Toda grande pátria empreende esforços de hacking, seja para sustentar seus serviços de lucidez, para obter vantagens comerciais ou para roubar dados de indivíduos-chave de entendimento com seus interesses.
A Coreia do Setentrião, por exemplo, frequentemente se engaja nos chamados ransomwares (sequestros de dados) em troca de pagamento de um resgate que ajude a financiar suas operações. A Rússia já se mostrou capaz de derrubar a operação de hidrelétricas inteiras na Ucrânia, enquanto os Estados Unidos usaram o vírus Stuxnet para destruir instalações nucleares no Irã.
Nesta semana, tivemos um indicativo do poder da China nesta seara. Arquivos de uma empresa de segurança chinesa chamada I-Soon começaram a rodear pela internet. No início ninguém deu muita globo, até que múltiplos especialistas em segurança cibernética começaram a confirmar a verdade dos dados. E o que eles revelaram? Uma campanha ostensiva, financiada por numerário estatal chinês, para hackear tudo —de um sistema de segurança policial no Vietnã a departamentos governamentais de Índia, Coreia do Sul, Tailândia, Malásia e Japão.
Os hackers da I-Soon seriam capazes de invadir perfis no X, conectar-se remotamente a computadores com Windows, explorar falhas do iOS e do Android para raspar contatos, arquivos de mídia, gravações de áudio, dados do GPS, mensagens de WhatsApp, WeChat, Telegram e outros.
A extensão das atividades da empresa é tão ampla que especialistas preveem meses até que todas as brechas exploradas por eles nestes sistemas sejam corrigidas —e zero garante que até lá, já não tenham encontrado maneiras ainda mais criativas de fraudar a segurança.
O vazamento mostrou ainda que a empresa, embora privada, mantinha uma relação estreita com o Ministério de Segurança Pública da China, que realizava pagamentos frequentes em troca de monitoramento de cidadãos chineses no exterior. A I-Soon também prestou serviços para órgãos uma vez que o Tropa de Libertação Popular —as Forças Armadas chinesas— e a Polícia Vernáculo, além de vários governos provinciais. Conforme o numerário estatal diminuiu, provavelmente em função de desaceleração econômica, depravação e concorrência, a empresa usou os mesmos dados obtidos de forma criminosa para roubar e extorquir alvos mundo afora.
A revelação inspira cuidados extras por governos no mundo todo. As capacidades cibernéticas da China são de conhecimento público, em uma graduação de 50 hackers chineses para cada agente de cibersegurança oficialmente empregado pelo FBI, segundo estimativas do próprio órgão americano.
No ano pretérito, a Microsoft também já tinha soado o rebate depois detectar invasões do Volt Typhoon, um grupo de hackers chineses financiados pelo regime, em comunicações pessoais de embaixadores e secretários americanos. A surpresa trazida pelas revelações da I-Soon é a graduação. Se todos os dados vazados estiverem corretos —e não há motivos para duvidar disso até agora—, há muito pouco que eles não consigam invadir.
Isso também coloca países em desenvolvimento em uma sinuca de ponta complicada. Os EUA vêm há anos batendo na tecla de que empresas uma vez que as chinesas ZTE e Huawei poderiam expor dados de governos parceiros a riscos, citando a suposta existência de backdoors —uma espécie de porta secreta que possibilita acessos não autorizados— em sistemas de 5G.
Todavia, atrasados uma vez que estão em infraestrutura sátira, os americanos nunca foram capazes de apresentar alternativas viáveis. Ao contrário, preferiram se concentrar em oferecer opções de empresas europeias e japonesas, mais caras, atrasadas e, em universal, zero competitivas.
Sob risco de permanecer na rabeira da revolução do dedo, não há muito que nações mais pobres possam fazer a não ser optar pelos parceiros chineses, a despeito de potenciais riscos.
Para nosso próprio muito, é bom que comecemos a prestar atenção a leste tipo de coisa. No Brasil, já tivemos que mourejar com espionagem industrial e política americana —quem não se lembra dos grampos revelados por Edward Snowden contra a ex-presidente Dilma Rousseff?— e a Abin precisa decorrer se quiser moderar estes novos players globais. Ignorar o problema significa colocar ativos valiosos à mercê de estrangeiros: de planos de investimento da Petrobras a propriedade intelectual da Embraer, por exemplo.
Em tempos de guerra cibernética, investir em proteções extras aos nossos sistemas vai precisar ser prioridade vernáculo.
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