Por Que Fãs Gastam Para Ver Taylor Swift Fora Do

Por que fãs gastam para ver Taylor Swift fora do Brasil – 01/08/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Levou meses até que Taylor Swift anunciasse que sua “The Eras Tour”, a maior turnê de música pop da história, passaria pelo Brasil. O mesmo aconteceu com Madonna, que só contou que se apresentaria nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, quase um ano em seguida sua passagem pela Europa e pela América do Setentrião. Com temor de nunca verem seus ídolos ao vivo, fãs brasileiros gastaram milhares de reais para viajar e os ver no exterior.

Há ainda aqueles que não se satisfazem em ver a um show uma só vez, uma vez que os fãs de Swift, que vêm rastreando as paradas da cantora mundo afora mesmo depois de a ver no Brasil, em novembro do ano pretérito.

É o caso da influenciadora do dedo Beatriz Glion, que já tinha visto um show de Swift no Rio de Janeiro, no dia em que a sensação térmica dentro do estádio do Engenhão chegou a 60º C e que a fã Ana Clara Benevides morreu em seguida passar mal em meio à povo. Em maio, Glion viajou à Suécia para ver a outra apresentação. “Senti que não consegui aproveitar tanto por conta do calor extremo. Não tinha nem pujança de trovar e vibrar normalmente. Precisava de outro show”, afirma.

Glion ficou hospedada na mansão dos tios de uma amiga, a também influenciadora Giulia on Fire, que a acompanhou no show e viu Swift também pela segunda vez. A passagem de avião custou em torno de R$ 3.000, e o ingresso, R$ 2.000. A compra foi tão disputada uma vez que no Brasil, conta Glion, mas a experiência na Suécia foi “mais deleitável”.

“Lá o lugar é marcado, portanto não tem urgência de chegar muito antes do início do show e esperar na fileira”, diz Glion. “Na saída, o escoamento da povo foi organizado, com segurança. No Rio foi um caos. Contratamos um sege para esperar a gente, torcendo para não ter arrastão”, acrescenta Giulia, para quem, por outro lado, a povo é muito mais animada no Brasil.

Swift não é a única que atrai brasileiros para seus shows internacionais, já que, historicamente, o Brasil fica de fora da rota dos astros do pop, caso de Beyoncé e Lady Gaga, que não fizeram shows no país nas suas últimas duas turnês, nos anos pretérito e retrasado. No caso de Gaga, o cancelamento de sua apresentação no Rock in Rio de 2017 parece ter aterrorizado os fãs brasileiros, que temem nunca ter a chance de vivenciar o show dela no Brasil.

É o sentimento de Rodrigo Rovaroto, de 25 anos, que tinha o sonho de ver a um show de Beyoncé e foi para a Alemanha realizar isso. A cantora até veio ao Brasil, numa passagem relâmpago e surpresa por Salvador, mas não fez nenhum show no país durante a sua “Renaissance Tour”.

A influenciadora Alice Aquino, que também viajou para ver Swift, nos Estados Unidos, antes de saber que haveria apresentações da cantora no Brasil, compartilha do mesmo sentimento que Rovaroto.

Aquino diz ainda que as fotos e vídeos de shows podem incentivar seus seguidores a querer viajar para ver seus artistas prediletos. Segundo ela, a prática está relacionada ao isolamento causado pelo coronavírus. “Com a pandemia, abrimos mão de muitas coisas que poderíamos viver. Quando as coisas voltaram, a vontade dessas experiencias era muito grande”, ela afirma.

As viagens não são baratas, conta Marcos Fagundes, publicitário de 53 anos que se considera um “aficionado por show e festival” desde 2010, quando foi ao festival Coachella, nos Estados Unidos. Os custos aumentaram nos últimos anos devido à cotação do dólar e à inflação, ele diz. “Antes, para ir ao Coachella, com um pacote com tudo incluso e ficando em um resort, eu gastava R$ 10 milénio. Hoje sai mais do que R$ 25 milénio.”

Mas os custos envolvidos em uma viagem não são um proibitório para que os fãs realizem seus sonhos, segundo Gisele Jordão, profissional em economia da cultura na Escola Superior de Propaganda e Marketing e líder do Quadro Setorial da Cultura Brasileira, pesquisa que monitora as práticas do consumo na indústria do entretenimento.

“Se a atração está de congraçamento com a intenção da pessoa, o preço será só um critério proibitório, mas não um critério de decisão”, diz. Ir a shows, segundo a profissional, é uma atividade que está mais relacionada à autorrealização e não a uma lógica econômica racional em relação ao que é considerado custoso ou barato. “A realização pessoal está supra da questão econômica, e isso vale para qualquer resultado de entretenimento e arte.”

Folha

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