Sia Não Muda Vidas, Mas Alivia Jornadas Com Novo álbum

Sia não muda vidas, mas alivia jornadas com novo álbum – 04/05/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Pessoas que acompanham a curso da cantora e compositora australiana Sia podem ter avaliações muito distintas de seu trabalho. Para os fãs, ela é uma espécie de versão feminina de David Bowie, uma camaleoa capaz de mudar sua música totalmente de um álbum para outro. Já quem não curte muito diz que a moça às vezes não sabe recta para onde ir.

Nem genial porquê Bowie, nem perdida porquê alguém à procura de um estilo. Aos 48 anos, Sia é uma artista inquieta sem pânico de testar. Quando acerta, cria um som muito pessoal e envolvente. Mas pode decepcionar logo na filete seguinte. É impossível proferir que ela faz concessões ao sucesso pop, Sia grava o que der na telha.

E o sucesso veio várias vezes, desde seu segundo álbum, “Healing Is Difficult”, de 2001, passando depois por altos e baixos até o estouro electropop de “1.000 Forms of Fear” (2014) e “This Is Acting” (2016), o seu melhor trabalho, curiosamente feito a partir de canções que ela escreveu para outros artistas que, por motivos variados, se recusaram a gravá-las.

Para muita gente, o álbum que ela acaba de lançar, “Reasonable Woman”, poderia ser uma sequência proveniente de “This Is Acting”, formando logo uma trilogia de ótimos lançamentos. Mas, no meio do caminho, Sia decepcionou com dois discos nem um pouco adorados, até por seus seguidores mais radicais.

Ela lançou em 2017 um disco de canções natalinas, “Everyday Is Christmas”, que fracassou nas paradas, e, em 2021, em meio ao isolamento da pandemia e inegáveis crises de saúde mental, gravou a fraca trilha sonora de “Music”, um de seus projetos de cinema que alterna com os discos e as turnês.

Assim, “Reasonable Woman”, que teve cinco singles antecipando secção de seu teor, está sendo tratado porquê um “retorno” de Sia. Não chega a tanto, mas certamente flagra a artista com a curso de volta aos trilhos. O que, no caso dela, significa fazer um pop sofisticado, dançante e muito difícil de qualificar.

São 15 faixas, que, se submetidas a uma confrontação direta com o repertório de “This Is Acting”, ficam alguns pontos inferior, mas certamente cumprem uma missão: entregar a ela canções que permitam exibir sua força vocal irrefutável. Em “Gimme Love”, primeiro single, Sia quebra tudo com sua maneira de trovar que intercala trechos harmoniosos com gritos cortantes.

As letras continuam inusitadas e intrigantes. Logo na filete que abre o disco, “Little Wing”, ela estabelece um diálogo porquê uma versão mais novidade de si mesma, com muito carinho. A Sia madura canta: “Não desista, continue tentando, eu sei que em breve você estará voando / Eu sei que você não consegue parar de chorar, mas as lágrimas secam quando você está voando”.

Sia consegue colocar lado a lado um chiclete músico muito histrião, porquê “One Night”, e canções intensas que destacam a resiliência porquê única opção para quem chega ao fundo do poço. Caso de “Towards the Sun”, sobre superação pessoal, e a emotiva “I Forgive You”, irresistível no econômico formato de voz e piano. E que voz! A melhor performance do álbum, sem incerteza.

E, evidente, há mais demonstrações de porquê Sia, quando quer fazer uma pista ferver, sabe muito desse negócio. Por coincidência, ou não, duas parcerias no álbum são bombas de dança. Uma delas é “Immortal Queen”, divididas com as veteranas Chaka Khan e Missy Elliott. Uma filete matadora, praticamente um hino atemporal de dance music.

Depois, vale realçar a filete que é uma verdadeira celebração de duas gerações diferentes da música pop australiana. “Dance Alone” é outro pandemônio, desta vez com a diva Kylie Minogue. Porquê se essas parcerias não fossem suficientes, sobra espaço para Paris Hilton enviar alguns versos em “Fame Won’t Love You”: “Porque a nomeada não vai te amar porquê uma mãe, porquê um pai deveria… / E você pode desejar Oscars, Grammys e blockbusters… / A nomeada não vai te amar porquê um irmão, porquê um amante deveria”.

Porquê nos outros trabalhos em que Sia acertou a mão, esse tem muitas surpresas e sutilezas a serem descobertas. Com “Reasonable Woman”, seu décimo álbum, a camaleoa australiana nascida Sia Kate Isobelle Furler não muda a vida das pessoas, porquê David Bowie fez com muitas gerações, mas certamente produz músicas para atenuar a jornada de muita gente.

Folha

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