Quem é sophia chablau, que faz barulho no indie paulistano

Quem é Sophia Chablau, que faz barulho no indie paulistano – 30/03/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Eles subiram no palco do Lollapalooza liderados por uma pequena que pelos gestos e risos pareceu invadir de súbito a simpatia do público. O show teve momentos de euforia, com Sophia Chablau correndo e gritando acompanhada pelas pancadas de Theo Ceccato na bateria, pela guitarra de Vicente Tassara e pelo ordinário de Téo Serson.

Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo é uma filarmónica paulistana de rock que vem construindo um trajectória promissor na cena pátrio. O quarteto, que tem uma vez que influência desde bandascomo My Bloody Valentine e Radiohead até Caetano Veloso e Preto Léo, conseguiu gerar uma marca própria em suas músicas.

No ano pretérito, tocaram em grandes palcos europeus uma vez que o Primavera Sound, em Barcelona, os únicos brasileiros daquela edição.

A primeira experiência performática de Chablau, porém, é bastante anterior. Com oito anos, junto a outros colegas da sala, ela corria pelo recinto do escola balançando uma raquete, fingindo ser uma guitarra elétrica, enquanto berrava letras de músicas. Aqueles estudantes foram seu primeiro público, e o jardim da escola foi seu primeiro palco. O nome da filarmónica? Bananas Assassinas.

Quando tinha cinco anos, seu pai, também músico, matriculou a filha numa escolinha de música. Seu primeiro instrumento foi o piano, mas suas mãos pequenas logo a forçaram a deixar de lado as teclas e a se destinar ao violão. Aos 11, já fazia as primeiras composições.

Na puberdade, Chablau se envolveu com política estudantil e, por um momento, trocou o violão por cartazes de protesto. Em 2015, durante a chamada primavera secundarista, ela, que cursou o ensino público, ocupou sua própria escola, assim uma vez que muitos outros jovens fizeram na estação.

“Existia uma teoria de classe dos secundaristas, era quase uma vez que se fosse todo mundo da mesma escola, se tinha uma convívio ali”, diz ela. Dessa militância estudantil surgiu a amizade com Arthur Merlino e o início da filarmónica indie Besouro Mulher. Pouco depois, ela conheceria os garotos da Enorme Perda de Tempo, aos 18.

Mas só no terceiro colegial, ao frequentar a cena músico das escolas privadas de São Paulo, é que Chablau se aproximou de Theo Ceccato, Vicente Tassara e Téo Serson. A compositora havia sido convidada para se apresentar no Rio de Janeiro. Sem filarmónica, procurou Ceccato, que sugeriu os outros dois para imaginar o quarteto. Desse show surgiu a filarmónica em sua formação atual.

Chablau diz que o início do grupo foi inspirado pelo que labareda de um período de paixão artística mútua entre eles. Os meninos dizem que se encantaram com a capacidade da compositora de se expedir, e ela, pela forma uma vez que eles tocavam. Ceccato descreve a união uma vez que uma “filarmónica de ideias”, que tinha por interesse trocas filosóficas, reflexões literárias e o objetivo de fazer um som que os quatro nunca tinham feito.

No início de 2019, eles lançaram o primeiro single da filarmónica, “Idas e Vindas”, e no final do mesmo ano gravaram o que seria o álbum de estreia. Com a pandemia, porém, o disco só foi lançado em 2021, pelo selo Risco, e teve uma vez que produtora Ana Frango Elétrico. A artista carioca era uma grande referência para o quarteto e, em peculiar, para Chablau.

Com o trabalho que leva o nome do grupo, a filarmónica logo chamou a atenção de jovens ligados à cena selecção paulistana. Concorreram a prêmios uma vez que o da Associação Paulista de Críticos de Arte, além de aparecerem numa revista músico americana “uma vez que artistas para se prestar atenção” e serem apontados pela Rolling Stone uma vez que “uma filarmónica que agitou o rock pátrio”.

Tassara, o guitarrista, descreve Chablau uma vez que uma compositora prolífica. Quando o primeiro disco foi lançado, ele conta, todas as músicas do segundo álbum já estavam prontas. Quando indagada o porquê da escolha de revisitar canções antigas, em vez de usar composições mais recentes, a artista respondeu que “não necessariamente o que você faz agora é o que você quer expor agora, a gente faz muita coisa para o porvir também, elas precisam maturar”.

Mesmo assim, o segundo álbum do grupo, “Música do Esquecimento”, só sairia dois anos depois, em 2023. Naquele mesmo ano, Chablau lançou seu primeiro álbum com o grupo Besouro Mulher, pelo selo Rockambole. Em ambos os discos, ela é a compositora principal.

Nesse trabalho, o quarteto chamou também o pianista Vitor Araújo para produzir e Ana Frango Elétrico para assinar a pós-produção. As faixas de “Música do Esquecimento” ganharam maior complicação pelos arranjos de Araújo, e o disco acabou entrando para a lista da APCA dos 50 melhores álbuns daquele ano.

Segundo Araújo, Chablau é uma letrista perspicaz e uma melodista talentosa, “não tem zero sendo falado de perdão, é tudo no ponto”. Ela conta, aliás, que tenta imaginar todo dia de manhã, entre o moca e o almoço, “um pouquinho por dia faz a gente melhorar um pouquinho todo dia”, diz ela, lembrando um provérbio chinês sobre uma vez que a jornada de milénio milhas começa com um único passo.

Hoje, Chablau considera que a passagem do tempo impõe o repto de tentar repetir a mesma despretensão do início da curso. “Algumas pressões vão surgindo”, afirma. Para evitar isso ela tenta se desligar de tudo quando compõe. “Quanto mais eu desencano, mais eu faço música que eu palato, quando eu tento fazer um pouco para deleitar aos outros nunca dá notório”, ela diz.

No início do ano, a artista deu um novo passo na sua marcha lançando pela primeira vez um EP fora de suas bandas, “Novidade Era/Ohayo Saravá”. O recente trabalho é resultado de sua parceria com o guitarrista Felipe Vaqueiro, da filarmónica Tangolo Mangos. A dupla ainda vai transfixar o show de Arnaldo Antunes no Circo Volátil, no Rio de Janeiro, em abril.

Folha

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