Rebeca Andrade Vence Personalidade Do Ano No Prêmio Todas

Rebeca Andrade vence Personalidade do Ano no Prêmio Todas – 11/12/2024 – Esporte

Esporte

No tablado do ginásio, Rebeca Andrade se apresenta pronta e determinada a realizar uma sequência impecável. Naquele momento, é unicamente ela, seu corpo e sua mente. Mas por trás de cada movimento, Rebeca reconhece o pedestal principal de sua família, amigos e equipe técnica. “Ninguém chega a lugar nenhum sozinha”, diz a maior medalhista olímpica do Brasil.

Ao seu lado, a jovem de 25 anos possui uma rede de pedestal potente que nunca deixa de mencionar em suas entrevistas. Tudo começa com sua família. Filha de dona Rosa Santos, uma mãe solo que criou Rebeca e mais sete filhos na Vila Fátima, em Guarulhos, na Grande São Paulo, a desportista aprendeu cedo o valor da resiliência.

Dos exemplos de esforços vindos da mãe ao longo dos anos, Rebeca diz que sua geração foi baseada na humildade. “Tenho diversos valores, minha mãe me ensinou muitas e muitas coisas, mas para minha vida de hoje em dia, humildade e saudação com todos é uma das coisas que mais uso”, afirma.

Com uma diferença pequena de idade entre os irmãos, as brincadeiras em família eram constantes. “Lembro sempre de folgar muito com os meus irmãos, das idas aos treinos, me alimentando, me levando para a escola, me ajudando com tudo que eu precisava”, conta.

Quando Rosa estava trabalhando, cabia a Emerson, o segundo rebento, levar Rebeca ao ginásio Bonifácio Cardoso. Ainda assim, pedestal da mãe nunca faltou. “Mesmo trabalhando tanto, ela sempre estava disponível para ajudar, sempre com muito paixão e carinho.”





Tenho diversos valores, minha mãe me ensinou muitas e muitas coisas, mas para minha vida de hoje em dia, humildade e saudação com todos é uma das coisas que mais uso

Edificar o caminho até o sucesso não foi fácil. Desistir já passou várias vezes por sua cabeça, principalmente depois três lesões graves no joelho recta. Ela só não jogou a toalha graças ao pedestal da família e de toda sua equipe, porquê o treinador Chico Porath e a psicóloga Aline Wolff. Ela também se agarrou à certeza de que ainda podia subir em muitos pódios. “Queria mostrar ao mundo todo o potencial e o dom que Deus me deu.”

Nas Olimpíadas de Paris 2024, Rebeca consolidou esse potencial, tornando-se a desportista brasileira com mais medalhas olímpicas: seis no totalidade, incluindo duas de ouro, três de prata e uma de bronze. Suas conquistas fizeram o Brasil sorrir e se emocionar. “Aprendi muito ao longo dos anos, tanto no contexto profissional quanto pessoal, e levo esses aprendizados não só para minha vida esportiva, mas para minha vida depois o esporte.”

Um dos momentos mais marcantes foi quando Simone Biles, maior ginasta do mundo, e Jordan Chiles reverenciam Rebeca no pódio do solo — naquele dia, formado só por atletas negras. “Nós estávamos ali representando, não só cada uma sua região, mas também sendo representatividade para muitas pessoas que, às vezes, não têm oportunidade”, afirma. “Fazer com que as pessoas possam confiar que é provável e continuem sonhando é alguma coisa muito, mas muito significativo.”

A superioridade que exibiu nos Jogos fez a jovem vencer o Prêmio Todas em duas categorias: Esporte e Personalidade do Ano.


Conheça o Prêmio Todas

Relevo, idealizada pela iniciativa Todas, premia mulheres em oito áreas do conhecimento, divididas na categorias Ciência e Tecnologia, Cultura, Economia, Instrução, Virilidade Limpa, Esporte, Política Pública e Saúde. Também foi escolhida a personalidade do ano. Ganhadoras foram eleitas a partir de júri formado por jornalistas, empresárias, ativistas, acadêmicas e membros do terceiro setor.


Com esse histórico e destaque que a acompanha, fica difícil manter a humildade. Mas a ginasta e colega de equipe de Rebeca, Lorrane Oliveira, garante que é uma qualidades da desportista. “Eu acompanho ela desde antes da notabilidade, desde antes de todos os títulos inéditos dela. E ela só melhora a cada ano mentalmente”, diz. “Simples, humilde, uma mulher incrível, guerreira que não desiste dos sonhos e continua correndo detrás.”

Lorrane conheceu Rebeca em 2008, mas só começaram a se aproximar em 2011, quando a última entrou para o Clube de Regatas do Flamengo. A amizade cresceu e até passaram a se invocar de gêmeas. No Rio, as atletas moraram juntas e constataram que, além do talento, compartilham peculiaridades, porquê a falta de carisma pela manhã. “Chegamos ao ginásio, damos bom dia e só. Começamos a falar mais conforme o treino avança”, brinca Lorrane.

A conversa durante o treino rende. “Ninguém segura a gente, porque a fofoca é o dia todo”, diz entre risadas. “A gente fala muito, e o Chico fica para morrer.”

O ritmo da amiga, diz Lorrane, é único. “A Rebeca é fora do normal. Ela chega, faz o treino dela em uma hora e meia e acabou. E eu que lute, porque ela fica conversando comigo horas enquanto eu ainda estou no primeiro aparelho.”

Assim porquê Rebeca recebe muito pedestal, ela também motiva suas colegas. “Se eu não tivesse ela no meu dia a dia, na minha rotina, não sei o que seria de mim. Não sei se eu estaria ainda na ginástica, se eu seria feliz”, diz a amiga.

Outra particularidade marcante de Rebeca é sua tranquilidade antes das provas, o que a faz ser “fora da caixinha”, porquê diz Lorrane. Enquanto outras atletas se aquecem intensamente de um lado para o outro, Rebeca permanece calma e tenta passar isso para a equipe. “Ela diz que só precisa estar com as mãos e os pés quentes, e está pronta.”

Essa serenidade foi conquistada ao longo dos anos e, de certa forma, influenciou sua decisão de estudar psicologia, principalmente pelo modo porquê sua psicóloga trabalha. “Sabor de saber as pessoas e de ajudar. Talvez isso venha da minha empatia e do libido de fazer a diferença de outras maneiras também”, diz Rebeca.

A desportista inspira uma novidade geração de meninas, que querem adentrar ou ter sucesso na ginástica artística —assim porquê ela foi impactada pelo desempenho da veterana Daiane dos Santos. Neste ano, Rebeca recebeu uma homenagem da Mattel, que fez uma Barbie à sua semelhança.

Pode ser que a ginasta mude de teoria no porvir, mas, neste momento, o que ela quer é “fazer com que as pessoas acreditem, que elas sonhem e que sintam que são capazes de obter, independentemente da idade e do sonho que elas tenham, desde que elas corram detrás e tenham sempre o pedestal de pessoas boas que também acreditem no seu potencial”.

Rebeca não sabe o que será de seu porvir na ginástica, mas trabalha para que seja sempre inovador. “É alguma coisa que faz muito meus olhos brilharem”, diz. “Sabor de coisas novas, de experiências novas, de desafios.”

Porquê secção da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura do dedo gratuito

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