Sebastião salgado registrou atentado contra ronald reagan 23/05/2025

Sebastião Salgado registrou atentado contra Ronald Reagan – 23/05/2025 – Ilustrada

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Era 30 de março de 1981. Sebastião Salso, que se tornaria um dos maiores fotógrafos do mundo, estava em Washington, nos Estados Unidos, para produzir uma reportagem fotográfica sobre os centena primeiros dias de Ronald Reagan na Presidência dos Estados Unidos, a pedido da revista do The New York Times.

Na saída de um evento do qual o republicano participava, Salso capturou aquela que se tornaria uma de suas fotografias mais emblemáticas e, segundo ele próprio, a que impulsionou sua curso, tanto em termos de prestígio jornalístico quanto financeiro. Era a tentativa de assassínio a tiros contra Reagan por John W. Hinckley Jr.

Em pouco mais de um minuto, Salso tirou 76 fotografias, lançando mão das três câmeras que tinha à disposição, todas carregadas com filmes coloridos. As imagens mostram o caos em seguida os disparos, incluindo o secretário de prelo James Brady ferido e agentes do Serviço Secreto em ação.

O trabalho não pode ser reproduzido, no entanto, porque sua família, que detém os direitos autorais, não autoriza, uma decisão tomada por Salso ainda em vida, que não desejava ser reconhecido porquê o fotógrafo que registrou o atentado contra Reagan.

À idade, o material foi amplamente distribuído por agências internacionais e publicado em diversos veículos de prelo. Salso, que morreu aos 81 anos nesta sexta-feira, em Paris, relembrou o caso em 201 em entrevista ao Democracy Now!, um programa de rádio quotidiano que vai ao ar nos Estados Unidos. Leia inferior a transcrição.

Sr. Reagan participava, dentro do Hilton, de um evento do setor de construção social. Estava prestes a ir embora, mas vi dois fotógrafos indo até a ingressão do hotel. Pedi ao segurança do FBI nomeado para me escoltar: “Preciso ir junto.” Ele respondeu: “Não, só irão os fotógrafos do pool.” Eram dois profissionais designados para escoltar o presidente onde ele fosse. As fotos que eles tirariam seriam distribuídas para todos os jornais, revistas e agências do mundo.

E eu corri para chegar à porta do hotel. Lembro que esse face detrás de mim falou: “Quando o presidente dos Estados Unidos está por perto, você não pode percorrer. Eles podem atirar em você.” Mas continuei, e ele pegou o crachá do FBI e gritou: “FBI! FBI!” E eu fui, entrei pela porta do hotel. O Sr. Reagan estava saindo. E lembro que tirei uma foto, uma única foto, e ouvi o “tac! tac! tac!” — os disparos, sabe? Achei que fossem fogos de artifício, porque na América Latina, quando os presidentes saem, tem muito queima de artifício. Mas imediatamente percebi que não era isso, que um pouco estava acontecendo.

E eu corri. Continuei. E todos esses caras que faziam a segurança eram meus colegas. Eles me deixaram entrar, me aproximar do coche do Sr. Reagan, e assim consegui uma série incrível de fotos, porque peguei o Sr. Brady caindo, com sangue saindo da cabeça, toda aquela confusão ao volta. Na verdade, em murado de um minuto, um minuto e vinte segundos, tirei 76 fotos. Eu tinha três câmeras com filme. Mas sou um fotógrafo de preto e branco. Naquela idade, estava fotografando em cores. Meu trabalho era para uma reportagem em cores. Fotografei em cores por muitos anos, além do preto e branco, porque não era provável viver só do preto e branco. E fiz essa série de fotos.

Depois dessa confusão, e quando as pessoas saíram, eu estava perdido no meio de Washington, porque era minha primeira viagem à cidade. Eu não sabia porquê voltar para a Moradia Branca. Finalmente, consegui um táxi e fui. Liguei para o The New York Times. Disse ao editor Fred Ritchin: “Fred, eles mataram nossa reportagem”, porque agora nunca mais iriam me deixar chegar perto do presidente, já que ninguém sabia ainda que o Sr. Reagan estava muito. E eu voaria no dia seguinte para Illinois, no avião presidencial, para tirar fotos. Fred me perguntou: “Mas você conseguiu tirar fotos?” Eu disse: “Sim.” Ele falou: “Provavelmente teremos uma grande reportagem, porque o presidente foi atingido. Ele está muito mal no hospital.” Foi aí que pensei: “Meu Deus, provavelmente minhas fotos não ficaram boas, porque não tive tempo de verificar a luz, de ver se a luz estava boa ou não. Estava fotografando muito, muito rápido.” E quando revelaram os filmes, estavam boas.

O caso marcou uma transição na curso de Salso, que passou a se destinar a projetos de longo prazo, centrados em questões sociais e humanitárias, que o elevaram ao estrelato da retrato mundial.

Folha

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