Faz menos de cinco anos que a F1 demonstrou pela primeira vez uma preocupação com sustentabilidade. A categoria mais prestigiada do esporte a motor, fundada em 1950, anunciou no final de 2019 o seu projecto para zerar emissões de carbono até 2030 e promover corridas mais sustentáveis já a partir de 2025, duas metas ambiciosas para uma competição que faz uma série de viagens ao volta do mundo.
A temporada 2024, com início neste termo de semana, no GP de Bahrein, será a mais longa da história, com 24 corridas, número que poderia ter sido registrado em 2023, quando os GPs da China e Emília-Romagna acabaram cancelados.
Para o calendário deste ano, a F1 anunciou mudanças na ordem das etapas para agrupar provas próximas geograficamente, com objetivo de reduzir deslocamentos. Mesmo assim, foram mudanças pequenas.
A principal diferença foi alocar o Japão uma vez que quarta lanço do ano, antecedendo a corrida na China, que retorna ao Mundial, e da Austrália, formando um pequeno conjunto Ásia/Oceania. Dessa forma, a corrida em solo nipónico, praticamente, troca de lugar com a lanço do Azerbaijão, que será realizada em setembro.
As duas primeiras etapas, Bahrein e Arábia Saudita, serão disputadas neste sábado, às 12h (de Brasília, com transmissão na Band), e no próximo dia 9, também um sábado, em saudação ao Ramadã, um período sagrado para os muçulmanos.
No calendário islâmico deste ano, a data começa no dia 10, um domingo, por isso a corrida saudita teve de ser antecipada para o sábado, assim uma vez que a prova no Bahrein, adiantada para ter um pausa mínimo de sete dias entre uma prova e outra.
Apesar de buscar uma maior regionalização, a F1 ainda terá longas distâncias percorridas durante o conjunto europeu, quando o GP do Canadá será disputado entre as etapas de Mônaco e Espanha.
A pedido da Folha, Daniel Caiche, professor de pós-graduação em ESG e Sustentabilidade Corporativa da FGV, estimou as distâncias que a categoria vai percorrer para completar o calendário de 2024.
Para fazer o cômputo, foi considerada a localização dos circuitos, além de priorizar deslocamentos por vias áreas, uma vez que faz a F1. Desta forma, Daniel estima que o totalidade percorrido será de 117.920 km.
Fundamentado neste número, o professor também estimou que a pegada de carbono que o circo da categoria pode deixar é de 195.747 toneladas de CO2. Neste caso, foram considerados 80 membros e um peso de 30 toneladas para cada uma das equipes (veja a metodologia inferior).
De convenção com o professor, para realização do inventário de emissões exato, seria necessário possuir os planos logísticos detalhados da F1, que a categoria não divulga publicamente.
“Dessa forma, foram assumidas algumas premissas de cômputo com objetivo de possibilitar uma aproximação da veras e dar uma noção da magnitude do impacto [ambiental] da logística”, ele explica.
Para o tricampeão Max Verstappen, o calendário não é sustentável nem para o planeta nem para a saúde dos pilotos. “É sempre difícil saber em que fuso horário nós estamos.”
Um relatório da própria categoria, divulgado em 2019, na era em que assumiu o objetivo de zerar as emissões de carbono, afirma que F1 emitiu naquele ano 256 milénio toneladas de CO2. Murado de 45% disso vem da logística de viagens rodoviárias, aéreas e marítimas. Outros 27% vêm das viagens de funcionários de equipes e parceiros de eventos. Os próprios carros representam somente 0,7% do totalidade.
Isso significa que para atingir a meta é necessário mais do que a procura por um combustível renovável, frequentemente citada pela categoria para provar sua preocupação ambiental.
Atualmente, a F1 utiliza uma manadeira com 10% de etanol. Em 2026, quando um novo regulamento para os carros entrará em vigor, a porcentagem chegará a 100%.
A origem do moeda com o qual a tecnologia vem sendo desenvolvida, no entanto, é escopo de críticas.
Durante todas as etapas, marcas das principais empresas de combustíveis fósseis estão por toda a segmento, uma vez que a Shell, no carruagem da Ferrari, e a Petronas, no nome completo da Mercedes.
A presença mais visível nos circuitos, porém, é da Saudi Aramco, uma das maiores parceiras globais da F1. A gigante estatal do petróleo e do gás foi apontada em 2019 uma vez que o maior poluidor empresarial do mundo, responsável por quase 60 milénio milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono desde 1965, de convenção com relatório do jornal The Guardian.
Ao justificar a parceria, a dirigente de sustentabilidade da F1, Ellen Jones, que assumiu a função em 2022, quando o missão foi criado, diz que a Aramco está envolvida na geração do combustível sustentável.
“É importante trabalhar com quem pode fabricar combustíveis”, diz.
Jones também elenca outras ações que tem coordenado, uma vez que reduzir plásticos descartáveis nos locais de provas, incentivar práticas de reutilização e reciclagem, instalação de painéis solares e a introdução de transmissão remota das corridas. Nas corridas na Europa, segmento da logística é feita com caminhões com biocombustíveis.
Para atingir as metas de carbono zero até 2030, ela trabalha, ainda, por maximizar a eficiência logística da categoria, transformar as fábricas e instalações das equipes em espaços com 100% de vontade renovável.
São práticas semelhantes com as que são feitas pela FE, categoria que nasceu em 2014 com o propósito de ser sustentável. De convenção com Julia Palle, vice-presidente de sustentabilidade da FE, o calendário, por exemplo, “é ajustado anualmente para maximizar as rotas de frete sustentáveis ideais, incluindo o uso de frete rodoviário e marítimo”.
Palle afirma, ainda, que a FE faz uso de vontade renovável em corridas, uma vez que o óleo vegetal hidrotratado, que, ela afirma, “pode reduzir as emissões de CO2 em até 90% em conferência com o diesel padrão”, além de incentivar seus torcedores a privilegiarem o transporte coletivo.
Já o impulso da F1 na direção sustentável ocorre em um momento no qual a categoria procura rejuvenescer seu público. Uma pesquisa da própria categoria, com 167 milénio pessoas em 182 países, mostrou que 64% da base atual de fãs tem entre 16 e 34 anos. Do totalidade, mais da metade defende que o campeonato desenvolva combustíveis 100% verdes.
“As camadas mais jovens são cada vez mais conscientes dos impactos das mudanças climáticas na vida de cada um”, diz o professor da FGV Daniel Caiche. “Essa conscientização se materializa nas escolhas de consumo. Essas gerações estão mais exigentes na hora de consumir produtos e espetáculos, uma vez que a F1.”
Uma vez que foi feito o cômputo das emissões de carbono
Intervalo totalidade: 117.920 km
Nº passageiros: 80 por equipe
Trouxa: 30 toneladas por equipe
Fator por passageiro: 0,2 kgCO²/km
Fator por kg trouxa: 0,05kgCO²/km
Emissões passageiros: 18.867 tCO²e
Emissões trouxa: 176.880 tCO²e
Totalidade de emissões: 195.747 tCO²e
Manancial:
Adaptação da ICAO Carbon Emissions Calculator Methodology, 2018