Quem é Alexandre Pavão, Designer De Bolsas Nada Básicas

Quem é Alexandre Pavão, designer de bolsas nada básicas – 05/02/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Você provavelmente já viu um protótipo desta bolsa na fileira do supermercado ou na balada. De epiderme ou nylon, a alça é de cordas náuticas coloridas, e junto às ferragens laterais estão pendurados um mosquetão de escalada, um lacre, um chaveiro, uma argola de borracha e talvez qualquer outro penduricalho. Em geral com outras bolsas, o secundário fetiche da voga por superioridade, não há zero.

Seja de mão, de ombro ou transpassada, o designer destes produtos zero básicos, Alexandre Pavão, está cada vez mais divulgado nos últimos sete ou oito anos, mas suas bolsas, encontrados unicamente na loja online da grife em quantidades limitadas, ainda têm um ar de exclusividade. A marca que leva seu nome é tipo uma novidade que você só conta para os mais chegados.

Seus acessórios maximalistas conquistaram os jovens depois de celebridades uma vez que Sasha Menghel e Bruno Gagliasso serem fotografados com bolsas que ele tinha comprado na rua 25 de Março, meio do transacção popular de São Paulo, e customizado com os balangandãs que encontrava numa loja de ferragem da qual era vizinho. Hoje, as cordas trançadas e os mosquetões se tornaram a sua assinatura.

Em 2017, Pavão também conseguiu que Anitta usasse em seus shows um longuíssimo cinto laranja neon, que ia da cintura até a canela, impresso com a frase “this is not just a strap” —ou isso não é unicamente uma tira—, ajustado de uma alça de bolsa. Na idade, a marca italian streetwear Off-White virou sensação entre os descolados por seu cinto industrial, uma fita amarela de 2 metros de comprimento que podia ser vestida de diversas formas.

Cauteloso às tendências de fora e à geração Z que comprava e compra seus produtos, o paulista de Marília desenvolveu uma linguagem original e praticamente sem concorrentes no mercado brasiliano de acessórios, com bolsas, chapéus, carteiras —e às vezes roupas— ofertados a preços razoáveis. Por isso, às vésperas de completar 20 anos de marca, ele causou frisson no Instagram na semana passada ao anunciar seu primeiro evento de vendas presencial, dia 8 de fevereiro, em São Paulo.

Por que suas bolsas fazem tanto sucesso entre os jovens? “Eu acho que estava todo mundo meio buscando por coisas novas dentro da espaço de acessórios. Quando você veste uma roupa muito básica ou se você é uma pessoa muito básica, você sempre vai querer ter uma qualquer secundário que te complemente, mas que também chame atenção”, ele diz, numa conversa no escritório e ateliê da marca, em São Paulo.

Ali, num envolvente de salas coloridas uma vez que a linguagem do designer, artesãs pintavam à mão bolsas laranjas para servem vendidas no evento em São Paulo. Uma estante guarda caixas cheias dos pequenos badulaques para ornar as peças. Pavão compra de fornecedores as bolsas cruas, mas a customização é toda feita dentro de sua empresa, peça por peça, porque assim ele afirma ter controle do resultado final e poder fazer pequenas modificações caso os clientes peçam.

Ter um pedaço de seu universo custa a partir de R$ 500, para bolsas, ou R$ 250 para os chapéus estilo “bucket”, outro hit da marca, geral nas cabeças dos foliões durante o Carnaval. Quando inventou leste secundário, no qual aplica o mesmo esquema de cordas, mosquetões e argolas, ele conta que sua mãe duvidava do potencial da peça. “Você vai pescar aonde?”, ela disse, segundo Pavão, ao ver o fruto ornamentando os chapéus de pescador.

Débora Alves, a mãe do designer de 34 anos, teve papel fundamental no trabalho do fruto e no sucesso de sua marca. “Minha mãe sempre foi sacoleira. Ela comprava coisas em São Paulo, levava para Marília e a gente customizava para não parecer que era uma coisa pronta. Customizava e vendia. A gente fez as primeiras bolsas 100% nossas assim”, ele conta.

De 2006, quando a marca surgiu, até 2015, a dupla produzia sob encomenda bolsas mais sóbrias e com menos elementos, embora as adornasse com pérolas, brilhos e o broche de um pavão. Naqueles anos, atendiam um público de mulheres do interno de São Paulo com 40 anos ou mais. Depois, com a mudança do estilista para a capital, o foco mudou e a marca se voltou para uma estética mais colorida, mirando um público de 22 a 34 anos em média, de pacto com Pavão.

Graduado em design de produtos, o estilista fez ainda cursos de modelagem e costura e trabalhou numa fábrica de calçados em Franca —um dos polos calçadistas do Brasil—, onde afirma ter aprendido muito do que sabe. Embora seja enamorado por sapatos, optou por fazer bolsas porque a produção é mais simples, ele diz. Acessórios não precisam de uma grade de numeração uma vez que os tênis.

O sucesso da Alexandre Pavão também foi impulsionado pelo TikTok, onde os fãs postavam vídeos abrindo as embalagens e exibindo os produtos da marca uma vez que se fossem troféus, numa idade em que a capacidade de produção da empresa era menor e as tiragens esgotavam no mesmo dia. Ele conta ter vendido 60 peças em menos de cinco minutos. Hoje está mais fácil comprar um de seus produtos.

Com o propagação, vieram também as dores. Durante a pandemia, a Schutz, uma das maiores marcas de acessórios e calçados do Brasil, copiou um design de Pavão, reproduzindo em duas bolsas as alças de cordas e os trançados característicos do estilista, que chamou a atenção da grife no Instagram, postando o seu resultado e o deles lado a lado.

Sem mencionar a Schutz na conversa com a reportagem, dizendo unicamente se tratar de uma marca grande, Pavão conta ter resolvido a situação fora da Justiça. Procurada, a Schutz disse que prefere não comentar.

De todo modo, quando o incidente aconteceu a Alexandre Pavão estava num período de propagação, e o estilista afirma ter saído beneficiado do imbróglio, que serviu para impulsionar a sua marca, fazendo com que ela chegasse a muito mais pessoas, sobretudo com a ajuda do TikTok. “Deus escreve evidente por linhas tortas”, ele diz.

Folha

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