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Philippe Tremblay, diretor de assinaturas da Ubisoft, foi sentenciado sumariamente pelo impiedoso tribunal das redes sociais ao declarar que os consumidores precisam se avezar a não serem donos de seus próprios jogos para que os serviços de assinatura de games prosperem na indústria.
A enunciação desastrada do executivo ao site GamesIndustry.biz, porém, também iniciou um interessante debate sobre qual será o papel desses serviços para o porvir da indústria de jogos virtuais.
O que ele disse: “Os jogadores estão acostumados, um pouco uma vez que o DVD, a ter e possuir seus jogos. Essa é a mudança nos consumidores que precisa suceder. Essa é uma transformação que tem sido um pouco mais lenta [nos jogos]. […] Trata-se de se sentir confortável em não possuir seu jogo”.
Uma vez que estamos hoje: há mais de uma dezena de serviços de assinatura de games no mercado, disponíveis para todas as principais plataformas, com os mais diversos valores e catálogos.
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As donas desses serviços disponibilizam uma seleção de seus jogos para os assinantes. Outrossim, podem fechar acordos com outros desenvolvedores para, por um valor pré-acordado, disponibilizar seus títulos por um determinado período.
É dessa forma que funciona o Xbox Game Pass, o principal serviço de assinatura de games do mercado. Disponível para usuários de PC e consoles Xbox, o serviço da Microsoft conta com mais de 25 milhões de assinantes (dados de janeiro de 2022).
Outras marcas oferecem serviços próprios de assinatura de games, uma vez que Nintendo (Nintendo Switch Online) e Sony (PlayStation Plus); gigantes da tecnologia, uma vez que Apple (Apple Arcade), Google (Google Play Pass) e Amazon (Luna+); e grandes publishers, uma vez que Eletronic Arts (EA Play) e a própria Ubisoft (Ubisoft+), para permanecer nos principais.
A controvérsia
A multiplicação desses serviços suscita questionamentos de desenvolvedores independentes, uma vez que Swen Vincke.
O fundador e CEO do Larian Games –desenvolvedora de “Baldur’s Gate 3”, um dos maiores sucessos de sátira e público de 2023– é um duro crítico desses serviços de assinatura e já afirmou que nunca irá disponibilizar “Baldur’s Gate 3” em um deles.
Ao comentar no X a enunciação de Tremblay, ele fez uma estudo pessimista de um hipotético porvir da indústria em que esses produtos dominassem a distribuição de games.
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“Seja qual for o porvir dos games, o teor sempre será o rei. Mas será muito mais difícil obter um bom teor se as assinaturas se tornarem o protótipo dominante e um grupo seleto deliberar o que vai para o mercado e o que não vai”.
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“Serviços de assinatura sempre acabarão sendo exercícios de estudo de dispêndio/favor destinados a maximizar o lucro. Não podemos ter um monopólio de serviços de assinatura. […] Em um mundo assim, por definição, eles determinarão quais jogos serão feitos.”
Em um pretérito não tão distante…
O porvir distópico previsto por Vincke na verdade existiu. Em uma era pré-Steam, em que os jogos eram distribuídos de forma física (em cartuchos ou CDs), o mercado de games era escravizado pelas grandes publishers e desenvolvedoras, que funcionam uma vez que “gatekeepers” e definiam que jogos chegariam ou não ao público.
Foi só em meados dos anos 2000, com a popularização da internet e das plataformas de distribuição do dedo de games, que os desenvolvedores independentes encontraram uma forma rápida e barata de repartir seus jogos. Foi a partir daí que o mercado de games se expandiu para gêneros e temas diferentes, aumentando sua pluralidade e alcançando um público cada vez maior.
Herói ou vilão?
Apesar do desenvolvimento apresentado nos últimos anos, os serviços de games por assinatura estão longe de se tornarem predominantes no mercado. E isso dificilmente acontecerá tão cedo.
“O desenvolvimento da assinatura estagnou, e os serviços de assinatura em consoles e plataformas de PC representam somente 10% dos gastos totais com teor de games nos EUA. A teoria de que as assinaturas se tornarão dominantes não é respaldada pelos dados”, afirmou no X Mat Piscatella, diretor executivo e exegeta da indústria de games da Circana, em uma sátira velada à consumição de Vincke.
“Os serviços de assinatura têm sido mais aditivos do que canibalísticos e oferecem aos jogadores, desenvolvedores e publicadores mais opções de uma vez que jogar ou uma vez que entrar no mercado”, completou.
De vestuário alguns jogos de médio porte lançados nos últimos anos, que poderiam muito muito passar derrotado em um mercado saturado, ganharam relevância e destaque graças à presença em serviços de assinatura.
São os casos de “Hi-Fi Rush”, da Tango Gameworks; “Pentiment”, da Obsidian; e “Stray” (mais sabido uma vez que jogo do gatinho), da BlueTwelve Studio. Todos disponibilizados desde o lançamento em serviços por assinatura.
Mesma coisa com “Starfield”, um dos únicos jogo de primeiríssima risca lançado ao mesmo tempo em um serviço de assinatura e para venda convencional. Disponibilizado para assinantes do Xbox Game Pass, o game conseguiu um sucesso considerável em vendas na Steam, mostrando que, ao menos aparentemente, uma plataforma não canibalizou a outra.
O temor de Vincke,logo, parece infundado. A evolução tecnológica que viabilizou o desenvolvimento do número de estúdios e desenvolvedores indies não deixará de viver, e a aposta de alguns executivos em serviços por assinatura vem se mostrando um tanto quanto exagerada. Da maneira uma vez que funcionam hoje, esses serviços parecem fazer mais muito do que mal ao mercado de games.
Play
dica de game, novo ou velho, para você testar
Prince of Persia: The Lost Crown
(PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)
Lançado no último dia 18, esse novo “metroidvania” –mistura de plataforma, ação e exploração em um cenário 2D– vem chamando a atenção de muita gente. E não é por casualidade. Para renovar a tradicional série “Prince of Persia”, a Ubisoft se inspirou e grandes jogos recentes do gênero (uma vez que “Hollow Knight”, “Ori and the Blind Forest” e “Metroid Dread”) e criou uma proeza única, com controles precisos, combate frenético e história envolvente. O ponto negativo fica por conta dos bugs, frequentes pelo menos na versão para Switch que testei na última semana. Espero que as próximas atualizações resolvam o problema para que esse ótimo jogo possa ser aproveitado uma vez que se deve.
O jornalista recebeu uma imitação do jogo com entrada antecipado para teste.
Update
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
- A pesquisa anual da GDC sobre a indústria de games apontou que 35% dos desenvolvedores de jogos foram afetados de alguma forma por demissões no último ano. Segundo o levantamento, que ouviu mais de 3.000 profissionais de todo o mundo, 7% dos entrevistados afirmaram terem sido demitidos, 17% responderam que tiveram colegas cortados e 11% relataram cortes em outros departamentos de suas empresas.
- O mesmo levantamento apontou que 49% dos desenvolvedores já usam qualquer tipo de instrumento de IA em seu trabalho. A tecnologia, porém, é mais empregada em áreas secundárias, uma vez que finanças (44%), notícia (41%) e gestão (33%), e menos em geração, uma vez que escrita/roteiro (13%), artes visuais (16%) e áudio (14%).
- Ainda sobre a pesquisa da GDC, 8% dos desenvolvedores afirmaram que estão trabalhando em jogos para o sucessor do Switch, apesar de a Nintendo até agora não confirmar planos para lançamento de um novo console.
- O Thunderful Group, conglomerado sueco que publica jogos uma vez que “Planet of Lana” e a série “Steamworld”, anunciou que reduzirá 20% do seu pessoal para “fortalecer sua posição no longo prazo”. Segundo a empresa, as demissões são resultado de um “investimento exagerado” feito nos últimos anos.
- A Square Enix confirmou ao site VGC que utilizou IA generativa em seu novo game multiplayer “Foamstars”. O produtor Kosuke Okatani afirmou à publicação que a maior segmento do teor foi feito à mão por artistas humanos, mas que alguns ícones presentes no jogo foram feitos no Midjourney, popular instrumento de geração de imagens por IA.
- A Suprema Namoro dos EUA recusou os pedidos de no processo que a Epic Games moveu contra a Apple por cobrar percentagem de 30% de todas as vendas realizadas em seus aparelhos, encerrando a guerra judicial. Apesar de a Apple ter de fazer algumas concessões, o CEO da Epic, Tim Sweeney, considerou a luta perdida.
- O jogo “Hogwarts Legacy”, inspirado no universo de Harry Potter, desbancou “Call of Duty” e ficou em primeiro lugar em vendas nos EUA em 2023, segundo a consultoria Circana. A empresa não contabiliza vendas digitais de algumas publishers, uma vez que a Nintendo. Ainda assim, “The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom” ficou em quinto lugar (a lista completa está aqui).
- A versão em entrada antecipado de “Palworld”, que ficou sabido nas redes sociais por ser uma espécie de “Pokémon com armas” e pelas piadinhas de quinta série com seu nome, chegou a 1,5 milhão de jogadores simultâneos na Steam, superando títulos uma vez que “Elden Ring”, “Cyberpunk 2077” e “Hogwarts Legacy”. Segundo os desenvolvedores, foram vendidas mais de 5 milhões de cópias do game.
- Em evento virtual da Xbox, o estúdio MachineGames revelou detalhes do novo game do Indiana Jones, em desenvolvimento para PCs e consoles da Microsoft. “Indiana Jones and the Great Circle” será um jogo de ação/proeza em primeira pessoa com lançamento previsto para oriente ano.
- A Sony lançou na última semana a versão slim do PlayStation 5 Edição Do dedo. A novidade versão do console chega às principais lojas de varejo por R$ 3.799,90, valor com desconto de R$ 200 se comparado ao preço sugerido para a versão inicial do console.
Download
games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
25.jan
“Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy”: R$ 213 (PC), R$ 239 (Xbox One/X/S), R$ 244 (Switch), preço não disponível (PS 4/5)
“Devil Inside Us: Roots of Evil”: R$ 49,99 (Switch), preço não disponível (PS 4/5, Xbox One/X/S)
“Hidden Through Time 2: Myths & Magic”: R$ 33,49 (Switch), preço não disponível (PS 5, Xbox X/S)
“Hitman: Blood Money – Reprisal”: R$ 42,99 (Switch)
26.jan
“Like A Dragon: Infinite Wealth”: R$ 349 (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)
“Tekken 8”: R$ 269,90 (PC), R$ 349,90 (PS 5, Xbox X/S)