Republicano debochou de vaias à cantora Taylor Swift, que apoiou Kamala Harris nas eleições, e afirmou: ‘MAGA é muito implacável’. Para o professor Oliver Stuenkel, estratégia do republicano é desviar a atenção de outros temas. Trump usa Super Bowl para dar indireta política
O republicano Donald Trump, primeiro presidente dos EUA a ver ao Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, aproveitou o momento de atenção para dar indiretas políticas e cutucar a artista Taylor Swift.
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Secção da turba no Super Bowl não recebeu calorosamente a vencedora de 14 Grammys. Taylor Swift foi vaiada quando apareceu no telão do estádio Caesars Superdome durante o jogo, enquanto Trump foi aplaudido ao ser exibido durante o hino vernáculo.
A cantora, que estava sentada ao lado da rapper Ice Spice, respondeu às vaias olhando de lado para a câmera e rindo, perguntando “o que está acontecendo?”. A cantora costuma participar dos jogos para concordar o namorado Travis Kelce, jogador do Kansas City Chiefs.
Posteriormente o jogo, Trump não perdeu tempo e foi para as redes sociais zombar do caso. Em um post na Truth Social, o republicano escreveu: “A única que teve uma noite mais difícil do que a do Kansas City Chiefs foi Taylor Swift. Ela foi vaiada ao trespassar do estádio. MAGA é muito implacável!”.
O motivo das vaias, no entanto, pouco tem a ver com política. Segundo a prensa americana, Taylor foi vaiada por torcedores do Philadelphia Eagles. A equipe, que venceu o Super Bowl, é do mesmo estado onde a cantora nasceu — a Pensilvânia.
A artista, inclusive, torcia para o Philadelphia Eagles, mas trocou para o “Chiefs” para concordar o namorado.
A reação de Trump parece dar perpetuidade a uma rivalidade que o presidente começou no ano pretérito, depois que a artista apoiou publicamente a adversária de Trump nas eleições presidenciais, a ex-vice-presidente Kamala Harris.
Em setembro do ano pretérito, Taylor decidiu tornar público o voto na democrata depois que Trump compartilhou várias imagens falsas dela geradas por IA, As fotos sugeriam que a cantora e seus fãs estavam apoiando a candidatura republicana.
Na postagem declarando o voto, Taylor escreveu que as imagens “realmente evocaram meus medos em relação à IA e os perigos de espalhar desinformação” e a fizeram concluir que deveria ser transparente com os fãs sobre os planos reais da artista para a eleição.
Um dia depois, Trump apareceu na TV e disse que Taylor “parece sempre concordar um democrata e provavelmente pagará um preço por isso no mercado”.
Poucos dias depois, Trump foi mais explícito sobre seu insatisfação com a cantora, e publicou um post dizendo: “I HATE TAYLOR SWIFT!” (“Eu odeio a Taylor Swift”, em tradução para o português).
As interações entre o portanto candidato republicano e a cantora geraram muito engajamento nas redes sociais. Para Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, uma das metas de Trump é dominar o debate público e pautar a agenda, sobretudo quando ele quer desviar a atenção de outros temas.
“Trump tem uma capacidade singular de definir qual será o ponto principal do dia e, às vezes, são propostas políticas muito polêmicas, porquê apensar Gaza, ou ataques porquê esse à Taylor Swift, que também gera muito engajamento”, defende.
Segundo o professor, mesmo o engajamento negativo acaba sendo positivo na visão de Trump, já que, com isso, outros temas recebem menos atenção.
“Isso faz segmento da estratégia dele, ele cresceu nesse envolvente de entretenimento. Ele pediu a seus funcionários que pensassem cada dia da sua presidência porquê um incidente de programa de televisão”, disse Stuenkel.
A estratégia de dominar o debate público é conhecida por “flood zone” (“inundação”, em tradução para o português), e funciona através de uma sobrecarrega de notícias.
A grande quantidade de medidas polêmicas anunciadas desde a volta de Trump ao poder, no dia 20 de janeiro, tarifa o debate mundial e tira o foco da opinião pública e dos críticos ao governo dele.
O objetivo da estratégia, que também foi aplicada no primeiro procuração de Trump por orientação de Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente e “guru da direita”, é produzir polêmicas quase que diárias para desviar o foco do debate. Para Stuenkel, Trump pode ter vitória ao adotar a medida.
“Trump utiliza esse tipo de ocasião, porquê Super Bowl, para lucrar visibilidade. E eu acho que, por enquanto, essa estratégia vai funcionar. Nenhuma liderança dos democratas, hoje, consegue rivalizar com Trump em termos de visibilidade nas redes sociais”, afirma.
“Todo dia já é uma expectativa na prensa nas redes sociais, sobre o que ele vai fazer ou porquê vai se comportar. O Super Bowl faz segmento dessa estratégia.”
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Keilla Roble/GloboNews
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Fonte G1
