'shakespeare Apaixonado' é Declaração De Amor Ao Teatro 04/08/2024

‘Shakespeare Apaixonado’ é declaração de amor ao teatro – 04/08/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Tem romance, humor, música e reviravoltas. Mas o que mais encanta na versão brasileira de “Shakespeare Enamorado” é o vestimenta de a peça ser uma enunciação de paixão ao teatro, encenada por um grupo diverso de artistas.

“É uma trupe de atores fazendo uma trupe de atores”, disse o diretor Rafael Gomes na tempo de audições para escolha do elenco, quando 1.600 pessoas disputaram as vagas.

O espetáculo é uma adaptação do filme de mesmo nome, que deu o Oscar à atriz Gwyneth Paltrow em 1999, ano em que Fernanda Montenegro estava na disputa com a versão da inolvidável Dora de “Medial do Brasil”.

Um dos poucos diretores do país com trânsito manente entre filmes e peças, Gomes optou por uma encenação sem efeitos cinematográficos, um mergulho no modo clássico de fazer teatro.

“O que tem cá são atores em cima do palco. Essa é a força dessa montagem”, diz.

A pluralidade foi um dos critérios para a escolha dos 23 atores, o que resultou em um elenco que mistura jovens e veteranos, brancos e negros, artistas famosos convidados pela direção e outros selecionados nas audições.

“Em um elenco tão grande, seria ilógico não contemplar o sumo de pluralidade”, afirma o diretor. A dramaturgia pede isso ao retratar uma trupe que une pessoas heterogêneas em relação à idade, origem e perfil físico.

O que não deu para modificar foi a formação majoritariamente masculina do elenco, uma vez que acontecia na era do teatro elisabetano.

Rodrigo Simas, um dos protagonistas, interpreta Shakespeare em um período de bloqueio criativo, quando encontra na aristocrata Viola de Lesseps (Carla Salle) a inspiração e o paixão sensual.

O ator saiu da caixinha de galã global ao estrelar recentemente o premiado solilóquio “Prazer, Hamlet”, com texto e direção de Ciro Barcelos, mas revela que Shakespeare está na vida dele desde a puerícia, quando viu o pai, Beto Simas, atuar na peça “Péricles”.

“Lembro da sensação. E minha mãe conta que, quando saí do teatro, disse: parece que eu vivi um sonho”, recorda.

Depois um curso na TV Orbe sobre o poeta e dramaturgo inglês, Simas compreendeu a urgência de tirar Shakespeare do pedestal. “Ele escrevia para o povo”, argumenta.

Há dois anos veio o invitação para o solilóquio, que já teve quatro temporadas e ainda deve voltar à cena, e, agora, a peça que se passa no século 16.

“Eu estava de mãos dadas com Shakespeare e agora estou misturado a ele. Peço permissão todos os dias para vivenciá-lo”, diz.

Na história, Lady Viola nutriz o teatro, mas é impedida de atuar pelas regras opressoras da era. Ela, portanto, usa trajes masculinos e até um bigode falso para participar das encenações e driblar a proibição. Shakespeare fica seduzido ao ouvir os próprios versos na voz da artista talentosa.

Carla Salle, que já havia trabalhado com o diretor no filme “Meu Álbum de Amores”, estava fora do Brasil na tempo das audições e fez o teste online para o papel da protagonista feminina. A intervalo não impediu a conexão entre ela e Simas, em sintonia nas interpretações românticas.

“É uma mulher entre tantos homens, no universo masculino da era. O que, de alguma forma, se reflete até hoje. Nós estamos sempre lutando para que existam mais mulheres nas produções artísticas”, afirma.

A ode ao teatro aparece também em Elizabeth 1ª, uma rainha que admirava as artes cênicas e é interpretada por Ana Lúcia Torre. Aos 79 anos, a atriz faz três aparições majestosas, carregando um figurino pesado e a longa experiência nos palcos –são 46 anos no teatro profissional, mais de 70 trabalhos cênicos e audiovisuais, sem nunca parar.

“É uma peça divertida, feliz e, ao mesmo tempo, cria uma tensão”, ela afirma sobre o espetáculo fundamentado no filme.

No tentativa universal cândido ao público, a atriz foi aplaudida em cena ensejo na primeira ingresso e na saída, o que ela labareda de “licença poética” por ter sido a primeira vez que o elenco fez o espetáculo inteiro, sem pausas.

Acostumada a conviver com atores e atrizes mais jovens, Ana Lúcia vê nessa pluralidade um tirocínio para os dois lados. “Os jovens trazem a leveza e os mais velhos a experiência. Isso é um jogo que sempre aconteceu e sabor muito.”

A veterana labareda a atenção para o formato do palco em “Shakespeare Enamorado”, com o público muito próximo e rodeando a cena no 033 Rooftop, localizado no terceiro marchar do Teatro Santander.

O cenário remete ao envolvente teatral da Inglaterra elisabetana, com aproveitamento múltiplo das possibilidades oferecidas pelo sítio, uma vez que uso de alçapões e de um balcão para os músicos em cena, além das entradas e saídas dos atores nas laterais, no meio da plateia.

A adaptação teatral é assinada por Lee Hall, dramaturgo e plumitivo britânico, responsável pelo roteiro de “Billy Elliot”, vencedor do Tony Award de melhor texto para músico em 2009.

O espetáculo já foi apresentado com sucesso em Londres, Novidade York, Japão e África do Sul.

Durante duas horas e meia e aos olhos do público, o jovem Shakespeare cria o enredo de “Romeu e Julieta” e, depois, a pedido da rainha, escreve “Noite de Reis”. Produz segmento de sua histórica dramaturgia ao mesmo tempo em experimenta o paixão impossível, as dificuldades de ser artista, a trova da vida real.

No reinado de Elizabeth 1ª, atores, escritores, taberneiros, nobres e plebeus vivem paixões e disputas. Amam e lutam. Estão sujeitos, o tempo todo, às farsas e às tragédias. Porém, é tudo teatro.

Folha

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