A Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro tem um público característico que promiscuidade cinéfilos que costumam ir ao lugar há anos e jovens, que fazem secção de novas gerações frequentadores, muitos deles ou são estudantes de cinema ou receberam influência de pessoas de mais idade.
Esse público teve a satisfação de ter de volta, em março, a sala de projeção que ficou fechada por 8 meses. O retorno das atividades marcou ainda o início das comemorações dos 70 anos de exibição da Cinemateca do MAM.
O coordenador-geral da Cinemateca, José Quental, disse que ao longo desses anos a Cinemateca não parou, e sempre teve um público razoável, com maior presença de jovens e estudantes universitários, resultado das parcerias com universidades porquê a Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ), Federalista Fluminense (UFF), Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e Universidade do Estado do Rio (Uerj).
“A gente está reparando também o retorno de muitos frequentadores da Cinemateca que não vinham há um tempo. Portanto, na verdade, está tendo uma mistura de público. O mais jovem, que está descobrindo [a cinemateca] agora, o público que já estava frequentando e voltou, e um outro público que frequentou no pretérito e não estava vindo”, avalia Quental.
Segundo o coordenador, o público está redescobrindo e tocando uma certa nostalgia, a saudade que tinha do lugar.
“É isso que a gente tem notado do público, e todos estão felizes. Acho que tem uma certa felicidade de vir para leste espaço”, disse em entrevista à Dependência Brasil.
“É bacana leste retorno, tem a mistura de várias cabecinhas brancas com a garotada”.
Quental explicou que o fechamento da cinemateca, em agosto de 2024, foi causado pela urgência de adaptações das instalações do MAM para a reunião do G20. Ao termo do encontro, em dezembro, começaram as obras da cinemateca, que ganhou sala de exibição com tela novidade, cabine de projeção reformada, troca do cabeamento elétrico e renovação dos sistemas de áudio e iluminação. O espaço também recebeu novos mobiliários e equipamentos para sessões acessíveis.
A obra do auditório Cosme Alves Netto, onde funciona a cinemateca, custou R$ 790 milénio, recursos viabilizados pelo Ministério da Cultura e pelos editais Escora aos Espaços de Audiovisual, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, em parceria com a produtora Duas Mariola Filmes, e Viva o Cinema de Rua II – Escora à Reforma ou Reabertura de Salas de Cinema, da RioFilme, da Prefeitura do Rio de Janeiro. Os dois por meio da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Nessa novidade lanço, a cinemateca reforçou seu compromisso com a preservação e divulgação do patrimônio audiovisual, com a exibição de obras clássicas e contemporâneas de relevância cultural. O público pode também participar de palestras, cursos e encontros, o que contribui para a formação de uma cultura cinematográfica e para a valorização do patrimônio audiovisual brasílico e internacional.
Seguindo a tradição de sua programação de filmes clássicos e contemporâneos de destaque, a reabertura foi com o filme Salomé, vencedor do 57º Festival de Brasília do Cinema Brasílico, em 2024, tendo na sequência uma conversa com o diretor André Antônio.
De concordância com Quental, as sessões têm ficado muito movimentadas e a programação de reabertura está na traço do que se faz ao longo do ano, com exibições de filmes clássicos de cineastas porquê Jean-Luc Godard, John Ford e Alfred Hitchcock.
“São filmes que, de tempos em tempos, a gente acha importante projetar e mostrar na tela grande para as pessoas verem e reverem”, disse, acrescentando que a programação também tem filmes mais recentes, incluindo os de cinematecas estrangeiras e sessões de debates.
“A gente fez uma sessão privativo do filme restaurado de Zelito Viana, Minha Namorada; um filme restaurado do Jorge Durán, A Cor do Seu Orientação; o filme renovado, que está sendo digitalizado da [cineasta] Lúcia Murat, um filme super vasqueiro que ela fez na Nicarágua”, lembra.
O público pode acessar o site da cinemateca para se informar sobre a programação mensal da sala.
“A pessoa tem que perfurar a programação do mês para deslindar um pouco que ela não conhece e rever outras, ou ter experiências de cursos. Há uma oferta variada de filmes. Quem não gosta de John Ford, vai ver um Bergman, quem não gosta de Godard, vai ver um filme brasílico contemporâneo. A gente vai sempre misturando essas ofertas para ter públicos diversos. A cinemateca preza a pluralidade, porquê é o cinema que é muito diverso”, disse.
Dentro dessa programação diversa, em maio vai ocorrer a 14ª edição do Urano Filme Festival, devotado a filmes que tratam da questão nuclear; o curso Cosmopoética com a Rebelião, em parceria com a Antropologia da UFRJ, desobstruído ao público.
“Os alunos vão se inscrever na disciplina junto à universidade, o que vai relatar para os créditos deles, mas todas as sessões são abertas para todo o público. Todas as ações da cinemateca que a gente coloca na programação são abertas a qualquer pessoa, desde uma pré-estreia, um curso ou um filme privativo”, informou.
O cineasta Gregorio Gananian, que co-dirigiu filmes porquê Sinfonia de Jards, sobre o cantor e compositor Jards Macalé, e Inaudito, sobre o instrumentista Lanny Gordin, que contribuiu para o movimento músico Tropicália, comemorou a reabertura da Cinemateca do MAM.
“A Cinemateca do MAM é um espaço fundamental. É um lugar mitológico e faz secção do imaginário coletivo do Brasil. Eu que sou de São Paulo, a gente sempre ouviu e projetou a Cinemateca do MAM”, disse à Dependência Brasil.
Gananian elogiou o trabalho do coordenador de Programação da Cinemateca, Ruy Gardnier. “A cinemateca tem o luxo de relatar com a curadoria de Ruy Gardnier, um dos grandes críticos de cinema. O trabalho que ele realiza na cinemateca vejo porquê quase o trabalho de um montador de filmes, no sentido mais profundo da vocábulo montar, porque ele escolhe os filmes que a gente assiste, mas muito mais importante, ele compõe a relação entre os filmes que ele programa. Entre os filmes a gente descobre o cinema. São essas relações que fazem a gente perceber o cinema, a teoria”, observou.
Manutenção
Para continuar as atividades, a cinemateca, porquê um departamento do Museu de Arte Moderna, que conta com patrocinadores e mantenedores que garantem a estrutura, já recebeu patrocínios diretos, mas também depende de ações de políticas públicas dos governos.
“Essa foi uma parceria super importante que mostra um pouco o engajamento que a gente espera dos governos tanto federalista, quanto estadual e municipal. Os aportes à cultura são difíceis, mas existem. A reforma da sala foi via Lei Paulo Gustavo, e a gente foi contemplado, através da produtora Duas Mariola. O Museu de Arte [Moderna] não poderia entrar neste edital, teve que ter parceiro, e o proponente foi a sala de cinema. São editais importantes. A [Lei] Paulo Gustavo movimenta o setor”, explicou.
Para Quental, um problema do Brasil é a inconstância das leis de incentivo à cultura.
“Quando tem esse aporte de forma sistemática, a gente vê o resultado nas programações do museu, da cinemateca, da cidade toda e do país. A gente vê as produções chegarem”.
Cinemateca do MAM
Quando foi criada em 1948, se chamava Filmoteca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e começou a operar em 1951, no prédio do Ministério da Instrução e Saúde, divulgado porquê Palácio Gustavo Capanema, no meio da cidade.
Em 1955 passou a exibir filmes no auditório da Associação Brasileira de Prelo (ABI), também no meio. Somente em 1967, inaugurou sala própria, no terceiro marchar do Conjunto Expositivo do MAM e se destacou porquê espaço de renovação de referências cinematográficas, pelo pedestal ao Cinema Novo e ao Cinema Marginal e de resistência política à ditadura militar.
Com o incêndio do MAM, em 1978, foi transferida para o Conjunto Escola, e a partir de 1987, teve seu espaço definitivo. O auditório Cosme Alves Netto é uma homenagem ao cineclubista, revolucionário cultural e diretor da cinemateca entre 1965 e 1988.