Raí Faz Campanha Contra A Ultradireita Na França 03/07/2024

Raí faz campanha contra a ultradireita na França – 03/07/2024 – Esporte

Esporte

Na lista de personalidades que discursaram na revelação desta quarta (3) contra a ultradireita em Paris, havia um cidadão franco-brasileiro: Raí Souza Vieira de Oliveira.

“O que a extrema direita faz melhor é mentir!”, discursou o ex-jogador do São Paulo e do Paris Saint-Germain, em gálico fluente. “Eu a conheci no poder. No Brasil, vivemos um pesadelo. Quatro anos de misoginia, de homofobia, de preconceito, milhares de mortos.”

Raí, 59, cidadão gálico desde 2016, tem se pronunciado cada vez mais em questões políticas na França. Levante ano, completou um mestrado executivo em políticas públicas em Sciences Po, a faculdade de maior prestígio do país. Entre os ex-alunos da instituição está o atual presidente da França, Emmanuel Macron.

Se depender da ultradireita, talvez Raí não possa usar esse diploma em território gálico: uma das propostas da Reunião Pátrio (RN), partido predilecto na eleição legislativa do próximo domingo (7), é barrar a quem tem dupla nacionalidade o aproximação a cargos públicos considerados estratégicos.

No primeiro vez, no domingo (30), o partido foi o mais votado. Seus 33% permitem projetar entre 230 e 280 das 577 cadeiras da Câmara Pátrio, perto da maioria absoluta (289). Hoje a RN tem 88 deputados.

Em segundo lugar ficou a Novidade Frente Popular (NFP), coalizão de esquerda, com 28% e, por ora, uma projeção de 150 a 180 cadeiras. Atualmente os partidos do conjunto de esquerda somam 150 deputados.

Derrotada por Macron no segundo vez das eleições presidenciais de 2017 e 2022, Marine Le Pen, do RN, lidera as pesquisas para o pleito de 2027. Neste domingo, foi reeleita deputada já no primeiro vez.

Raí falou à Folha minutos antes de subir ao tribuna para discursar.

Por que se manifestar na França, neste momento?

A preço é gigante, porque a França é muito simbólica, por tudo o que representa, os direitos humanos… e os movimentos de extrema direita são globais. Portanto os progressistas, a gente, que é de esquerda, humanista, tem que se juntar também a essa revelação. É um momento crítico no mundo, e os franceses sempre souberam se mobilizar, principalmente quando toca a questão da República, os direitos humanos, a democracia, a liberdade. Esta revelação com certeza vai ser linda e importante para a eleição no próximo término de semana.

Seu irmão, Sócrates, estaria cá?

Ele está cá. Está cá comigo. O Brasil viveu a ditadura, viveu o Bolsonaro. A França já viveu várias guerras, mas há muito tempo vive em plena democracia, e isso tá em risco agora. Portanto o meu irmão, que lutou tanto pela redemocratização do Brasil, está cá comigo hoje, com certeza, toda a nossa família, para lutar pela liberdade, não só da França, mas do planeta.

Porquê veio o invitação?

O pessoal reconhece, soube da minha luta contra o Bolsonaro e em prol da democracia na estação das eleições [no Brasil, em 2022]. E por meu histórico cá, da preço de ser um representante internacional, com dupla nacionalidade. Brasílio, mas também gálico, pelo que eu vivi cá. Eu me senti legítimo para esse invitação, mas também muito lisonjeado. Me sinto cumprindo meu responsabilidade porquê cidadão.

A extrema direita francesa propôs que pessoas com dupla nacionalidade, porquê você, não exerçam certos cargos públicos.

Essa é uma segmento da minha fala cá. Cá é o país dos franceses, mas de todas as cores também. Temos que buscar soluções, mas sem colocar em risco os direitos fundamentais.

Sendo brasílio e agora cidadão gálico, estar presente cá é importante também para a política brasileira?

É importante para o mundo. A gente vê que os movimentos de extrema direita estão se juntando. Têm um pouco pensado, a mesma estratégia, que é a da pataratice, de usar as redes sociais para as fake news, contra a ciência, contra a cultura, contra a instrução, buscar o caos para que eles usufruam do poder em detrimento da saúde social do mundo inteiro. Não existem mais fronteiras, temos que pensar as soluções em conjunto.

Uma vitória da ultradireita cá seria ruim para o Brasil?

Seria péssimo para o mundo e para o Brasil. Temos eleições nos EUA e em outros países, e a gente vê um movimento que é perigoso e que tem que ter uma resistência, supra de tudo.

Folha

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