Posse De Trump Se Contradiz Com Ymca, De Village People

Posse de Trump se contradiz com YMCA, de Village People – 20/01/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Um rapper branco outrora boca suja transformado em ícone da rebeldia country de direita. Um grupo icônico de disco pop com um hit frequentemente entendido uma vez que sobre encontros gays, que se tornou um hino global de esportes e bar mitzvahs.

Essas são as figuras contraditórias que há muito animam e energizam a música pop americana, a forma de arte onde grupos de interesse concorrentes estão mais próximos e mais propensos a colidir de maneiras inesperadamente produtivas. O caldeirão da música pop americana é bagunçado, resultado de séculos de cruzamentos criativos, voluntários e forçados, e às vezes imprevisíveis.

Logo, talvez não seja surpresa que, mesmo no palco do comício de vitória “Make America Great Again” do presidente eleito Donald Trump na tarde de domingo na Capital One Redondel —aparentemente um lugar inóspito para essas narrativas de diferença colaborativa— essas disputas persistiram.

Nos discursos —de Trump e muitos de seus substitutos— havia nativismo, isolacionismo e promessas de deportações recordes.

E ainda assim, para um partido e movimento construído em segmento sobre a exclusão e uma campanha marcada às vezes por provocações raciais, havia acenos conspícuos à heterogeneidade e inclusão, e reconhecimentos sutis do poder do caldeirão multirracial da música pop americana.

Lá estava Kid Rock, sua voz marcada e poderosa, cantando “All Summer Long,” sua invocação vencedora de “Sweet Home Alabama,” antes de colocar um boné vermelho “Make America Great Again” e dar uma volta arranhando na mesa de seu DJ. Em uma mensagem de vídeo durante a apresentação, Trump prometeu fazer da América rock novamente, intercalada com imagens de músicas do Run-DMC.

Billy Ray Cyrus, que foi anunciado uma vez que um dos artistas do comício, mas que não foi ouvido além da passagem de som, teria aprofundado essa narrativa curiosa uma vez que um ex-galã country resgatado no final da curso por trabalhar com um novato queer do hip-hop, Lil Nas X, em “Old Town Road.”

E, simples, havia Village People, que performaram “Y.M.C.A.” no final do comício com Trump detrás deles, dançando e ocasionalmente cantando junto.

A história de origem da música importava? Não importava. (Victor Willis, o vocalista do grupo e único membro original remanescente, fez manchetes no mês pretérito quando postou nas redes sociais que a música “não é realmente um hino gay.”)

Mas, simples, é logo que Trump vê a música: uma vez que temas, músicas de luta, trilhas sonoras para memórias mais do que obras de arte. Ele tende a preferir hinos desprovidos de significado, desde que sejam memoravelmente duráveis. Ele subiu ao palco com Lee Greenwood serenando-o com “God Bless the U.S.A.,” uma vez que se estivesse aceitando a coroação de rei do dança.

A trilha sonora pré-comício —além de intrusos contemporâneos ocasionais (uma vez que “Versace on the Floor” de Bruno Mars, “Starboy” de The Weeknd) — inclinava-se para quatro a cinco décadas detrás. Era em grande segmento o som do Studio 54 e seus desdobramentos, espremido através de camadas de história e ironia e pós-história até que zero restasse além do ritmo.

A maioria dos palestrantes foi apresentado com lampejos de guitarra hard-rock, uma vez que se para tranquilizar (e energizar) a maioria do público branco. Mas as mensagens que entregaram eram em alguns lugares mais nuançadas. Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship, lembrou à povaléu do sucesso de Trump com eleitores não brancos, assim uma vez que Trump em seu oração, ansioso para pintar o MAGA uma vez que um movimento multirracial.

Mas as contradições nunca estavam longe da superfície. O superstar porto-riquenho Anuel AA abraçou Trump, dizendo que estava no palco para falar “em nome de toda a comunidade espanhola” e descrevendo a reação que recebeu por estribar Trump. Unicamente minutos depois, Stephen Miller, o assessor de Trump, criticou a política de fronteira do presidente Joe Biden, e Megyn Kelly, ex-âncora da Fox News, elogiou o Facebook e o McDonald’s por abolirem iniciativas de heterogeneidade, isenção e inclusão.

Foi o sumo em ter as duas coisas —abraçando astutamente os despojos da heterogeneidade americana enquanto argumentava vigorosamente contra. Usando a ótica e a sonoridade da integração uma vez que uma arma suave contra seu próprio progresso. O propósito do comício pretendia ser simples, mas a música sugeria uma verdade muito mais bagunçada —e ainda não resolvida— por plebeu.

Folha

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