Simpatia E Humildade De Fernanda Torres Catapultaram 'ainda Estou Aqui',

Simpatia e humildade de Fernanda Torres catapultaram 'Ainda Estou Aqui', diz produtor do filme sobre Oscar

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‘Estou fazendo um filme do meu país, representando a nossa bandeira’, diz Rodrigo Teixeira, da RT Features, sobre produzir longa dirigido por Walter Salles. A atriz brasileira Fernanda Torres posa com o prêmio de Melhor Performance de Atriz em Filme – Drama por ‘Ainda Estou Cá’ na sala de prensa durante a 82ª edição anual do Mundo de Ouro no hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, Califórnia
Robyn Beck/AFP
A simpatia e a humildade de Fernanda Torres em seu exposição no Mundo de Ouro mudaram a trajetória de “Ainda Estou Cá” antes da votação do Oscar, segundo Rodrigo Teixeira, produtor executivo do filme brasílico.
“Aquele 6 de janeiro foi o grande momento para que a gente chegasse onde está hoje. A simpatia e a humildade dela [Fernanda] durante o exposição de vitória elevaram o filme”, diz o produtor.
“O filme foi catapultado para outra dimensão depois disso. Quem ainda não tinha visto o filme pensou ‘pô, quero saber essa atriz e o trabalho dela’.”
Fernanda Torres subiu ao palco do Mundo de Ouro em 6 de janeiro depois lucrar o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama por sua representação de Eunice Paiva.
Desde portanto, “Ainda Estou Cá” fez história ao se tornar o primeiro representante brasílico a ser indicado na principal categoria do Oscar.
Além de Melhor Filme, o longa dirigido por Walter Salles também concorre uma vez que Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres.
Com produções de peso em seu currículo, Rodrigo Teixeira se consolidou uma vez que uma figura prominente do mercado cinematográfico no Brasil e no exterior.
O produtor disputou uma categoria principal do Oscar pela primeira vez em 2018 com o longa “Me Chame pelo Seu Nome”, do diretor italiano Luca Guadagnino, que ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Adequado.
Mas, para Teixeira, zero se compara à alegria e ao sabor de concorrer ao maior prêmio do cinema mundial com um filme brasílico.
“A trajetória de ‘Ainda Estou Cá ‘ é muito mais saborosa [do que as outras produções] do ponto de vista da felicidade”, diz Teixeira à BBC Brasil.
“Não se trata de uma produção norte-americana que pode maquinalmente se qualificar para o Oscar por ser em língua inglesa. Estou fazendo um filme do meu país, representando a nossa bandeira.”
Quanto às chances de “Ainda Estou Cá” levar qualquer dos prêmios em 2 de março, Teixeira afirma que “está muito difícil de prever”.
“Se o trabalho é coletivo, as expectativas são individuais. E eu prefiro reservar as minhas expectativas para mim, até para não gerar frustração de qualquer lado”, diz o produtor. “A única segmento interesseiro, que posso vigilar para mim, é o meu sentimento sobre isso tudo.”
A campanha
‘Me chame pelo seu nome’, de Luca Guadagnino, lançado em 2018
Reprodução
Além de “Ainda Estou Cá” e “Me Chame pelo Seu Nome”, Rodrigo Teixeira assina a produção de outros grandes títulos uma vez que “A Feitiçeira” (2015), “O Farol” (2019) e o também brasílico “A Vida Invisível”(2019).
Aos 51 anos, o carioca radicado em São Paulo admite que apesar de toda a experiência prévia, ainda sente o nervosismo de esperar pelo resultado de um Oscar.
“Todo mundo fica nervoso”, diz ele, que comanda a produtora RT Features.
“Mas ter conseguido o feito inédito de ser indicado na categoria de Melhor Filme já valeu mais do que muita coisa, já é uma vitória. O que vier daí é lucro.”
Mas apesar do exposição, Teixeira e toda a equipe de “Ainda Estou Cá” têm orientado uma campanha incansável para ampliar a popularidade do filme antes da premiação. “Nosso trabalho quotidiano é insano. Só vamos parar em 3 de março. Mesmo no dia do Oscar tem trabalho”, afirma o produtor.
Os esforços têm reunido figuras de visibilidade da indústria cinematográfica mundial no entorno do longa e guiado o elenco, com destaque para Fernanda Torres, para eventos e aparições na prensa estrangeira.
Teixeira relata uma vez que ele e o diretor Walter Salles convidaram velhos conhecidos de peso para comparecer às pré-estreias e eventos de divulgação.
Entre os contatos acionados estiveram os cineastas Alfonso Cuarón e Olivier Assayas, que participaram de debates sobre o filme depois exibições em Londres e Paris, respectivamente.
Segundo o produtor de “Ainda Estou Cá”, o ator americano Sean Penn e a atriz italiana Valeria Golino foram chamados por Salles para participarem, respectivamente, de apresentações do filme nos Estados Unidos e na Itália.
Uma exibição privativo para membros da Liceu no dia seguinte à vitória de Fernanda Torres no Mundo de Ouro ainda contou com a mediação do diretor mexicano Guillermo del Toro — que segundo Teixeira é “colega” de Salles.
“É uma coisa mais de gossip [fofoca, em inglês], faz segmento”, diz o produtor, se referindo ao movimento de recontar com a ajuda de nomes conhecidos para espalhar a vocábulo do filme. “Trabalhamos há muito tempo no cinema e trabalhamos com muita gente, conhecemos muita gente.”
“É uma rede de pessoas que a gente conhece e que vão ver ao filme para nos prestigiar. A partir do momento que eles gostam, o negócio anda.”
De forma paralela, a presença de Fernanda Torres em programas americanos tem atraído a atenção de uma tropa de fãs nas redes sociais.
Só o vídeo da entrevista da atriz brasileira ao programa “Jimmy Kimmel Live”, um dos principais talk shows dos Estados Unidos, já foi visto mais de 3,9 milhões de vezes desde que foi postado em 17 de janeiro, muito supra de outras entrevistas publicadas no perfil do programa no Instagram.
Mais recentemente, Torres foi cobertura da revista “Cultured”, focada em arte contemporânea, arquitetura, design, voga, cinema e música. “Em um mundo de clichês hollywoodianos, Torres parece genuinamente autêntica”, disse a publicação.
A artista brasileira também brincou recentemente que atingiu “o auge da reputação” depois se tornar uma fantasia de Carnaval no Brasil.
“E o que está acontecendo agora, que é maravilhoso… que é o auge da reputação no Brasil: se tornar uma fantasia no Carnaval. E agora tem várias ‘eu’ nas ruas! Eu estou muito orgulhosa disso”, celebrou, durante entrevista no Festival Internacional de Cinema de Santa Barbara, na Califórnia.
No mesmo evento, Torres também protagonizou outro momento viral depois se encontrar pela primeira vez com a atriz e cantora Ariana Grande.
As duas se abraçaram e trocaram elogios durante o tapete vermelho do festival, onde ambas foram homenageadas.
“Ela é tão linda, tão bondosa, tão lustroso, ela é maravilhosa. [Assisti ‘Ainda Estou Aqui’], que atriz incrível, que pessoa maravilhosa, eu a senhoril”, disse Ariana, que está indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, depois o encontro.
A equipe do longa também credita Michael Barker e Tom Bernard, copresidentes da distribuidora Sony Pictures Classics, pela dedicação em fazer com que o público assistisse ao filme.
Para Rodrigo Teixeira, o grande objetivo da campanha é justamente fazer o filme ser visto. “As pessoas acham que tem qualquer sigilo [para a campanha], mas não. O que faz um filme receber votos é ele ser visto e ser gostado”, diz.
Até o último final de semana, o filme havia atingido US$ 2 milhões em bilheterias fora do Brasil, sendo exibido em mais de 700 salas só nos EUA, segundo o Globoplay.
Já em solo brasílico, o longa atraiu mais de 4,1 milhões de pessoas aos cinemas do país desde a estreia, em novembro de 2024.
Segundo o produtor, ‘Ainda Estou Cá ‘ está ‘falando por si mesmo’, pois, diferentemente de filmes hollywoodianos, não conta com um grande investimento para propaganda, divulgação por meio de trailers em salas de cinema e outras estratégias de promoção.
“Walter [Salles] sempre nos pediu que fizéssemos o filme ser visto para ele falar por si mesmo”, diz Teixeira. “E é isso que está acontecendo, estamos promovendo o filme pelo boca a boca.”
O produtor brasílico afirma que sua vivência com ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, longa dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Timothée Chalamet, o ajuda na procura atual pelo Oscar. “Minha experiência foi praticamente a mesma [da atual]. É quase um déjà vu”, diz Teixeira.
“Mas uma vez que era navegante de primeira viagem eu viajei muito mais da outra vez e acabei fisicamente me desgastando mais. Hoje, as coisas mudaram, e posso fazer muitas das coisas de forma virtual”, relata o produtor, que falou com a BBC News Brasil por chamada de vídeo no meio de um dia nervoso de trabalho.
Crise de Emilia Pérez
Karla Sofía Gascón, em ‘Emilia Pérez’ e Fernanda Torres, em “Ainda Estou cá”
Divulgação
Para além do escora a Fernanda Torres e “Ainda Estou Cá” na corrida pelo Oscar, as redes sociais brasileiras também se uniram nas críticas ao filme “Emilia Pérez”, dirigido pelo galicismo Jacques Audiard.
A produção conquistou 13 indicações ao Oscar 2025, incluindo de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, mas foi partida por uma série de polêmicas nas últimas semanas.
A atriz principal do longa, Karla Sofia Gáscon, recebeu uma enxurrada de críticas depois que tuítes antigos em que ela fazia comentários acusados de ser islamofóbicos e racistas, incluindo críticas à própria organização do Oscar, vieram à tona.
A artista espanhola também despertou a irritação dos fãs brasileiros ao reclamar em uma entrevista que a equipe de redes sociais que trabalha com Fernanda Torres estava “detonando a mim e Emilia Pérez”.
Na sequência, ela voltou detrás, afirmando que estava “se referindo à toxicidade e ao exposição de ódio violento nas redes sociais” em universal.
Mas para muitos críticos de cinema e jornalistas especializados, ficou a sensação de que Gascón atacou uma concorrente de uma forma que vai contra o espírito do Oscar. Por tudo isso, críticos e jornalistas especializados em cinema do mundo todo apontaram que o filme pode ser prejudicado nas semanas finais da corrida pelo maior prêmio do cinema.
Mas Rodrigo Teixeira prefere não comentar sobre se os últimos acontecimentos em torno de “Emilia Pérez” favorecerem “Ainda Estou Cá” no Oscar.
“Eu não posso falar por nenhum concorrente, eu só posso falar pelo ‘Ainda Estou Cá'”, respondeu o produtor, afirmando que “coisas acontecem em todos os filmes”.
Teixeira disse ainda descobrir “muito deselegante de qualquer um” falar sobre “situações que ocorreram com outros concorrentes”. “Agora todo mundo que está indicado tem que trabalhar o melhor que pode para que esses filmes sejam vistos e sejam apreciados. E aquele que for escolhido teve seu valor e mereceu, qualquer que seja.”
O produtor também não quer falar sobre as acusações feitas por Gáscon contra a equipe de Fernanda Torres. Teixeira disse que preferia não comentar. “Não quero entrar nessa discussão, porque isso não é segmento da veras.”

Fonte G1

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