Aracaju
Grande secção do mercado de mídia do país ficou surpreso no último dia 8, quando Antonio Tabet e Ian SBF, fundadores do grupo Porta dos Fundos, decidiram trespassar da empresa. A multinacional Paramount também deixou de ser sócia.
Mas quem vive de perto não se surpreendeu com o movimento. Nas últimas semanas, a poste ouviu diversos funcionários, ex-funcionários e pessoas ligadas ao grupo para entender a situação. Não foi uma saída tão amistosa quando se vendeu. Houve bastante discordância sobre os rumos do grupo.
Hoje, João Vicente de Castro, Gregório Duvivier e Fábio Porchat são os sócios da produtora. Dos três, João Vicente é quem tem liderado os rumos empresariais e criativos da empresa, fazendo a interlocução com funcionários e produtores.
Pessoas que trabalham no Porta ouvidas pela poste criticam seu modo de comandar; João é chamado de “intransigente” e com “pouco diálogo com quem tem ideias diferentes das suas”. Segundo perfeito, a crescente influência de João na empresa deu-se por sua proximidade com Porchat e Duvivier.
Com o tempo, era sabido, ainda que não oficialmente, que João falava por três mesmo na falta dos colegas. Isso foi aumentando a insatisfação de SBF e Tabet, que já não frequentavam a sede do Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, há quase um ano.
Neste tempo, atores que ainda tinham contrato foram desligados da empresa. O termo do elenco fixo de humoristas liberou nomes porquê Thati Lopes, Evelyn Castro, Ed Gama, Rafael Portugal, entre outros, da obrigação de gravar esquetes e projetos. Eles passaram a ser contratados por obra.
Há também agora uma perspectiva, com a saída da Paramount, de o Porta dos Fundos acessar leis de incentivo, o que antes não acontecia. Um sinal desta tendência pode ser a campanha realizada em conjunto com o STF (Supremo Tribunal Federalista), lançada neste mês. A parceria foi criticada por alguns fãs do coletivo.
O que dizem os sócios
Na sarau de lançamento de “Vale Tudo”, romance das nove da Mundo em que faz secção do elenco, João Vicente de Castro disse à poste que a saída de Antonio Tabet e Ian SBF foi tranquila e que não houve rusgas.
“Foi tranquilíssimo. O Ian e o Tabet estão em uma temporada incrível de trabalho. O Tabet está muito muito com uma peça de teatro e o SBF está produzindo sem parar publicidade. Foi um momento em que todo mundo parou e pensou: ‘é isso, é isso’. Graças a Deus não teve disputa, não teve zero, está todo mundo feliz e é isso”, afirmou.
Gregório manteve o tom: “Foi uma saída amistosa. Tenho o maior carinho pelos dois, e inclusive planos juntos. Eles já estavam mais distantes da empresa, o Ian morando em São Paulo, o Kibe [Antonio Tabet] viajando o país com a peça. Mas não teve nenhuma disputa, não.”
Fábio Porchat também comentou sobre o tópico e seguiu a traço de João e Duvivier: “Somos uma empresa feita de muitas visões e personalidades diferentes — e isso é justamente o que nos fortalece. O João sempre foi uma peça-chave tanto no desenvolvimento criativo quanto na pronunciação com o mercado. Um pilar fundamental para o Porta dos Fundos, assim porquê todos os demais fundadores.”.
Antonio Tabet afirmou que não tem “zero a falar neste momento sobre isso”. O mesmo aconteceu com Ian SBF. “Agradeço o contato, mas na verdade eu não tenho zero pra falar sobre isso. Obrigado pela compreensão”.
O Porta dos Fundos enviou uma nota em que admite a maior presença de João Vicente de Castro e o contrato por obra do elenco. Veja na íntegra:
“O Porta dos Fundos conta, em seu corpo executivo, com profissionais experientes em áreas porquê Geração, Produção, Mercantil, Financeira, Jurídica, Informação, RH, entre outras, todas conduzidas pelo CEO Rafael Fortes. É ele quem compartilha mensalmente os resultados e as decisões internas com os sócios.
Uma vez que em qualquer empresa, os sócios — todos — opinam nas decisões executivas e buscam oportunidades no mercado. No último ano, Gregório Duvivier e João Vicente passaram a gravar um programa semanal no estúdio, o que resultou em uma presença mais manente na sede do Porta, tanto para gravações quanto para leituras de roteiro. Isso, evidente, soma-se à já existente presença deles nas gravações e leituras de roteiros de esquetes.
Há uma menção a uma subtracção no número de esquetes em nossos canais, o que não corresponde à verdade. O Porta dos Fundos não é mais um ducto exclusivamente de esquetes; hoje há outros tipos de teor também — ainda assim, contabilizando exclusivamente esquetes, a produção e publicação não diminuíram. Nossa audiência também só cresce. Em 2024, o Porta atingiu 1 bilhão de views, e, em fevereiro, tivemos o melhor resultado da história do ducto: 242 milhões de views.
Seguindo uma tendência de mercado e um movimento já observado nas emissoras de TV ensejo no Brasil, o Porta hoje faz contratos por obra com todos os seus talentos.
Sobre a captação de recursos via leis de incentivo: de indumentária, porquê qualquer produtora independente brasileira, o Porta dos Fundos agora poderá inscrever projetos para viabilizar suas obras.
No entanto, não há qualquer relação entre isso e a parceria que fizemos com o STF (que zero tem a ver com esse mecanismo de captação de recursos — o trabalho do Supremo Tribunal Federalista é prometer que as decisões do país estejam de combinação com o que a Constituição determina). A parceria com o STF teve porquê foco dar visibilidade a avanços recentes em decisões relacionadas aos direitos das mulheres. Já havíamos participado de outras campanhas pro bono antes — com o Zé Gotinha (fortalecendo a campanha pátrio de vacinação) e na divulgação das Metas Globais da ONU, para reportar alguns exemplos”.