O Escola de Cardeais do Vaticano, responsável por escolher o sucessor de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), no próximo conclave, é formado por 252 integrantes, dos quais oito são brasileiros. Um deles, Dom Raymundo Damasceno Assis, de 88 anos, clérigo emérito de Aparecida do Setentrião (SP), não poderá votar, embora participe das discussões e possa ser votado.
Pelas regras do Vaticano, os cardeais com mais de 80 anos de idade não têm recta a voto no conclave, embora participem do processo de escolha e possam receber eleitos.
Desta forma, 252 cardeais estão aptos a ocupar o posto de líder sumo da Igreja Católica, mas exclusivamente 135 podem votar.
>>Entenda o conclave, ritual de escolha do novo papa
Veja o perfil dos brasileiros no conclave.
Foi secretário universal do Parecer Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), de 1991 a 1995, e ocupou o mesmo missão no Parecer Pátrio de Bispos do Brasil (CNBB). Foi nomeado cardeal em 2010 por Bento XVI, predecessor do papa Francisco. Em 2003 foi eleito membro da Liceu Brasiliense de Letras.
João Braz de Aviz – Nascido em Santa Catarina, na cidade de Mafra, em 24 de abril de 1947. Estudou filosofia no Seminário Maior Provincial Rainha dos Apóstolos, em Curitiba. Em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, licenciou-se em teologia. Tornou-se presbítero na Catedral de Apucarana, em 1972. Foi eleito papa facilitar de Vitória, em 1994, quando recebeu em Apucarana a ordenamento episcopal.
Foi nomeado em 2004 pelo Papa João Paulo II porquê clérigo metropolitano de Brasília. É o atual prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e clérigo emérito de Brasília. Em 2012, Bento XVI o nomeou cardeal.
Paulo Cezar Costa – Nascido em Valença (RJ), em 1967, fez mestrado e doutorado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Em 1992 foi ordenado sacerdote e foi pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras (RJ). Em 2010 foi nomeado papa da Arquidiocese Metropolitana do Rio de Janeiro.
Em 2016 foi transferido para a Diocese de São Carlos (SP) e nomeado membro do Parecer Permanente da CNBB até outubro de 2020, quando foi transferido para a Arquidiocese de Brasília, onde é clérigo. Em 27 de agosto de 2022 foi nomeado cardeal-presbítero com o título de São Bonifácio e Santo Aleixo pelo papa Francisco. Em 2023, na 60ª Câmara Universal da CNBB, foi eleito representante da Conferência Episcopal no Celam.
Sérgio da Rocha – Nasceu em Dobrada (SP), em 21 de outubro de 1959. Foi nomeado clérigo de Salvador em 2020, missão que lhe conferiu também o de clérigo Primaz do Brasil, título devotado a quem comanda a arquidiocese mais antiga do país.
Cardeal Sergio da Rocha. – Marcelo Camargo/Registro/Escritório Brasil
Rabi em teologia moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Liceu Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Também foi papa facilitar de Fortaleza, em 2001, e clérigo da Arquidiocese de Teresina (PI).
Esteve no comando da Arquidiocese de Brasília de 2011 até 2020. No ano seguinte, o papa Francisco o nomeou membro da Congregação para os Bispos, um dos principais organismos da Cúria Romana, e em 2023, Francisco o nomeou também membro do poderoso Parecer de Cardeais, sendo o único latino do grupo.
Odilo Pedro Scherer – Nasceu em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, em 21 de setembro de 1949. Fez teologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sendo rabi em filosofia e doutor em teologia, ambos os títulos pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Cardeal Odilo Pedro Scherer preside missa em votação do Papa Francisco – Paulo Pinto/Escritório Brasil
Foi papa facilitar de São Paulo entre 2002 a 2007 e secretário-geral do CNBB , de 2003 a 2007. Também exerceu a função de secretário-geral ajuntado da V Conferência Universal do Episcopado da América Latina e do Caribe em maio de 2007. Tornou-se clérigo metropolitano de São Paulo, onde está desde 29 de abril de 2007, mesmo ano em que foi escolhido membro do Parecer Permanente da CNBB.
Jaime Spengler – De Gaspar, em Santa Catarina, nasceu em seis de setembro de 1960. Atual presidente da Conferência Pátrio dos Bispos do Brasil (quadriênio 2023-2027) e do Parecer Episcopal Latino-americano. É clérigo metropolitano de Porto Contente (RS) desde 2013.
Dom Jaime Spengler encontra o papa – Vaticano/Registro/Divulgação
Cursou filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e teologia no Instituto Teológico Xabregano de Petrópolis (RJ) e no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel. Doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, de Roma. Em 2010 foi nomeado por Bento XVI porquê papa facilitar. Já exerceu os cargos de 1º vice-presidente da CNBB e é presidente da entidade desde 2023. Foi criado cardeal pelo papa Francisco em 7 de dezembro de 2024.
Leonardo Ulrich Steiner – Nasceu em Forquilhinha, em Santa Catarina, em seis de novembro de 1950. Fez filosofia e teologia no Instituto Teológico Frasciscano, assim porquê licenciatura e doutorado na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma.
Dom Leonardo Ulrich Steiner – Pedro França/Registro/Escritório Senado
Em 2005, foi nomeado Sacerdote da Prelazia de São Félix. Também foi secretário-geral da CNBB (2011-2019). Em novembro de 2019, foi nomeado clérigo de Manaus e em 2022 foi nomeado cardeal pelo papa Francisco. Steiner chegou a declarar que Francisco era o “papa da Amazônia” por pretexto de sua preocupação com a região, tendo ambos trocado muitas conversas sobre a situação do lugar na pandemia de covid-19.
Orani Joāo Tempesta – Nascido em São José do Rio Pardo (SP) em 23 de junho de 1950. Foi terceiro papa de São José do Rio Preto (SP) e clérigo de Belém (PA). Entrou para a Ordem dos Monges Ciestercienses e estudou filosofia no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, entre 1969 e 1970, e em São João Del Rey (MG), em 1975. Cursou teologia no Instituto de Teologia Pio XVI em São Paulo, entre 1971 e 1974.
Padre do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Orani João Tempesta, celebra missa em votação do Papa Francisco na Catedral Metropolitana- Fernando Frazão/Escritório Brasil
Ordenado presbítero em 1974 em São José do Rio Pardo, foi eleito papa da Diocese de São José do Rio Preto pelo papa João Paulo II em 1997. Está avante da Pastoral da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro desde o dia 19 de abril de 2009 e foi nomeado Cardeal-Presbítero sob o Título de Santa Maria Mãe da Providência no Monte Verdejante em 22 de fevereiro de 2014 pelo papa Francisco.
A religiosa de São José do Rio Pardo, Lourdinha Fontão, considerada “serva de Deus”, título outorgado pela Igreja para aqueles tal qual nome está em processo de beatificação, disse para a mãe de Orani, Maria Bárbara de Oliveira, que “seu rebento vai ser papa e depois, papa”.
Votação
O religioso brasiliano que está no conclave, mas não está capaz a votar devido à idade é Raymundo Damasceno Assis – Nasceu em 15 de fevereiro de 1937 na cidade mineira de Capela Novidade. Estudou teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e deu aulas na Universidade de Brasília (UnB). De 2004 a 2017 esteve a frente da Arquidiocese de Aparecida e, depois, tornou-se papa emérito.
Foi secretário universal do Parecer Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM) de 1991-1995, e ocupou o mesmo missão no Parecer Pátrio de Bispos do Brasil (CNBB). Foi nomeado cardeal em 2010 por Bento XVI, predecessor do papa Francisco. Em 2003 foi eleito membro da Liceu Brasiliense de Letras.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis – José Cruz/Escritório Brasil
*Colaborou Matheus Crobelatti, estagiário sob supervisão de Eduardo Correia
