Policlínica Da Vila Olímpica Vira Sus Para Atletas De Países

Policlínica da Vila Olímpica vira SUS para atletas de países pobres – 31/07/2024 – Esporte

Esporte

“É sensacional. É porquê um SUS.” A descrição é de uma voluntária que trabalhou na Rio-16 porquê tradutora, muito antes do sistema público de saúde do país virar heroi vernáculo na pandemia. Cansada das quase sempre repetitivas entrevistas coletivas, a psicóloga bilíngue pediu à organização dos Jogos para ser designada para qualquer outra espaço. O currículo internacional na espaço médica empurrou portanto a voluntária para a Policlínica da Vila Olímpica, onde poderia ajudar no atendimento das estrelas do esporte. A questão é que elas são poucas.

No cotidiano quase invisível do pequeno mas muito equipado hospital que atende a família olímpica, atletas de ponta, os reconhecíveis, são raros. Quando aparece um Novak Djokovic é para um fiscalização de imagem rápido e, com alguma sorte, para aquela foto de recordação. A maioria que aflui para a instalação são esportistas desconhecidos, de países com poucos recursos —o planeta gerido pelo Comitê Olímpico Internacional é maior do que a ONU.

“O pessoal aparece com questões simples, detrás de tratamento essencial. Tem gente que passa pelo dentista, dá uma universal. Tem gente que sai com óculos”, conta a voluntária, que prefere não se identificar.

Em Saint-Denis, no meio da Vila Olímpica dos Jogos de Paris, o cotidiano da policlínica montada pelos franceses não é muito dissemelhante. Em três andares, a instalação tem capacidade para fazer 700 atendimentos diários. O prédio, originalmente uma escola de fisioterapia, abriga uma farmácia e consultórios de cardiologia, ginecologia, oftalmologia e odontologia, sala de primeiros socorros e duas máquinas de sonância magnética instaladas em caminhões estacionados em um recinto. Não há sala de operação, pois os eventos mais complicados são transferidos para hospitais de referência em Paris.

“São instalações muito boas, porquê foram as do Rio”, afirma Tathiana Parmigiano, médica da equipe brasileira. “A policlínica cumpre um papel fundamental nos Jogos, poucas delegações têm médicos, psicólogos e outros especialistas, porquê o Brasil.” O Comitê Olímpico do Brasil trouxe mais de dez profissionais para Paris e montou, no prédio do país na Vila Olímpica, salas de fisioterapia, massoterapia, piscina de gelo e até um minilaboratório de análises bioquímicas.

No Rio, em vivenda, o Time Brasil contava com estrutura ainda maior. Por ser referência no esporte sítio, Parmigiano foi convidada pelo COI para atuar na policlínica carioca. “Passei semanas em uma vida dupla. Uma secção do dia eu estava na missão brasileira, porquê agora em Paris. Aí, quando dava a hora, eu trocava de uniforme e virava médica do COI. Foi uma experiência incrível.”

Tathi, ou doutora Tathi, porquê é chamada pelas atletas, é ginecologista. “No Rio, pela primeira vez tivemos uma sala de ginecologia nos Jogos, foi um progressão importante para o esporte feminino.” Nela, um dia recebeu a goleira do time de handebol de Angola. “Ela ficou tão feliz por estar sendo atendida por uma mulher, por uma médica, que logo contou a novidade para as colegas. Quando eu percebi, já tinha atendido a equipe inteira”, conta Tathi, rindo.

Houve episódios difíceis também. “Um dia apareceu uma desportista do Egito. Ela estava sozinha e nunca tinha ido a um ginecologista. Conversamos sobre o corpo dela, sua anatomia, tudo era novo para ela. Foi um momento único para mim porquê médica”, diz Tathi. “São muitos países, muitas culturas, em diferentes estágios no saudação à requisito das mulheres. É uma grande troca de vivências e informações”, completa. “Às vezes, um diagnóstico de normalidade funciona porquê remédio.”

Intercâmbio com momentos complexos também, porquê uma prenhez escondida ou uma suspeita de afronta. “A desportista entrou com o técnico na sala de ginecologia e a conversa não foi fácil. Quando me dei conta, percebi que ele não ia trespassar da sala. Muito complicado.”

Em entrevista ao jornal francesismo Le Monde, Philippe Le Van, diretor médico do Comitê Organizador de Paris-2024, confirma que a policlínica serve, na prática, muito mais a esportistas de países mais pobres ou com menor estrutura. O fenômeno se repete nos Jogos Paralímpicos, com a procura, por exemplo, de próteses mais eficientes e modernas.

“É simples que eu tirei uma foto com Djokovic quando ele apareceu na clínica para fazer uma sonância”, brinca Tathi. “Mas a verdade é que a experiência foi muito maior.”

Folha

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