Padrão e personal trainer de 29 anos, que está na disputa de concurso de formosura vernáculo para tentar vaga no Mister Mundo, iniciou sua transição há 7 anos. Bernardo Rabello é o primeiro varão trans a disputar o Mister Brasil CNB
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O protótipo e personal trainer Bernardo Rabello é o primeiro varão transgênero a disputar o Mister Brasil CNB. Aos 29 anos e proveniente de Resende, cidade no Sul do Rio de Janeiro, Bernardo representa o Sul Fluminense na disputa.
“Estou muito feliz de estar me desafiando nesta lanço vernáculo para cada vez mais me desenvolver e facilitar por meio das minhas vivências, pessoas do nosso país e mundo. Dividir minhas experiências e poder aprender com tudo e todos será meu objetivo principal nesta novidade jornada. Vamos juntos”, celebrou Bernardo, ao ser anunciado na lista de candidatos do concurso de formosura vernáculo.
O Mister Brasil CNB é um concurso de formosura masculino anual, que tem porquê objetivo selecionar o representante do país no Mister Mundo. O evento vernáculo acontece entre os dias 2 e 6 de abril, em Balneário Camboriú/SC.
Até o início da temporada adulta, Bernardo se identificava porquê uma mulher lésbica. Aos 22 anos, procurou ajuda de especialistas em transição de gênero e iniciou o tratamento com hormônios.
“Já estava no meu limite”, disse Bernardo em 2019, em entrevista ao g1. Ele também buscou referências na “vida real” para sentir que não estava sozinho: “Conheci outros homens trans e vi quem eu sou de verdade”, completou.
Na idade, ele revelou seu sonho de participar de uma romance da Mundo. Quero ser ator e estou me dedicando ao sumo. A Malhação fez segmento de minha juventude e eu sempre quis ser o galã. Na idade, eu era moçoila. Hoje, gostaria de realizar levante sonho. Sem racontar que a Malhação se passa sempre em uma escola. Logo, seria a minha oportunidade de talvez reviver tudo o que eu vivi, mas dessa vez porquê eu sou hoje. Isso seria uma realização surreal para mim”, contou o portanto aluno de artes cênicas.
Nas redes sociais, Bernardo compartilhou um vídeo no qual relata um dos comentários que ouvia quando pensava na transição:
“Se transicionar, vai ser um varão mal-parecido.”
“Foi o que falaram. Se estavam certos, aí é outra história”, escreveu ele em um vídeo no qual compartilha imagens do antes e do depois.
Em novembro de 2024, Bernardo celebrou sete anos de transição.
Bernardo Rabello é o primeiro varão trans a disputar o Mister Brasil CNB
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“7 anos de felicidade não apagam os 23 anos que Yasmin passou de muita luta para que hoje eu pudesse sorrir. Bernardo é uma construção de ideias/pensamentos que a Yasmin, quando era criancinha, gostaria de ser.”
“Hoje, ela me permite ser um rapaz sensível, carinhoso, diligente, atencioso, potente, de coragem inabalável, tímido, inteligente, responsável, determinado… enfim. Ela me faz ser um Bernardo melhor. Feliz pela sua tomada de decisão em podermos caminhar juntos nesta jornada que é da hora viver e sermos quem somos”.
Junto ao tratamento hormonal, Bernardo teve séquito de um psicólogo durante o processo, o que também é indicado para a família, para ajudar a entender todas as mudanças na vida de uma pessoa trans.
“Logo que eu tomei a primeira ração eu me senti mais eu. E cada mudança, por mais que fosse mínima, já significava muito pra mim”, contou.
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Primeiras impressões ainda na puerícia
Bernardo Rabello com a mãe
Registo Pessoal
Bernardo se recorda de não se sentir muito com a própria imagem desde os quatro anos de idade. “Sempre me identificava mais com os meninos e gostava sempre de me vestir e agir igual ao meu avô, a única figura masculina no convívio da família”, contou.
Descobriu que se sentia atraído por meninas na juventude. Quando começou a trabalhar, já ganhava o próprio moeda e passou a ter a liberdade para comprar as roupas que o deixava mais confortável. A mudança passou a ser ainda mais nítida quando cortou o cabelo muito pequeno. Mas, nessa idade, Bernardo ainda era uma mulher lésbica.
Quando se assumiu lésbica, com 14 anos, os pais de Bernardo ficaram resistentes, mas se acostumaram aos poucos. “Eles não tinham muito o que fazer. Era quem eu era na idade. Com o tempo, também foram aparecendo mais informações, a questão da homossexualidade ficou mais visível… Logo, eles foram ficando mais tranquilos”.
Mais tarde, foi da mãe o maior escora quando Bernardo decidiu passar pela transição. “Minha mãe já estava esperando eu transpor do armário. Ela sempre soube que eu tinha alguma coisa dissemelhante”, lembrou.
Com o pai, as coisas foram mais difíceis no início. “O meu pai ficou um pouco assustado. Ele não sabia porquê eu seria. Minha tia conversou com ele e disse: ‘seu rebento é independente, tem a faculdade dele, tem a própria lar… Logo, não é uma transição que vai mudar quem ele é, o caráter dele… Você tem que ter orgulho pelo que ele é'”, comentou.
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Fonte G1
