A marca de smartphones Realme anunciou nesta terça-feira (27) o lançamento global do GT 7, padrão premium com bateria de capacidade 75% maior do que a do Samsung Galaxy S25 e o primeiro do mundo com uma novidade geração de chips da MediaTek.
Conhecida no Brasil por modelos acessíveis, a empresa chinesa procura agora depreender um público-alvo mais exigente em meio à desaceleração do mercado global de smartphones e um aumento da concorrência em regiões onde se destacou nos últimos anos.
O Realme GT 7 promete desempenho de ponta com o chip MediaTek Dimensity 9400e, de velocidade comparável aos recentes A18, da Apple, e Snapdragon 8 Escol, da Qualcomm. O dispositivo também tem sistema de resfriamento próprio com grafeno chamado IceSense e uma bateria de 7.000 mAh com carregamento rápido de 120 W capaz de insistir dois dias.
O padrão foi lançado no mercado europeu custando a partir de 749,99 euros (tapume de R$ 4.800) —na região, o iPhone 16 custa a partir de 969 euros. Ainda não há informações sobre disponibilidade e preço no Brasil.
Porquê segmento da aposta no premium, a Realme segue outras marcas uma vez que Motorola e Honor e também anunciou uma versão de luxo do GT 7, a Dream Edition (899,99 euros), criada em parceria com a equipe Aston Martin de Fórmula 1, com design e aprimoramento que remetem ao esporte. Há também uma opção mais em conta com chip mais fraco, o Realme GT 7T (649,99 euros).
A empresa deu à novidade risca o sobrenome de “flagship killer” (matador de modelos premium) principalmente devido à presença de uma bateria com capacidade superior a da maioria dos rivais e um processador capaz de rodar games pesados com facilidade. A câmera e o sistema operacional ainda ficam aquém dos concorrentes, mas ajudam a baratear um aparelho voltado para desempenho.
A apresentação dos produtos contou com provocações à Apple e ao recém-lançado Samsung Galaxy S25 Edge, que tem uma bateria menor do que os outros modelos devido à espessura mais fina. A marca chinesa também disse que a bateria do GT 7 equivale à de 2 iPhones —e seu carregador seria capaz de carregar 6 modelos da Apple de uma vez.
O destaque na duração da fardo é foco da marca já há alguns anos. O Realme GT 3, de 2023, vinha escoltado por um carregador de 240 W. A manadeira padrão da Apple, por exemplo, tem 20 W e é vendida separadamente.
A aposta nesse paisagem técnico é tão possante que a marca apresentou no início do mês um protótipo de smartphone com bateria de 10.000 mAh —o duplo da maioria dos celulares. Mesmo com essa capacidade maior, a marca conseguiu manter no aparelho uma espessura de 8,5 mm, enquanto um iPhone padrão tem 7,8 mm.
A novidade tecnológica é uma bateria com ânodo com 10% de texto de silício, o maior do setor, que permitiu maior capacidade de armazenamento e carregamento mais rápido. A empresa também disse que conseguiu desenvolver a placa-mãe de Android mais fina do mundo, com 23,4 mm.
Os novos GT 7 também contam com novas funções de lucidez sintético uma vez que segmento do sistema Next AI da marca, construídos a partir do Gemini do Google. O AI Planner, por exemplo, transfere informações de um evento a partir de uma mensagem ou imagem para o aplicativo de agenda no celular. Também há recursos uma vez que tradução simultânea, edição de fotos e melhora da eficiência em games.
Fundada em 2018 por Sky Li, ex-diretor da hoje rival Oppo, a Realme se firmou em três anos entre as cinco principais marcas de smartphones em 30 mercados ao volta do mundo. Nos últimos anos a empresa expandiu sua presença para China, Sudeste Asiático, Sul da Ásia, Europa, Oriente Médio, América Latina e África, acumulando hoje uma base de mais de 200 milhões de usuários. A meta é atingir o duplo disso em três anos.
No Brasil, onde também apresentou incremento apressurado nos últimos anos, a empresa procura gerar raízes no momento em que diversas rivais também chinesas almejam uma fatia do mercado. Só neste ano, duas marcas do país asiático anunciaram a estreia no país, Honor e Jovi (Vivo em outros países).
Secção desse maior interesse pelo mercado brasílico resultou em abril no início da produção sítio de smartphones em Manaus visando uma redução nos preços.
A fábrica por enquanto produz exclusivamente modelos da série C, de ingressão (tira de R$ 1.000), mas já tem planos de iniciar a produção de intermediários uma vez que os recém-lançados Realme 14 (a partir de R$ 2.800) e dos modelos premium uma vez que o GT 7 lançado nesta terça (ainda sem preço no Brasil).
A unidade produz hoje tapume de 3.000 aparelhos por mês, com uma meta de 10 milénio unidades no limitado prazo e 40 milénio no longo prazo. A Realme diz que a fábrica emprega tapume de 500 funcionários e que tem interesse em gerar posições em pesquisa e desenvolvimento no país.
“Nós notamos que há cada vez mais fabricantes chineses de smartphones, e isso se deve à popularização do mercado brasílico, que está descerrado a novas marcas. Isso dá a todos esses concorrentes a oportunidade de entrar nesse ‘oceano azul’ [mercado pouco explorado]”, disse Tedy Wu, diretor da subdivisão da América Latina da Realme.
Segundo pesquisa da Canalys, no primeiro trimestre deste ano o mercado de smartphones cresceu 0,2%, com 296,9 milhões de unidades vendidas, uma desaceleração pelo terceiro trimestre ininterrupto. As marcas com maior participação de mercado no período foram Samsung, Apple, Xiaomi, Vivo e Oppo.
“O cenário regional de smartphones está se tornando cada vez mais multíplice”, disse Toby Zhu, comentador da Canalys (agora segmento da Omdia), em transmitido. “Mercados que haviam demonstrado possante impulso ao longo do último ano, uma vez que Índia, América Latina e Oriente Médio, agora estão experimentando declínios notáveis no primeiro trimestre de 2025, indicando demanda saturada de substituição para produtos acessíveis.”