Ressurreição Digital: é ético Falar Com Mortos Via Ia?

Ressurreição digital: é ético falar com mortos via IA? – 09/05/2024 – Mercado

Tecnologia

Um incidente de um programa de televisão provocou um vasto debate público e profissional há alguns meses. Nesse programa, várias pessoas foram expostas a recriações digitais das vozes de seus parentes falecidos geradas por IA (perceptibilidade sintético) a partir de áudios reais. Essas recriações não exclusivamente imitavam as vozes, mas também faziam perguntas sugestivas, provocando reações emocionais intensas nos participantes.

O fenômeno, que pode ser chamado de “ressurreição do dedo”, envolve a recriação de aspectos de pessoas falecidas usando tecnologias avançadas. Embora possa oferecer um consolo momentâneo, essa prática abre um profundo debate sobre suas implicações éticas, filosóficas e legais.

Risco de produzir falsas memórias

O que realmente significa “ser”? Ao recriar a voz ou a imagem de alguém que já faleceu, nos perguntamos se estamos prolongando sua existência de alguma forma ou simplesmente criando uma sombra sem substância. A origem de um ser humano é, sem incerteza, mais do que um conjunto de respostas programadas ou uma imagem projetada. A singularidade da experiência vivida, das emoções, dos pensamentos, tudo isso parece inatingível para uma mera simulação do dedo.

Portanto, qual é o papel da memória nesse processo? A ressurreição do dedo pode ser vista porquê uma tentativa de preservar a memória, de manter viva a presença daqueles que perdemos. Mas é ético apegar-se a uma representação sintético em vez de permitir que a memória evolua e se transforme ao longo do tempo?

A memória humana não é estática: ela é seletiva, muda e se adapta. Ao recriar digitalmente uma pessoa, corremos o risco de mudar nossas próprias lembranças autênticas dela?

Identidade verdadeira

Aliás, surge a questão da identidade. A identidade de uma pessoa é uma rede complexa de experiências e relacionamentos. Quando tentamos recriar alguém, podemos realmente conquistar sua identidade ou estamos simplesmente criando uma versão idealizada, que se ajusta às nossas próprias expectativas e desejos?

Esses avanços tecnológicos também nos levam a pensar sobre o luto. A morte é uma segmento originário da vida, e o luto um processo necessário para mourejar com essa perda. Ao tentar manter uma conexão com o falecido por meio da ressurreição do dedo, estamos interferindo nesse processo vital e isso poderia nos impedir de seguir em frente e encontrar sossego na legalização da perda?

Por termo, a ressurreição do dedo levanta questões sobre consentimento e propriedade. Quem tem o recta de resolver se uma pessoa deve ser recriada digitalmente? E porquê mourejar com o consentimento de alguém que não pode mais expressar sua vontade?

A perspectiva de fazer negócios com alguma coisa tão profundamente humano e doloroso porquê a morte e a perda de um ente querido levanta uma série de questões nos campos da filosofia, da moral e da moralidade.

Do ponto de vista ético, essa prática parece transgredir os princípios fundamentais de saudação e pundonor que devem orientar nossas interações humanas. O luto é um processo íntimo e sagrado, um caminho para a legalização e a sossego interno depois uma perda significativa. A intrusão mercantil nesse processo pode ser vista porquê uma forma de exploração emocional, tirando proveito daqueles que estão passando por um momento particularmente vulnerável.

E quanto ao processo originário de luto?

Aliás, esse tipo de negócio pode distorcer o processo originário de luto. O luto e a perda são experiências essenciais da quesito humana, e mourejar com elas faz segmento do nosso propagação pessoal. Se a comercialização da ressurreição do dedo impedir que as pessoas passem por esses estágios de forma saudável, oferecendo uma ilusão de presença em vez de ajudá-las a admitir a verdade da escassez, isso pode não ser vantagoso para elas.

Por outro lado, de uma perspectiva moral, vale a pena questionar a intenção e o objetivo por trás desses negócios. Em princípio, isso parece ser justificado pelo objetivo de proporcionar conforto e uma forma de lembrar os entes queridos. No entanto, onde está o limite entre proporcionar conforto e explorar o luto para obter lucro?

No núcleo da “ressurreição do dedo” está um paradoxo profundo e perturbador: a tecnologia, em sua tentativa de nos aproximar daqueles que perdemos, nos confronta com a verdade inescapável de sua escassez. Esse paradoxo nos leva a questionar não exclusivamente a natureza da existência, mas também a origem do que significa ser humano.

Essas tecnologias, na tentativa de indemnizar a falta ou preencher o vazio deixado por um ente querido, não exclusivamente destacam nosso libido de nos apegarmos ao que perdemos, mas também nossa dificuldade de enfrentar e processar o luto diante da verdade inevitável da morte.

O paradoxo se amplia ainda mais quando consideramos que, em nosso esforço para preservar a memória e a origem dos entes queridos, recorremos a simulações que, por sua natureza sintético, nunca podem conquistar totalmente a complicação e a profundidade da experiência humana real. Assim, nos deparamos com o dilema de admitir uma representação imperfeita e digitalizada que, embora reconfortante em alguns aspectos, pode não fazer jus à verdadeira origem do ente querido.

Folha

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