauteloso à saúde de suas mãos preservando-as de… situações que possam machucá-las.

O melhor tirocínio que há para as mãos de um pianista é… ter contato com o instrumento de forma consciente e sempre procurar demorar antes de tocar.

O melhor tirocínio que há para a cabeça de um pianista é… fazer a música que governanta e que está no coração!

O melhor tirocínio que há para a psique de um pianista é… crer na sua música interno.

A música deve ser estudada em todos os aspectos, principalmente… com a música que cada um tem dentro de si.

Para se edificar uma curso sólida, um músico instrumentista deve… ter dedicação e paixão pelo que faz.

Tocar piano solo é… se despir.

Tocar piano acompanhando é… fabricar junto.

Para tocar música popular no piano é preciso… ter contato com a música popular.

Para tocar música de concerto no piano é preciso… estudar música clássica.

Para tocar forró no piano é preciso… ir a um forró e dançar bastante.

Para tocar samba no piano é preciso… ouvir muita roda de samba.

Para tocar pranto no piano é preciso… ter contato com o repertório e ouvir os mestres Laércio de Freitas, Radamés Gnattali, Hércules Gomes, Chiquinha Gonzaga, entre outros.

Para tocar jazz no piano é preciso… ter contato com o universo do jazz e ouvir muitos pianistas.

Para tocar rock no piano é preciso… ouvir e adentrar no universo do rock.

Para tocar piano é preciso… querer, ouvir, praticar e persistir.

Se eu não tocasse piano tocaria… bateria.

A música instrumental no Brasil precisa… de incentivo público e privado para que todas as pessoas do Brasil tenham aproximação a ouvir e saber.

A música no Brasil encontra-se em uma situação… complicada em termos de distribuição, mas há muita coisa boa sendo produzida por grandes artistas da novidade geração. Falta essa música chegar a todos.

Melhoraria muito a exigência do músico brasílio se… houvesse mais investimento público e privado.

No exterior o músico brasílio pode perceber que… a música brasileira é muito potente, namorada e respeitada.

Minha maior alegria com relação à música brasileira é saber que… posso levar um pouco dessa música tão rica adiante.

Só a música brasileira pode… transmitir a inconstância e a riqueza cultural do nosso país.

Assista, a seguir, ao vídeo no qual Salomão Soares toca “Caboclinho Armorial”

Bom show!

SHOW DE LANÇAMENTO DO ÁLBUM ‘INTERIOR’

ARTISTA Salomão Soares

QUANDO Quarta-feira (14), às 20h

ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, tel. (11) 3095-9400

QUANTO De R$ 15 a R$ 25

Folha

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