Quem Leva O Oscar 2024? Críticos Defendem Os Dez Indicados

Quem leva o Oscar 2024? Críticos defendem os dez indicados – 09/03/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Neste domingo, a cerimônia de entrega do Oscar vai fechar um agito que se estendeu por boa secção do ano pretérito, com a estreia simultânea de “Barbie”, de Greta Gerwig, e “Oppenheimmer”, de Christopher Nolan.

Disputando o prestígio do público, da sátira e dos votantes da premiação, a diadema deve ir mesmo para o filme sobre o pai da explosivo atômica, se a estatueta refletir as premiações dos sindicatos.

Mas, ao longo de 2023 e no início deste ano, chegaram aos cinemas fortes concorrentes com qualidades únicas, e que acabaram entrando na disputa —porquê “Assassinos da Lua das Flores”, “Anatomia de uma Queda”, “Vidas Passadas” e “Zona de Interesse”. Cada um com uma oportunidade, maior ou menor, de se transpor muito na noite deste domingo.

Pensando nisso, a Folha reuniu dez jornalistas, críticos e colaboradores para tutorar cada um dos longas que brigam pela principal estatueta da noite no Dolby Theater de Los Angeles. A pergunta feita a todos foi: por que levante filme merece levar o Oscar?

Cada um foi encarregado de tutorar uma das produções escolhidas na votação promovida pelos membros da Liceu de Artes e Ciências Cinematográficas.

Leia as defesas aquém pela ordem alfabética dos longas.

Anatomia de uma Queda

Nadine Promanação, editora-assistente da Ilustrada

No térreo, a escritora Sandra, personagem da magnífica Sandra Hüller, dá uma entrevista quando a música subida no sótão a interrompe. A melodia, uma versão instrumental de “P.I.M.P”, uma música misógina do rapper 50 Cent, é um protesto do marido à escritora, que quase flerta com a pesquisadora à sua frente. O rebento do par, Daniel, vai passear com o cachorro e encontra o pai tombado na neve, morto.

Foi um acidente? Suicídio? Assassínio? Sandra logo é acusada e enfrenta um julgamento.

O filme é certamente o um dos mais intrigantes desse ano. Ele explora temas profundos e emocionais, destacando a impossibilidade de conhecermos verdadeiramente alguém, mesmo quando compartilhamos a vida com essa pessoa

Enquanto o julgamento se desenrola e a verdade é questionada, a direção de Justine Triet mantém uma intervalo cirúrgica, incentivando o testemunha a formar suas próprias opiniões. A obra desafia a procura por certezas, sugerindo que devemos aprender a conviver com a incerteza.


Assassinos da Lua das Flores

Leonardo Sanchez, repórter

Maior cineasta americano vivo, Martin Scorsese costurou sua trajetória na trajetória da própria Hollywood, e mesmo assim só foi reconhecido pelo Oscar uma única vez, pelo resplandecente porém menor “Os Infiltrados”.

Com “Assassinos da Lua das Flores”, ele mostra que aos 81 anos continua sendo uma voz com um tanto a proferir, e mais ainda, que buscou se modernizar, com uma obra que alinha o bom cinema aos pedidos de revisionismo e flutuação que a própria premiação decidiu adotar.

O domínio de seu ofício fica evidente no filme, porquê poucos diretores conseguem fazer, e seria uma pena ignorar levante grande novo homérico americano. Do jeito que as apostas vão, no entanto, é mais provável que Scorsese entre para o clube de Kubrick, Chaplin e Hitchcock, dos maiores diretores e também dos menos lembrados pelo Oscar.


Barbie

Inácio Araujo, crítico da Folha

Para reputar “Barbie” convém olvidar o tema, olvidar a propaganda que cobre cada centímetro de tela e perceber a dificuldade que consiste em fazer de Barbie um personagem de seu tempo.

Greta Gerwig cuidou de cada pormenor. Primeiro, achou a perfeita Barbie em vida (Margot Robbie), depois, puxou-lhe o tapete, deixou-a descalça e sem saltos altos. Seu mundo cor-de-rosa se desfez. Para reencontrá-lo foi preciso reconstruir a boneca peça por peça para produzir uma boneca feminista e contemporânea.

Está feito: “Barbie” tirou as meninas do Instagram e as levou aos cinemas vazios. Um triunfo.


Ficção Americana

Fernanda Ezabella, jornalista

A premissa é surrada: responsável sofre porque não consegue vender seus livros “intelectuais” e de birra escreve um muito “ruim” que acaba virando o best-seller do ano. Mas acrescente o trajo de que o jornalista é preto e seus leitores e editores são na maioria brancos e, pronto, você tem um dos filmes mais provocativos e engraçados do Oscar.

O filme cutuca os estereótipos da indústrial cultural, e praticamente ninguém sai incólume. Estreia na direção de Cord Jefferson, indicado também por roteiro adequado.


Maestro

Pedro Strazza, jornalista e crítico de cinema

“Maestro” é o filme mais deslocado no Oscar deste ano e por isso merece levar o prêmio. A cinebiografia recusa as convenções e aborda Leonard Bernstein por aquilo que considera precípuo a sua figura íntima.

Nascente, no caso, é a relação do regente com a esposa, uma paixão de dois impulsivos que o filme traduz em um bate e rebate. Mas Bradley Cooper recusa o julgamento, montando com calma a jaula de paixão criada pelo par.

O longa assim escapa da lógica de experiência que domina a categoria principal levante ano, com observações zero neutras que o impelem ao conflito. O público reconheceu isso, condenando-o ao ostracismo desde o início. Mas “Maestro” ainda instiga —e melhor, comove—, permanecendo um mistério ingénuo.


Oppenheimer

Alessandra Monterastelli, repórter

Os efeitos devastadores da explosivo atômica que definem o legado de Robert Oppenheimer não estão presentes no filme de Christopher Nolan em cenas cruas do horror.

Os diálogos conflituosos e as variações temporais tecem, pouco a pouco, uma intrincada disputa que se forma em torno de indivíduo e seu fundador, enquanto testes explosivos no deserto monumental e a focalização do rosto perturbado de Cillian Murphy, potencializados pela filmagem em 65 milímetros, relembram que o sinistro está sempre à espreita, evocado por decisões coletivas de poucos ou por obsessões individuais.

Unindo tecnologia arrebatadora e temática complexa, Nolan encheu as salas de cinema com a biografia de um investigador polêmico e pouco carismático, mano-a-mano com a boneca cor-de-rosa mais popular do mundo, provando que não só de franquias vive o cinema.


Pobres Criaturas

Guilherme Luis, repórter

Estrambólico e perturbador, “Pobres Criaturas” mostra porquê é gostoso permanecer com a cabeça zumbindo.

No seu melhor papel, Emma Stone barbariza porquê Bella Baxter, adulta com cérebro de bebê que aprende a viver na marra, sem rabo recluso com ninguém, livre, ligeiro e solta. É irresistível se inspirar nela e transpor do cinema querendo ruir as normas da sociedade.

Com roteiro rectificado, um elenco de escora à fundura da protagonista, e uma cinematografia alucinante, levante é o pacote mais muito servido da safra.


Os Rejeitados

Henrique Artuni, editor-assistente da Ilustrada

O filme lembra que o porvir do cinema pode muito muito repousar nas formas clássicas e sua capacidade de ser íntimo e universal. E Alexander Payne sabe ser isso, sendo profundamente americano pelos trejeitos e desajustes de seus personagens, aproveitando a presença de Paul Giamatti.

É o famoso “diversão para toda a família”, com uma boa ração de irreverência. Mas no final o que se sobressaem são os seus silêncios.


Vidas Passadas

Nathalia Durval, repórter

Celine Song faz um retrato sensível e consistente sobre os mistérios do paixão e do tramontana, ao escoltar dois protagonistas que se encontram e se desencontram ao longo dos anos.

Não tem porquê passar imune ao longa, seja se emocionando e chorando com o final não exatamente feliz, seja rindo do marido que fica de vela. Aliás, passou da hora do Oscar premiar mais cineastas mulheres com o principal troféu —Song seria a primeira sul-coreana a invadir tal feito.


Zona de Interesse

Isabella Faria, repórter

O Sacrifício é um dos temas mais abordados no cinema, mas isso não significa que ele não possa se reinventar.

Cá, Jonathan Glazer combina a vida “pacata” da família de um solene nazista com uma edição conceitual e uma trilha sonora assustadora, ilustrando que a vulgaridade do mal, infelizmente, nunca sai de voga.

O filme é um pontapé na boca do estômago, porém, tudo é feito com muito saudação e certa verso: o diretor mostra que sempre há tempo e espaço num filme para homenagear as vítimas do horror.

Folha

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