Quem é o ator caio horowicz, que estrela obras da

Quem é o ator Caio Horowicz, que estrela obras da ditadura – 28/03/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Uma dezena separa dois momentos decisivos na curso de Caio Horowicz no mesmo sítio. Em 2014, ele foi eleito, no Festival do Rio, uma vez que o melhor ator coadjuvante pelo filme “Califórnia”, de Marina Person, seu primeiro trabalho no cinema. A curso do ator paulistano de 29 anos estava muito dissemelhante quando voltou ao evento, em 2023, estrelando “A Guerra da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito, vencedor do prêmio de melhor filme de ficção.

Nesse pausa, Horowicz foi galgando seu espaço uma vez que tradutor. Participou da série “Boca a Boca”, da Netflix; protagonizou “Zé”, cinebiografia do líder estudantil José Carlos Novais da Mata Machado; foi Marcelo Camargo, fruto da apresentadora Hebe, contracenando com Andrea Beltrão na minissérie biográfica do Globoplay.

E há poucos meses esteve à vista de milhões uma vez que “Ainda Estou Cá”, de Walter Salles, uma vez que um camarada de Veroca, uma das irmãs de Marcelo Rubens Paiva.

A ditadura militar, aliás, é o que interliga “Zé”, “Ainda Estou Cá” e “A Guerra da Rua Maria Antônio”. Oriente último, em edital nos cinemas, conta a história do conflito, em 1968, entre estudantes da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo e da Universidade do Mackenzie, de polos ideológicos opostos, envolvendo ataques do Comando de Caça Comunista.

Em preto e branco, o longa foi rodado em película, e costura 21 cenas em tomada única, os chamados planos-sequência. Numa narrativa que se desenrola ao longo de 24 horas, a câmera acompanha o combate pela perspectiva dos estudantes.

Horowicz é Benjamin, liderança na Maria Antônia e típico “galã da PUC” —gíria para os “esquerdomachos” da estação–, ainda que o ator seja uspiano, uma vez que seu personagem.

Uma das inspirações, diz ele, foi a figura de Louis Garrel em “Os Sonhadores”, não por eventualidade uma obra sobre 1968, mas em Paris, que o cineasta Bernardo Bertolucci apresenta uma vez que um estudante contraditório, que clama por liberdade, mas é dominador entre quatro paredes.

“Tentei edificar os personagens tendo dúvidas, defeitos, sem saber o que fazer diante dos dilemas. Benjamin é um líder discutível, mas cativante, e eu via muito disso no Caio”, afirma Egito, a diretora. “Ele trouxe mais mel ao Benjamin. No roteiro, ele era mais duro. É um ator multifacetado. Ao mesmo tempo que possui uma força, provoca mais empatia. Essa incoerência [em Benjamin] vem da tributo do Caio.”

O tradutor destaca o caráter teatral que os planos-sequência trouxeram à obra. “Tínhamos que ensaiar uma cena por quatro a seis horas,” diz, se referindo aos longos takes que acompanham os personagens entre diversos ambientes.

“Os planos eram muito elaborados. Começava no Meio Acadêmico, ia para o hall da faculdade, de repente estourava uma explosivo no caminhar de cima. Tínhamos que percorrer, era uma coreografia específica que estudávamos para não perder zero”, afirma.

“Eu me coloquei dentro do filme uma vez que se estivesse em um palco, e sei que outros atores também. Tem muito a ver com minha trajetória de formação, mas é vasqueiro descobrir no cinema uma linguagem tão teatral assim”.

Ainda que reconheça estar muito ligado a tipos, uma vez que jovens misteriosos e soturnos, Horowicz sonha fazer comédias. Ele cita uma vez que seus favoritos de humor as séries “Tapas e Beijos” –com Beltrão e Fernanda Torres, ambas colegas de elenco em outros projetos– e “Os Normais”.

“Fiz muitos personagens com uma figura meio de ‘outsider’. Me sinto atraído por papéis assim, e alguns diretores me vêem assim”, afirma. “Mas tenho vontade de furar a bolha e atuar em coisas diferentes, uma vez que novelas”, elencando “Avenida Brasil” uma vez que referência.

O interesse pelo humor já é de longa data –o ator trabalhou em um projeto de palhaço com alguns dos maiores nomes do meio, uma vez que Cristiane Paoli Quito e Bete Dorgam, ambas professoras na Escola de Artes Dramáticas da USP.

Ele inclusive levou Marina Person, a diretora de “Califórnia”, para o curso. A cineasta explica que sempre foi cativada pela seriedade demonstrada por Horowicz em alguns aspectos –uma vez que quando fez sua audição para o filme, aos 17, e disse que não tinha um projecto B da curso–, ao mesmo tempo que não tem terror de se subordinar ao ridículo.

No mês pretérito, Horowicz também estrelou a peça “A Filarmónica Épica na Noite das Gerais”, da tradicional Companhia de Latão, onde faz um músico do qual ônibus de turnê quebra na região do rio Gula, interno de Minas Gerais, nos anos 1970.

Outro lançamento no horizonte é “O Rei da Internet”, que conta a história de Daniel Promanação, um dos maiores hackers do Brasil, vivido pelo ator e influenciador João Guilherme. Com direção de Fabrício Bittar, o filme deve estrear ainda neste ano. Horowicz também começou as gravações de “Isabel”, produzido pela RT Features –a mesma de “Ainda Estou Cá”–, onde contracena com Marina Person.

Folha

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