Remake De Paper Mario é Obra Prima, Mas Despreza O Brasil

Remake de Paper Mario é obra-prima, mas despreza o Brasil – 30/06/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

“Paper Mario” tem sido um patinho mal-parecido às avessas. A série da mascote da Nintendo que seguiu os passos de “Super Mario RPG” e levou o encanador ao gênero de batalhas em turnos, diálogos e missões se sagrou porquê uma joia do Nintendo 64, mas acabou porquê um usurpador em gerações mais recentes, com repudiação de público e sátira a games porquê “The Origami King”.

O remédio da desenvolvedora, porquê tem sido em seus últimos lançamentos para o Switch, foi recorrer a “The Thousand-Year Door”, o segundo e melhor título da série, lançado em 2004 para o GameCube.

Nesse novo envelope em subida definição, o jogo só reforça sua unanimidade porquê obra-prima de uma geração cujas joias são relembradas com saudosismo. Ainda assim, persiste cá um defeito das antigas —o remake chega com o habitual preço salso das novidades, R$ 299, sem teor extra ou tradução para o português para justificar tal investimento.

Não é novidade do oração contraditório da empresa japonesa, que publiciza o retorno ao Brasil, mas raramente lembra da nossa língua, sobretudo quando o texto é a psique do jogo, porquê é neste “The Thousand-Year Door”, ou a porta milenar.

À secção o erro sítio, a versão para Switch honra a tradição entre uma remasterização e um remake, com uma trilha sonora atualizada e mais frenética, visuais límpidos, com efeitos de iluminação e modelos 3D refinados que dão ainda mais charme no contraste com as duas dimensões dos personagens de papel.

Há ainda pequenas adições que podem valer mais para iniciantes, porquê um novo personagem que ajuda com tutoriais e treinamentos.

Outra modificação notável para o público anglófono é o texto mais similar ao original nipónico —alguns trechos puxam mais para o humor oriental contraditório, porquê quando Mario só consegue matar um dragão ao atacá-lo com o som do coaxar de um sapo.

Já outro trecho reviu o gênero da personagem Vivian, uma fantasminha trans. A revelação —que não é mero “tokenismo”, já que esse pormenor é muito pensado no roteiro, no momento em que ela deixa de ser vilã e se une à trupe de Mario— acabou gerando polêmica entre gamers que dizem ter a puerícia arruinada. Ora, não é culpa de ninguém que eles continuem sendo crianças. Tampouco foi um sinal de novos tempos: a história já constava da versão japonesa e havia sido deturpada em inglês.

Vivian é uma modelo das figuras complexas que cruzam a jornada de Mario em procura de sete estrelas de cristal que abram a porta milenar do título, numa ilhéu remota e decadente, para salvar o mundo dos X-Nauts, liderados pelo maléfico Sir Grodus.

Por casualidade, a princesa Peach acaba raptada e aprisionada no quartel-general desse tropa, onde faz amizade com um computador inteligente, que se apaixona por ela; e Bowser, o habitual vilão tartaruga, acaba indo no pegada da proeza —ambos são um pausa cômico entre os capítulos principais.

Enquanto isso, Mario navega por cenários diversos —de uma vila de Koopa Troopas (as clássicas tartaruguinhas) a uma masmorra enxurro de Boos (os fantasmas) até uma ilhéu do tesouro e uma estádio nos céus onde monstros lutam num campeonato de luta livre sem término.

Em cada um desses cantos, Mario faz um novo camarada que o acompanhará para encruzar os desafios e lutar a seu lado, porquê Goombella —uma exploradora capaz de identificar as fraquezas dos inimigos—, Koops —um Koopa inseguro e trapalhão—, o invocado Yoshi Kid ou Admiral Bobbery, uma explosivo que já navegou os sete mares e perdeu o paixão de sua vida tragicamente.

É uma riqueza que raramente se vê na construção de personagens da franquia, e até espantam pela ousadia que, vira e mexe, cruza a traço do infantil com trocadilhos, piadas maliciosas e sentimentos maduros.

Vale a pena se estagnar nos textos —além dos diálogos, uma série de emails, cartas, jornais, missões secundárias e histórias que Luigi conta ao jogador— para captar todo o charme em mais de 30 horas de história.

Os trechos de exploração são um cintilação à secção graças aos poderes de Mario —que se transforma num avião ou num barquinho de papel, e pode enrolar para encruzar passagens estreitas— e de cada um de seus companheiros, que ajudam a passar, planar, quebrar caixas distantes ou explodir passagens. A soma de um senda para trocar rapidamente de parceiro, nessa versão para Switch, deixa toda a experiência mais fluída —no GameCube, era preciso pausar o jogo para isso.

Do original, persiste a chatice de ir e voltar por longas distâncias, um pouco parcialmente resolvido pela soma de uma mediano de viagens rápidas entre os cenários.

Já as lutas exigem estratégia e habilidade para pressionar botões no momento notório ou movimentar o analógico de forma inusitada e mantém o jogador sisudo porquê em “Super Mario RPG”, mas com mais variedade.

São batalhas no universal mais demoradas, que demandam uma atenção entre os ataques do próprio Mario e do parceiro. Já os inimigos desafiam menos pela força que pelas suas características —monstros voadores só podem ser atingidos com pulos, enquanto outros só levam dano com as marretadas de Mario ou quando sofrem um ataque mágico.

Completa ainda a experiência uma série de insígnias que Mario compra ou coleta ao longo da proeza, e podem ser equipadas num sistema restringido, que tenta balancear esse bônus, que incluem habilidades para restaurar a vida, mais ataque, poderes únicos etc. —há até uma para ouvir a trilha sonora original do GameCube ou vestir Mario com roupas diferentes.

Entre a nostalgia de quem pôde jogar o game há 20 anos e o descobrimento de quem termina “The Thousand-Year Door” pela primeira vez, a Nintendo acerta de novo, mas sem impressionar ou somar em termos de teor.

É habitual bom trabalho de resgatar pérolas do catálogo numa versão definitiva, mas com um olhar ainda restrito para um notório umbigo de consumidores dispostos a descair a cabeça para seus caprichos do primeiro mundo.

Folha

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