Prêmio periferia viva recebe abre edital de seleção

Prêmio Periferia Viva recebe abre edital de seleção

Brasil

A fenda do edital 2025 do Prêmio Periferia Viva ocorreu na tarde deste sábado (14), na Associação  dos Moradores de Heliópolis e Região (UNAS). É provável inscrever os projetos participantes nos próximos dias através do site do Ministério das Cidades. 

Promovida pela Secretaria Vernáculo de Periferias, do Ministério das Cidades, a iniciativa, em sua terceira edição, vai repartir prêmios em três eixos: iniciativas Populares, no qual 150 projetos receberão R$ 50 milénio; Assessorias Técnicas com premiação de R$ 30 milénio e três Iniciativas de Entes Públicos Governamentais, que receberão troféus.

O tema desta edição é “Periferia Viva é construção coletiva”. O objetivo é valorizar iniciativas nas periferias, produzidas pelos seus moradores e com recursos direcionados para coletivos dos próprios territórios. Os candidatos devem participar de projetos que  estejam em curso e que promovam enfrentamento da desigualdade socioespacial e a potencialização e transformação dos territórios periféricos.

“O Prêmio Periferia Viva fortalece o papel ativo das comunidades em decisões significativas, destacando suas capacidades frequentemente ignoradas, e responde ao engajamento de redes e movimentos sociais que buscam melhorar a vida urbana periférica”, destacou em nota o secretário Guilherme Simões.

Museus, agroecologia e projetos culturais foram alguns dos selecionados em 2024, entre os quais a Okupação Cultural C.O.R.A.G.E.M., sediada na Cohab José Bonifácio, na Zona Leste de São Paulo. 

Para a Okupação, o prêmio foi fundamental para fortalecer a sustentabilidade e perpetuidade das ações. “Com o recurso, conseguimos gerar um caixa emergencial, o que nos permitiu atender às principais necessidades do espaço. Realizamos pequenas reformas estruturais que melhoraram o conforto para quem frequenta nossas atividades, além de prometer mais segurança para o nosso montão, equipamentos e materiais das coletivas que integram a Okupação. Esse base também nos trouxe mais fôlego para seguir desenvolvendo ações de forma autônoma”, explicou Letícia Ferreira, gestora e produtora cultural que atua na iniciativa.

O processo de seleção foi um momento importante para o grupo Okupação, que já tem 10 anos de atuação. Para Letícia, se tratou de um incentivo para manter documentos e registros atualizados, além de revisitar e reconhecer a trajetória. “Esse tirocínio de sistematização nos fortaleceu no que se refere à ampliacao da nossa capacidade de organizar informações, discursar melhor e planejar projetos futuros de forma mais estruturada e estratégica. Também nos tornou mais preparados para participar de outras seleções e fortalecer nossa atuação em rede”, completou a gestora.

O espaço, que revitalizou uma superfície abandonada na COHAB, recebe artistas, oficineiros e produtores e mantém programação gratuita.

Além de viabilizar a ampliação de projetos, porquê a compra de um terreno pelo projeto Quebrada Orgânica, o reconhecimento ajuda na construção de portfólios para projetos futuros. A agricultora Joy Izauri, que é gestora do projeto na região do Jardim São Luiz, na zona sul de São Paulo, detalhou porquê os frutos deste reconhecimento já estão aparecendo. Chamados para oficinas em uma unidade do Sesc, ter o Periferia Viva no portfólio foi um elemento a mais na seleção. 

“[o prêmio] ajuda não só na secção financeira, mas ajuda as iniciativas a serem reconhecidas no próprio território e a mostrar para a própria comunidade, superando dificuldades de diálogo com os outros moradores do território”, contou Joy.

O Quebrada Orgânica é um projeto de cultivação familiar em contexto urbano e periférico, formado por ela, pelo marido Robert, pelo sogro Gil, e pelos filhos do par, Leônidas, de 8, e César, de 4 anos. Além de produzirem meia tonelada de mantimentos por ano, secção da qual é doada aos vizinhos, também realizam um festival de cultivação urbana, em um trabalho que não vê um término próximo.

“A gente acredita que tem trabalho para fazer para o resto da vida, sabe? E dentro disso a gente pode se singularizar e fazer milénio coisas, porque a gente pensa a terreno porquê laboratório mesmo, porque a gente não trabalha só a produção de iguaria cá. Os menus do nosso festival anual são criados a partir daquilo que a gente vegetal cá. O espaço é pensado porquê museu a firmamento sincero. Portanto, se você vier para o nosso festival, você vai ver as obras de arte, as instalações, em meio aos canteiros de produção de mantimentos. Você vai ver informação em agroecologia, em ecologia”, explica a agricultora.

Também de outra periferia, mais próxima do mar, um outro projeto premiado em 2024 mostrou o potencial deste tipo de edital na perpetuidade de políticas culturais. No Museu de Favela do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, na cidade do Rio de Janeiro, foi criado o primeiro Ponto de Memória, no Programa de Segurança Vernáculo, o PRONASC, com base de outros órgãos, porquê o IPHAN.

“A dinâmica do Periferias Viva em 2024 foi de muito estágio. Os encontros foram muito importantes, dando a dimensão do programa no território vernáculo”,  nos contou Sidney Silva, que também atende por Tartaruga.

Neste Museu, que nasceu porquê uma estratégia de valorização da comunidade e elemento de segurança comunitária e que o rabino Sidney conceitua porquê “museu de território”, há um rodeio de arte denominado Volta Casas-Telas. Esse rodeio tem 27 obras de arte, nas fachadas das casas de moradores. “São obras de grafite que retratam a nossa memória nas fachadas da mansão dos moradores”. 

Com o recurso, a instituição carioca ampliou o atendimento, criou brinquedotecas itinerantes e apoiou outras iniciativas que realizavam, já que o Museu só pode ser visitado ao se marchar pelas comunidades, ampliando ações que já são apoiadas pela secretaria estadual de cultura fluminense. 

Fonte EBC

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