A teoria de que nossa cultura está tomada por uma semiologia terapia, isto é, contaminada por palavras e conceitos para os quais o único significado de tudo é alguma coisa psicológico ou psicopatológico, já é um clássico em sátira do comportamento. Mas, aparentemente, esse diagnóstico ganha força quando produtoras de teor porquê a jovem britânica Freya India começam a falar dessa cultura da terapia nas redes sociais e para os geneZis —a geração Z.
Porquê ela muito reconhece, a origem desse diagnóstico data do famoso clássico de 1979 “Cultura do Narcisismo”, do historiador e crítico cultural Christopher Lasch. Nessa obra, ele identifica essa tendência a interpretar tudo que acontece na vida de uma pessoa porquê evento passível de tratamento terapêutico, e, pior, só passível de compreensão se traduzido em conceitos da psicologia. Se nunca o leu, você está algumas décadas procrastinado em repertório para compreender muito o mal-estar que marca o século 21.
O diagnóstico de Lasch vem no contexto, porquê diz seu livro citado supra, da cultura do narcisismo. Sem me estancar nela, isso significa que a personalidade narcísica, descrita pela psicanálise freudiana, se tornara uma cultura dominante de pessoas voltadas para sua frágil e miserável subjetividade, que procura se erguer porquê o orgasmo da humanidade, quando, na verdade, trata-se de uma subjetividade que lambe suas feridas narcísicas todo o tempo porquê se estas fossem temas caros à história do mundo.
De lá pra cá, isso se agravou muito porque, porquê previra Lasch, tratava-se do promanação do literato das identidades, no caso, a do narcisista em seu recta de ser um interesseiro com glitter. A subjetividade expandida passou a ser um recta a ser reconhecido pelo Estado, pelas empresas, pelas escolas, pela diplomacia, enfim, por Deus.
“Sensibilidade terapia” é o termo que Lasch usa para descrever o fenômeno que ele identificara na produção cultural americana da sua quadra. Lembre-se: livro publicado em 1979, por isso, sempre tome desvelo quando encontrar que no mundo tudo começou quando nasceu seu primeiro dente definitivo ou com o seu iPhone 25.
Já em 2003, o sociólogo húngaro-canadense, hoje radicado em Bruxelas, Frank Furedi publicava seu “Therapy Culture” —ainda sem tradução no Brasil, até onde sei. Portanto, a frase “cultura da terapia”, hoje citada em larga medida, é colocada em grande circulação com ele.
Tanto ele quanto Lasch pensaram essas transformações culturais e de comportamento num cenário de incertezas, literato da vulnerabilidade e de baixas expectativas —expressões que aparecem no subtítulo de suas duas obras.
Ou seja, ambos os scholars identificavam um processo de extenuação das pessoas diante dos desafios do mundo, cujos sinais, no caso de Lasch, já apareciam no literato das fofocas dos talk shows da TV americana, assim porquê também no paladar e na demanda de que as pessoas abrissem suas vísceras diante das câmeras, o que hoje é um imperativo terminante nas redes sociais exigido pelos seguidores em universal. Quer engajar? Confesse suas misérias privadas e gere empatia. Brega, toda vida.
Já Furedi identificara o surgimento de termos do universo das psicoterapias na prensa de língua inglesa na sua pesquisa ao longo da última dez do século 20. Os jornalistas, pouco a pouco, passavam a usar esses termos nas suas análises e entrevistas da mídia em universal porquê verdades universais.
Aliás, os jornalistas são bons em erguer suas pequenas preferências teóricas em hermenêutica universal —hermenêutica em filosofia é a superfície que discute os modos e ferramentas de versão do mundo. A instrução, também, naufragava no tsunami do vocabulário terapêutico. Hoje, o quadro da instrução é de grave piora. Logo não restará zero na instrução que não seja a cultura da terapia e a ideologia porquê devastação do pensamento.
No Brasil, a cultura da terapia transformou-se em contencioso jurídico usado pra todo lado, impedindo qualquer reflexão mais profunda sobre o fenômeno. No Brasil, as misérias produzidas nos países ricos se tornam sempre piores.
Um traço importante do diagnóstico de Furedi sobre a preeminência da cultura da terapia na mídia e na instrução é seu método de suspeita agressiva para com aqueles que recusam o traje que sempre qualquer diagnóstico psicopatológico cabe a eles. “Melhor”, porquê disse Furedi, revelar logo que é doente e se sujeitar. Isso hoje é o óbvio e ululante.
No caso específico de Freya India, ela aplica esses conceitos ao sofrimento das mulheres jovens, que estão muito mal, mas não perdem a pose de emancipadas.
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