Jake Gyllenhaal tira a camisa e exibe o peitoral torneado por meses de liceu. A plateia do cinema grita. Minutos mais tarde, Dalton, o personagem interpretado por ele, troca socos em velocidade alucinante com Knox, bandido vivido por Conor McGregor. Vidrados na tela do cinema, os 1.200 espectadores aplaudem, porquê se presenciassem uma luta real.
Foi uma histerismo coletiva a estreia de “Road House” —lançado no Brasil porquê “Matador de Aluguel”—em Austin, no Texas, dentro da programação do festival South by Southwest, no início deste mês. O filme, que pula os cinemas e chega direto no Amazon Prime Video nesta quinta-feira (21), é uma refilmagem do longa de mesmo nome de 1989.
Refilmagem talvez não seja o melhor termo, mas sim “reimaginação”, porquê disse Gyllenhaal na entrevista. No original, Patrick Swayze vive um ex-filósofo que vira segurança de um bar barra pesadíssima no interno do Missouri —as brigas dos clientes são tantas e com tamanha intensidade que a margem é obrigada a tocar detrás de uma grade para não ser atingida pelas garrafas que voam.
Na novidade versão, o bar foi transferido para um cenário paradisíaco na Flórida e o segurança, protagonista interpretado por Gyllenhaal, é um ex-lutador de vale-tudo que deixa o ringue de lado para o que promete ser uma vida mais tranquila e com mais verba à borda da praia. Tanto no filme de 1989 quanto no de agora o personagem é introvertido, de poucas palavras. Até explodir.
A principal diferença entre os filmes é que a novidade versão reza pela silabário progressista. Se no original o elenco era todo branco e americano, no de agora há negros e latinos. O diretor da versão atual, Doug Liman, também cortou a cena de sexo e uma outra em que um personagem paga para passar a mão nos seios de uma mulher, além de diminuir o consumo de álcool em cena. É tudo mais palatável, sem a estética brucutu do longa de 1989.
Em contrapartida, o testemunha de hoje ganha um bufê de músculos na tela e uma sequência em que a câmera foca na bunda de McGregor —além de muito mais violência em cena. As lutas, numerosas, são longas e cheias de ação, porquê em jogos de videogame. Numa delas, impressionante, a câmera em primeira pessoa coloca o testemunha na pele do personagem de McGregor.
Afora isso, a versão do Prime Video tem humor e boas piadas, enquanto a primeira se levava a sério, o que torna o novo “Matador de Aluguel” um filme de ação com doses de comédia. O longa que estreia nesta quinta “é feito para o testemunha de hoje e é para ser recreativo, jubiloso e louco”, afirma Gyllenhaal, em entrevista num hotel em Austin.
“O original, quando saiu, não foi um sucesso, mas daí ele achou seu público e virou um cult clássico. [O filme de 2024] é totalmente dissemelhante, e espero que seja respeitoso com o primeiro.”
Sorridente, Gyllenhaal lembra que trabalhou com Patrick Swayze no longa “Donnie Darko”, de 2003, e diz ser um fã do ator, que morreu de cancro em 2009. “Realmente pensei muito nele. Acho que ele se divertiria comigo fazendo o personagem.”
A atuação de Gyllenhaal é réplica —no papel de Dalton, ele transita com segurança pela seriedade, o humor e a ironia, mantendo seu personagem sempre com um meio sorriso no rosto. Vivendo uma enfermeira, a portuguesa Daniela Melchior faz seu par romântico, mas a história de paixão dos dois não chega a decolar.
“Matador de Aluguel” também marca a estreia de Conor McGregor detrás das câmeras. O irlandês faz um bandido meio bobalhão que rouba a cena com suas palhaçadas e sua destreza nas brigas contra o personagem de Gyllenhall. Lutador na vida real, McGregor conta que ensinou para o elenco a mecânica correta dos socos e chutes para os combate serem mais realistas.
“Isso foi tudo o que eu trouxe”, ele diz, acrescentando que achou mais difícil atuar do que imaginava. “Não era só sentar e decorar as falas. Você está lutando em uma lancha no meio do Oceano Atlântico”, afirma, o rosto parcialmente escondido por um boné. McGregor conta que não pretende seguir a curso de ator e vai “voltar a quebrar a face das pessoas por verba”.
Quem via o delírio na sala de cinema e a gritaria do lado de fora, quando os atores chegavam para a estreia, pode não imaginar que “Matador de Aluguel” chega no streaming em meio a polêmicas. O diretor do filme, em um item para o site Deadline, se disse traído pelo indumentária de a Amazon disponibilizar a produção direto em seu serviço de streaming, pulando as salas de exibição, e ameaçou não ir na première.
Mas ele não só estava na plateia porquê ganhou uma salva de palmas dos atores, reunidos em cima do palco depois da exibição.
Os outros dois imbróglios foram levantados pelo roteirista do filme original, R. Lance Hill. Segundo ele, a Amazon teria usado perceptibilidade sintético para replicar a voz de alguns dos atores durante a greve de Hollywood no ano pretérito e, ou por outra, não teria licenciado o roteiro com ele —por motivo disto, Hill tenta na Justiça barrar a exibição do filme, o que até agora não se conseguiu.
“O processo movido por R. Lance Hill é completamente sem préstimo e inúmeras alegações são categoricamente falsas. O filme não usa perceptibilidade sintético no lugar das vozes dos atores”, afirma a Amazon, dizendo ainda que vai se tutelar das acusações.
O jornalista viajou a invitação do Amazon Prime Video