As prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói oficializaram nesta terça-feira (3) ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) a intenção de sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. As cidades entraram na disputa com São Paulo, que já havia manifestado no ano pretérito interesse em receber o evento.
O Brasil só poderá ter uma representante na disputa junto à organizadora Panam Sports, que será definida pelo COB em janeiro. A escolha da cidade-sede do evento ocorre em agosto do ano que vem. Assunção (Paraguai) e dirigentes mexicanos já manifestaram interesse em disputar, mas ainda não houve oficialização das candidaturas.
Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), apresentaram a epístola de intenções ao presidente do COB, Paulo Wanderley, e ressaltaram a experiência do Rio de Janeiro na realização de grandes eventos.
“A gente larga com uma vantagem muito grande em razão dessa infraestrutura já existente, tanto no Rio uma vez que em Niterói. Os benefícios de não ter que fazer novas estruturas, construções de novos equipamentos, nos coloca numa vantagem comparativa muito grande. Fora a experiência na realização de grandes eventos”, disse Paes.
O Rio de Janeiro sediou o Pan de 2007, em evento elogiado pelos dirigentes da Odepa (Organização Desportiva Panamericana), idoso nome da Panam Sports.
A competição, que teve seu orçamento estourado, era vista pelos dirigentes esportivos brasileiros uma vez que uma espécie de teste para a candidatura olímpica. Dois anos depois, em 2009, o Rio de Janeiro foi escolhido uma vez que sede das Olimpíadas de 2016, evento realizado sem grandes intercorrências, apesar da crise econômica e política pela qual o Brasil passava no período.
“Não vamos necessitar de tantos recursos uma vez que no Pan-07 e na Rio-16. Niterói, além de ter um grande IDH e uma situação de segurança muito boa, tem um fundo de royalties. Vamos dividir a conta, né, Eduardo?”, disse Rodrigo Neves, que ouviu uma vez que resposta do prefeito carioca: “Vai remunerar tudo.”
São Paulo apresentou sua candidatura ao COB em julho, em Paris, durante as Olimpíadas. A epístola de intenções foi entregue pelos secretários Ricardo Gomyde (Relações Internacionais) e Felipe Becari (Esportes).
Em nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a cidade “já recebeu grandes torneios esportivos, uma vez que a lhaneza da Despensa do Mundo de 2014”.
“São Paulo possui estrutura para sediar o evento, que contará com modernização para atender toda a população paulista e turistas que acompanharão os jogos. A expectativa é fazer com que todos tenham entrada aos equipamentos para incentivar o esporte e deslindar futuros talentos”, diz a nota.
A cidade chegou a cogitar tentar sediar o Pan de 2027 —que acontecerá em Lima, no Peru—, mas teve o pleito rejeitado pelo COB.
A escolha será feita em tertúlia do COB. A previsão é de que a decisão seja tomada posteriormente a posse da novidade diretoria, em 15 de janeiro. O país só pode apresentar uma candidatura à Panam Sports, até 31 de janeiro.
“Não posso falar zero, mas darei sinais. Tem uma vantagem que foi mencionada pelo prefeito eleito de Niterói. Lima sediou [o Pan] em 2019 e ajudou [para a escolha de] 2027. O diferencial foi a expertise. Tinham os equipamentos praticamente prontos, só dar uma pintura cá e ali. Estou aliviado que não serei eu que decidirei isso”, disse Paulo Wanderley, derrotado nas eleições de outubro pela placa formada por Marco Antônio La Porta e Yane Marques.
Neste primeiro processo de escolha, não haverá um dossiê de candidatura completo, com indicação de obras e custos. O detalhamento ocorrerá até abril, quando as cidades candidatas devem apresentar o projeto para a Panam Sports.
Paes adiantou que pretende indicar uma vez que lugar para a Vila dos Atletas a zona portuária, região em revitalização desde 2009. Ele também indicou que pretende incluir entre as obras necessárias para o evento a construção da risco 3 do metrô, projeto que liga a cidade do Rio de Janeiro e Niterói sob a baía de Guanabara.
“Com todo saudação a São Paulo, é muito difícil tirar essa vocação do Rio de Janeiro e Niterói para sediar eventos internacionais que falam para o mundo”, disse Neves.
Segundo Paes e Neves, a teoria para apresentar a proposta foi da vice-prefeita eleita de Niterói, Isabel Swan (PV), medalhista olímpica na vela. Ela é presidente da percentagem de atletas da Panam Sports.
