Série sobre jean charles de menezes busca a verdade

Série sobre Jean Charles de Menezes busca a verdade – 30/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Na ingressão da estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, há um mosaico com o rosto de Jean Charles de Menezes e a termo “simples” escrita em inglês. Faz quase 20 anos, mas um dos maiores erros da história da polícia britânica segue vivo na memória de quem está por cá.

No dia 22 de julho de 2005, o brasílico de 27 anos foi morto com sete tiros na cabeça e um no ombro por atiradores da polícia britânica dentro do vagão.

Agora, a tragédia é retratada em uma série com quatro episódios. “Caso Jean Charles: Um Brasílico Morto Por Ilusão” estreia nesta quarta (30) no Disney+. A produção britânica mostra os acontecimentos que cercam a morte do eletricista sob a perspectiva dos envolvidos.

Para o ator brasílico Edison Alcaide, que vive em Londres desde 2008 e interpreta Jean Charles, a série tem porquê missão expor o que de vestuário ocorreu.

“Ela faz uma enorme reflexão do dano que informações errôneas podem provocar. Foi evidente o compromisso de todo mundo de ser o mais leal verosímil com o que tinha realizado e trazer a verdade à tona. Ela é tensa do prelúdios ao termo, não te deixa respirar,” diz Alcaide à Folha.

“O Jean foi vítima não só do que aconteceu, mas de muitas mentiras. Quando vim morar em Londres, falando com pessoas, a informação era que ele tinha corrido da polícia, reagido. O impacto das fake news é tão grande que até hoje muita gente diz que ele correu, reagiu, era trambiqueiro, malandro.”

Na estação, a capital inglesa estava em alerta. Duas semanas antes, ataques por homens-bomba causaram a morte de 52 pessoas em explosões no metrô e em um ônibus. Na véspera, extremistas haviam tentado, sem sucesso, detonar explosivos no transporte público.

A polícia começou uma procura e confundiu o brasílico com um suspeito. Relatos iniciais incorretos diziam que Jean Charles havia pulado a catraca da estação de Stockwell vestindo um casaco grosso dentro do qual estaria escondendo uma explosivo e, confrontado, avançou nos policiais.

Imagens do rodeio interno mostraram que ele entrou normalmente e vestia uma jaqueta ligeiro. Testemunhas disseram que não reagiu. Uma série de erros de planejamento e realização na operação levaram à morte de Jean Charles.

Na estação, a polícia afirmou que as circunstâncias “ocorreram em um momento de prenúncio terrorista sem precedentes.” E assumiu que o imigrante do interno de Minas Gerais era simples.

Nenhum quidam foi processado. Em 2007, a polícia foi multada em 175 milénio libras, muro de R$ 1,3 milhões em valores atuais, por violar leis de saúde e segurança e colocar o público em transe. A família recebeu indenização da Scotland Yard, dos quais valor não foi divulgado. Em 2016, a Golpe Europeia de Direitos Humanos negou a recurso dos familiares contra a decisão da justiça de não acusar nenhum policial.

A brasileira Anna Trigueiro interpreta Maria de Menezes, mãe de Jean Charles. A atriz também acredita que a série faz uma correção histórica. “Para a dona Maria, o que ela quer é que a verdade fique clara,” diz.

“Eu quis dar voz a ela. Por ser uma pessoa que não fala inglês, não tinha força nem voz. O objetivo dela, em ajudar na série, é que a justiça fosse feita em termos de todos saberem que ele não era um fugitivo da polícia. Mostrar que o rebento era uma pessoa boa e trabalhadora.”

A família de Jean Charles e policiais envolvidos no caso foram consultores na produção. Escrita por Jeff Pope e dirigida por Paul Andrew Williams, tem Conleth Hill (“Games of Thrones”) no papel do comissário Ian Blair, função mais cimalha da corporação. Emily Mortimer (“Paddington: uma Façanha na Floresta”) é Cressida Dick, que liderou a operação e, anos depois, foi promovida a comissária. Alex Jennings (“The Crown”) interpreta o jurista de resguardo da família.

E por que relatar essa história tanto tempo depois? “São muitos temas discutidos: xenofobia, imigração, fake news, responsabilidade das instituições que deveriam nos proteger. Acho a série mais relevante do que nunca,” diz Alcaide.

“Porquê sociedade, a nível mundial, a gente está muito mais disposto a ter conversas difíceis hoje do que 20 anos detrás; questionar as instituições, o sistema. Faz segmento da nossa evolução porquê sociedade trazer esses questionamentos à tona.”

Folha

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