Semana De Ciência E Tecnologia Da Ufrj Debate Mudanças Climáticas

Semana de Ciência e Tecnologia da UFRJ debate mudanças climáticas

Brasil

A Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciou nesta quarta-feira (16) as atividades da Semana Vernáculo de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2024. Idealizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a semana debate levante ano os desafios e riscos diante das mudanças climáticas, conversando com o tema vernáculo Biomas do Brasil — Flutuação, saberes e tecnologias sociais — estabelecido pela pasta. A programação é gratuita e conta com oficinas, visitas guiadas e apresentações culturais.

Com duração até a terça-feira (29), o evento está distribuído entre os campi Cidade Universitária, na Ilhéu do Fundão, Professor Geraldo Cidade, em Duque de Caxias, e Núcleo Multidisciplinar UFRJ-Macaé, em Macaé. Por meio de uma parceria com a Instalação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a universidade também realiza a SNCT nos Territórios no Escola Estadual Clóvis Monteiro, em Manguinhos, e na Escola Genival Pereira de Albuquerque, na Maré. Para a assessora da Superintendência de Integração e Fala da Extensão na Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ, Renata Soares, a SNCT é uma forma de entrada à universidade e aos conhecimentos populares para os estudantes que participam da programação.

“O evento é idealizado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, e temos participado exatamente com o objetivo de fazer essa espalhamento científica do que é produzido na universidade, em diálogo com a instrução básica”, diz Renata. “Fazemos uma chamada interna na universidade para os grupos de pesquisa, extensão e laboratórios apresentarem suas produções, além de uma divulgação para as escolas públicas e privadas do ensino infantil à instrução para jovens e adultos se inscreverem para vir participar das atividades”. 

Cidade Universitária

No campus da Cidade Universitária, o evento vai até sexta-feira (18). São esperados mais de 3 milénio estudantes no Núcleo de Tecnologia, que sedia as atividades. Ao longo do evento, nos diferentes campi, são aguardados muro de 8 milénio alunos dos ensinos infantil, fundamental, médio e da instrução para jovens e adultos (EJA) e mais de 160 escolas públicas e privadas de todo o estado. 

Em entrevista à Filial Brasil, Renata destacou a relevância da programação ao trazer alunos da instrução básica para saber a universidade e reforçou o papel da divulgação científica e do diálogo com os alunos. “A valia é exatamente o papel da extensão universitária, que proporciona o diálogo que permite aos estudantes da instrução básica saber a universidade e dá estudantes universitários oportunidade de ter essa experiência em sua formação.” Renata enfatizou a divulgação científica e a possibilidade de diálogo com essas pessoas, que também podem contribuir. A partir do momento em que as oficinas conversam com esse público da instrução básica, ele reflete sobre o que a universidade está produzindo e se reinventam, disse.  


Rio de Janeiro (RJ), 16/10/2024 – A estudante de pedagogia, Clara Tavares Pereira durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ, que acontece no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 16/10/2024 – A estudante de pedagogia, Clara Tavares Pereira durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ, que acontece no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Clara Tavares sempre quis estar na universidade – Tomaz Silva/Filial Brasil

“O evento faz toda a diferença. Sempre tive o libido de estar na universidade, mas sei, e agora uma vez que estagiária em uma escola pública, que muitas vezes os jovens não se vêm dentro desse espaço. Acho que eles estarem ocupando esse envolvente de alguma forma também incentiva o libido de estar na universidade, que é muito importante”, diz a estudante de pedagogia Clara Tavares Pereira. 

Nesta edição da Semana de Ciência e Tecnologia, Clara participa da programação uma vez que extensionista do Projeto Integrado da UFRJ para a Ensino de Jovens e Adultos. “É a primeira vez que participo, logo não conhecia ainda o evento, mas está sendo incrível poder compartilhar um pouco do nosso trabalho e também produzir coisas novas para apresentar aos visitantes. Criamos jogos para fazer com os alunos, que são de várias faixas etárias. Estamos atendendo desde crianças pequenas até adultos e está sendo uma experiência riquíssima aprender com eles também.”

Pensar o horizonte

Um grupo de alunos vestindo uniformes da rede pública municipal da cidade do Rio de Janeiro se concentra em torno de alguns animais empalhados trazidos ao Núcleo de Tecnologia da Ilhéu do Fundão. As 20 diferentes espécies fazem segmento do projeto O Clube de Jovens Cientistas do Museu Vernáculo: Ciência na Quinta, que procura mostrar uma vez que as ações antrópicas e as mudanças climáticas afetam diretamente os biomas do litoral fluminense. 

“Todas as espécies que temos cá são do Rio de Janeiro. Mostramos um pouco uma vez que essas mudanças afetam a dimensão terrestre e marítima”, diz a aluna de Ciências Biológicas Melissa Marte. Para Melissa, estabelecer esse diálogo sobre mudanças climáticas com os alunos da instrução básica é importante para a popularização da ciência. “É importante trabalhar com a conscientização da população, e creio que, quanto mais cedo fizermos isso, melhor. Enfim, estamos preservando para as próximas gerações, mas elas também precisam ter ciência do que está acontecendo e de uma vez que podemos melhorar o meio envolvente e poupar aquilo que ainda temos”.


Rio de Janeiro (RJ), 16/10/2024 – Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ acontece no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 16/10/2024 – Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRJ acontece no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Animais empalhados atraem estudantes – Tomaz Silva/Filial Brasil

O impacto no meio envolvente também é tópico da pesquisa do professor do Departamento de Construção Social da UFRJ Luís Otávio Cocita Araújo. Encurralado por alunos curiosos com as peças de madeira à vista, ele afirma que levante é um material que revolucionará a construção social. “Toda construção social até hoje usa uma base mineral, seja para o cimento ou para o aço, mas a madeira você vegetal, colhe e pode usar para fazer edificações. Logo, busco levar os alunos de engenharia a ter essa consciência. Para despertar essa consciência neles, trazemos os estudantes para as bancadas, para que possam preparar esses elementos eles próprios”, explica à Filial Brasil.

Segundo o professor, pensar em uma engenharia tendo uma vez que base materiais sustentáveis, uma vez que a madeira, é uma forma de promover um horizonte sustentável. “Se a gente pensar que tem muita coisa para edificar ainda e pensar na demanda que temos para fazer prédios, casas, hospitais, creches, escolas, aeroportos, os recursos usados até cá não são renováveis. Logo, uma hora vão rematar, por isso, é importante prometer que as gerações futuras tenham entrada a esses espaços também.”

Outro ponto importante, de conciliação com Araújo, é que a árvore sequestra gás carbônico (CO2) da atmosfera enquanto cresce, o que permite reduzir as emissões de carbono. “Quando cortamos a madeira e usamos na construção social, dentro dela existe CO2 armazenado. Esse é um tremendo mercê: é um sistema construtivo que usa material renovável e que consegue diminuir as emissões de gás carbônico, dando uma boa resposta para a sociedade e para o meio envolvente.”

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Fonte EBC

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