Remake De 'a Cor Púrpura' Explora O Racismo Pelo Musical

Remake de ‘A Cor Púrpura’ explora o racismo pelo musical – 07/02/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Oriente “A Cor Púrpura”, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, trata de um tema difícil —a vida de uma mulher negra marcada por episódios duros de machismo e racismo. Mas logo nos primeiros minutos a produção já dá indícios de que a violência não será o núcleo da trama, mas a amizade entre as protagonistas.

As jovens Celie, papel de Phylicia Mpasi, e Nettie, sua mana, vivida por Halle Bailey, aparecem cantando, sentadas em um galho, no superior de uma árvore. Em seguida, Nettie guia a mana, enquanto correm na orla de uma praia. A música é ligeiro e fala da possante conexão entre elas.

Depois, homens e mulheres, com roupas coloridas, dançam e entoam uma música gospel, enquanto caminham para a igreja.

A trama segue embalada por músicas que, além daquelas religiosas, passam pelo soul, blues e R&B, cantadas pelo elenco estrelado que tem Fantasia Barrino —porquê Celie, na temporada adulta—, Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo e até o vencedor do Grammy Jon Batiste.

Quem dirige o músico é o cineasta ganense Blitz Bazawule, codiretor do álbum visual “Black Is King” (2020), de Beyoncé. Seu duelo agora é trazer uma perspectiva novidade para uma história que já foi contada de diferentes formas desde o lançamento do livro homônimo de Alice Walker, há 42 anos. Desde logo, o enredo ganhou projeção nos cinemas em 1985, com Steven Spielberg, e foi adequado para a Broadway em duas ocasiões.

Na sua versão, Bazawule põe em primeiro projecto a cumplicidade entre as protagonistas femininas, uma espécie de contraponto à violência e à solidão que marcam a vida das personagens.

A história acompanha o maduração de Celie, de 1909 até o início dos anos 1950. A jovem negra perdeu a mãe ainda menino e vive uma rotina de abusos constantes. Violentada pelo pai, ela engravida duas vezes, e tem seus filhos levados pelo abusador. A moça de poucas palavras e olhos tristes tem na amizade com a mana, Nettie, sua relação mais valiosa.

Celie é obrigada a casar-se com Mister, personagem de Domingo. Com ele, ela encara uma novidade série de violências, entre agressões físicas e sexuais. Além de perder o contato com a mana, que havia se hospedado com o par para fugir dos abusos do pai.

Outras duas mulheres entram em cena na vida da protagonista, a cantora Shug Avery, personagem de Henson, e a destemida Sofia, vivida por Brooks, esposa de um dos filhos de Mister. Shug é amante e a paixão declarada de Mister, e se envolve também com Celie.

A conexão entre o trio se torna um pilar importante para o desenvolvimento da personagem de Fantasia. As músicas acompanham a evolução da protagonista, tornando-se mais alegres e com voz mais marcante a cada passo oferecido por ela, porquê ao deixar para trás o marido violento.

A cantora de R&B já havia interpretado Celie, em uma das duas adaptações da história para o teatro.

Spielberg, diretor da primeira versão do filme, faz secção da equipe de produção do remake, junto da atriz e apresentadora Oprah Winfrey, que esteve no elenco de 1985. À idade, uma jovem Whoopi Goldberg deu vida à protagonista da história em sua estreia no cinema —a atriz faz uma aparição breve no remake, porquê parteira.

A solidão de Celie e as violências sofridas por ela são marcantes no filme da dez de 1980. Elas conduzem a trama e são mostradas com rijeza, em tom de denúncia.

Na história de Bazawule, as agressões seguem expressivas, porquê quando o personagem de Domingo bate pela primeira vez na esposa, ainda menino. Porém, a brutalidade da história é suavizada pelo desenvolvimento da relação entre as protagonistas e pelos alívios causados pelas músicas e coreografias.

O músico transforma alguns diálogos presentes no clássico em canções que, por vezes, se encaixam muito na narrativa, refletindo o estado de espírito das personagens, ou dando o tom festivo das cenas de um consórcio.

Razão estranhamento, porém, que algumas das músicas sejam ambientadas unicamente na imaginação de Celie, que é transportada para cenários fantásticos para fugir de seu sofrimento —porquê quando ela dança em uma vitrola gigante, durante um de seus encontros com Shug.

Mas, o potencial de sua imaginação não parece ser totalmente aproveitado, já que outras músicas não exploram tão muito a profundidade da personagem.

O filme estreou nos Estados Unidos em dezembro pretérito, com grande expectativa do público e boas críticas. A atuação de Brooks, no papel de Sofia, uma mulher negra que se impõe e teve a vida destruída por um par branco, lhe rendeu uma indicação ao Oscar deste ano, de melhor atriz coadjuvante.

Folha

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