Seleção em crise marca primeira gestão de ednaldo na cbf

Seleção em crise marca primeira gestão de Ednaldo na CBF – 24/03/2025 – Esporte

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O baiano Ednaldo Rodrigues, 71, caminha para seu segundo procuração adiante da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) até 2030 com uma gestão marcada por resultados fracos da seleção dentro de campo, trocas de técnicos e disputas jurídicas nos bastidores, mas com o vasto esteio de clubes e federações.

Sem concorrentes —Ronaldo até tentou, mas desistiu da candidatura ao se deparar com a falta de esteio—, Ednaldo deve ser reconduzido ao incumbência na eleição marcada para esta segunda-feira (24) na sede da entidade, no Rio de Janeiro, prevista para principiar às 10h30 (horário de Brasília).

Presidente da Federação Baiana de Futebol por quase duas décadas, o cartola assumiu a presidência da CBF pela primeira vez em agosto de 2021 de forma interina, posteriormente o retiro de Rogério Mestiço. Foi eleito para o primeiro procuração em placa única, em março de 2022.

À idade sob o comando de Tite, a seleção chegou a ter bons resultados no período, com aproveitamento de mais de 80% e somente uma guião, mas o empate com a Croácia culminou na eliminação na Despensa do Qatar, nos pênaltis.

Com a novidade queda nas quartas de final do Mundial, Tite deixou o incumbência, e a procura por um novo técnico gerou o primeiro desgaste ao presidente da CBF.

Em procura de um nome de peso para comandar a equipe, Ednaldo chegou a indicar a contratação do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, mas para somente dali a um ano, em meados de 2024.

Nesse meio tempo, Ramon Menezes, emprestado da seleção Sub-20, e Fernando Diniz, dividido com o Fluminense, assumiram interinamente, sem conseguir entregar os resultados esperados. Com a dupla, o time acumulou cinco derrotas, três vitórias e um empate, com aproveitamento de somente 37%, um dos piores da história.

Pressionado pela falta de resultados dentro de campo, que também contou com a não classificação da seleção masculina para os Jogos de Paris, Ednaldo ainda teve de mourejar com uma disputa na Justiça pelo comando da entidade.

Em dezembro de 2023, ele foi remoto por decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), pelo entendimento de que um concórdia firmado entre a CBF e o MPF (Ministério Público Federalista), que abriu caminho para sua eleição, era ilícito. Depois uma série de idas e vindas nos tribunais, o dirigente foi reconduzido ao incumbência em janeiro de 2024, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federalista).

Tão logo retomou o assento, a primeira decisão foi exonerar Fernando Diniz. Com Ancelotti renovando com o Real Madrid e a pressão por um nome em definitivo, Ednaldo acertou com Dorival Júnior nos primeiros dias de 2024 para conduzir o Brasil até a Despensa.

Com dificuldades da equipe em encontrar a formação ideal sem Neymar, o ano de 2025 será importante para que o presidente da CBF possa determinar a permanência da atual percentagem técnica até 2026.

Na semana passada, em meio aos preparativos para duelos importantes da equipe no caminho até o Mundial, contra Colômbia e Argentina, Ednaldo convocou as eleições da entidade para esta segunda-feira.

O processo foi mera formalização para a recondução ao incumbência —sua placa “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza” foi a única registrada para o pleito, contando com o esteio de 27 federações e 13 clubes da Série A e 13 da Série B.

Da Série A, a placa foi assinada por Palmeiras, São Paulo, Internacional, Grêmio, Juventude, Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Vasco, Bahia, Sport, Vitória e Ceará. Na Série B, Ednaldo teve o esteio de Atlético-GO, América-MG, Athletic-MG, Amazonas, Avaí, Chapecoense, Criciúma, CRB, Botafogo-SP, Goiás, Novorizontino-SP, Operário/PR e Volta Redonda-RJ.

“A gente vai procurar fazer um procuração que busque cada vez mais o fomento do futebol brasílico, lutando pela purificação desse futebol e pela inclusão social e principalmente no combate ao racismo e a todo tipo de discriminação”, disse Ednaldo.

O ex-jogador Ronaldo Nazário chegou a anunciar sua candidatura, mas não encontrou respaldo para seguir com a empreitada. Segundo ele, das 27 federações procuradas, encontrou 23 portas fechadas.

“Sabemos que a CBF vem, historicamente, de processos complicados em termos de gestão. E mal ou muito, com todas as nuances jurídicas que aconteceram, o presidente Ednaldo tem buscado a manutenção de uma gestão que se afaste dos temas que vinham no contexto anterior”, afirmou o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.

“Ainda há muita coisa a melhorar, mas olhando o processo todo que antecede a eleição, percebemos certa incapacidade de articulações que pudessem trazer um setentrião, um rumo totalmente dissemelhante. O presidente Ednaldo vem mantendo uma interlocução com os clubes, as federações. É um presidente bastante conseguível”, disse o dirigente colorado.

CEO da SAF do Botafogo, John Textor também manifestou publicamente seu esteio à reeleição. Ednaldo chegou a processar Textor em 2023 por acusações de manipulação no futebol brasílico sem provas. Agora, em nota na qual declarou seu esteio à reeleição, o americano disse que, ao saber melhor o presidente da CBF, percebeu que “muitas de suas visões coincidem com nossas ideias e ambições no Botafogo.”

“Estou feliz em informar que a mudança pode vir de dentro, e essa mudança certamente está chegando à CBF, para o mercê de todos nós que amamos o futebol do Brasil”, disse Textor.

Ednaldo assume o segundo procuração com o compromisso assumido junto aos clubes de maior transparência e participação na gestão e de esteio à geração de uma liga do futebol brasílico.


Aproveitamento da seleção brasileira na gestão Ednaldo Rodrigues

A partir de ago.2021 (Tite)

5 vitórias, 2 empates (aproveitamento de 81%)

2022 (Tite)

10 vitórias, 2 empates*, 1 guião (aproveitamento de 82%)

*empate com a Croácia na Despensa do Mundo no tempo normal; eliminação nos pênaltis

2023 (Ramon Menezes/Fernando Diniz)

3 vitórias, 1 empate, 5 derrotas (aproveitamento de 37%)

2024 (Dorival Júnior)

6 vitórias, 7 empates, 1 guião (aproveitamento de 59,5%)

2025 (Dorival Júnior)

1 vitória (aproveitamento de 100%)

Totalidade

25 vitórias, 12 empates, 7 derrotas (aproveitamento de 66%)

Relâmpago-X | Ednaldo Rodrigues, 71

1954, Vitória da Conquista (BA). Presidente da CBF desde agosto de 2021, é o primeiro preto e nordestino no incumbência. Comandou por quase duas décadas a Federação Baiana de Futebol. Foi vice-presidente da CBF entre 2018 e 2021.

Folha

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