Sportradar: Não Há Indícios De Manipulação No Brasileiro 24/04/2024

Sportradar: não há indícios de manipulação no Brasileiro – 24/04/2024 – Esporte

Esporte

Os sistemas de monitoramento da Sportradar não detectaram irregularidades no Campeonato Brasílico de 2023. De convenção com o teutónico Carsten Koerl, CEO da empresa suíça, especializada em tecnologia esportiva e referência internacional na fiscalização de possíveis manipulações de partidas, não houve anomalias na rede de apostas esportivas que provocassem suspeita.

A competição pátrio do ano pretérito voltou a ser discutida por culpa das acusações do norte-americano John Textor, que administra o futebol do Botafogo. Com base em um relatório de perceptibilidade sintético da empresa Good Game!, que analisa o comportamento de atletas e árbitros, ele apontou que houve manipulação em uma série de jogos.

Estão entre essas partidas a rota por 5 a 0 do São Paulo para o Palmeiras, que seria o vencedor, e a vitória por 2 a 1 do Flamengo sobre o Botafogo, que disparou na liderança antes de despencar na tábua. Textor levou essas acusações ao Senado Federalista, na última segunda-feira (22), na CPI das Apostas Esportivas.

O proprietário da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo não afirmou que apostas esportivas foram a culpa das manipulações. O método da Good Game!, ele declarou, “diz uma vez que os jogos foram manipulados, não por quê”.

Segundo Carsten Koerl, do ponto de vista das apostas, não houve anormalidades.

“Entendo que não foi o resultado preposto para o proprietário de um time. Mas nosso sistema não detectou evidências de manipulação”, disse o executivo da Sportradar à Folha, durante sua primeira visitante ao Brasil.

A empresa que ele comanda tem parcerias com entidades uma vez que Fifa (Federação Internacional de Futebol), Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Trabalha também com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e lhe entregou um relatório segundo o qual há suspeita de manipulação em 109 partidas realizadas no país no ano pretérito, porém nenhuma delas no Campeonato Brasílico e na Despensa do Brasil.

Do totalidade de jogos analisados, 15 são de competições organizadas pela CBF: um pela Série B do Brasílico, 13 pela Série D e um pela Despensa Virente.

“Estamos felizes por termos o contrato com a CBF, mas é um pouco que precisamos desenvolver mais. É um ponto de partida. Queremos ampliar o escopo”, afirmou o empresário.

Parceira da confederação brasileira desde 2018, a Sportradar analisa movimentações atípicas em sites de apostas que possam indicar manipulações. O trabalho é feito, sobretudo, com ferramentas de perceptibilidade sintético, mas tem a transporte de profissionais que fazem uma devassa em seguida a indicação do sistema.

“É muito mais importante indagar os fluxos de liquidez e ver a partir dos comportamentos de apostas se há alguém que os utilizou”, disse Koerl, um boleiro malogrado.

“Eu era um jogador amante e ruim”, reconheceu, antes de avultar que a experiência lhe ensinou que há diversos fatores que podem influenciar o comportamento de uma pessoa em campo, uma vez que a sobrecarga de atividade ou a sua quesito física.

Por isso, observou o empresário, “é um caminho falso indagar manipulações [de resultados] com base em padrões físicos dos jogadores”.

Carsten Koerl está no país para participar do BiS (Brazilian iGaming Summit) Sigma, evento que reúne as principais empresas e entidades ligadas ao setor de apostas esportivas da América Latina.

Além de compartilhar sua expertise, ele viajou ao Brasil para entender uma vez que funciona o mercado do futebol no país, principalmente as relações entre clubes, associações e federações: “Para alguém afeito com o sistema europeu, não é fácil entender uma vez que o futebol brasiliano é organizado”.

Antes de conversar com a reportagem na sala de conferências de um hotel nos Jardins, o teutónico estava reunido com uma equipe de advogados brasileiros, contratados para ajudá-lo a entender o cenário a partir da legislação aprovada no país para as apostas esportivas.

“O Brasil é um mercado muito importante mundialmente”, afirmou Koerl. “Acho que a lei está abordando a maioria das áreas.”

Em dezembro do ano pretérito, o Congresso Vernáculo concluiu a votação do projeto de lei que regulamenta as apostas de alíquota fixa e também a autorização para cassinos online. A proposta já foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No final de janeiro, o governo federalista anunciou a geração da Secretaria de Prêmios e Apostas, que será responsável pela regulamentação e pelo monitoramento do mercado das chamadas “bets” e dos jogos online. A novidade secretaria será vinculada ao Ministério da Quinta e contará com outras três subsecretarias.

Segundo Koerl, o próximo passo para tornar a regulamentação mais robusta é implementar sistemas para cumprimento das regras e controle do mercado. Para ele, é também necessário investir em infraestrutura tecnológica, “que é uma questão ainda não resolvida”, além de delimitar até que ponto as entidades esportivas podem atuar.

“São os três clusters [agrupamentos] onde acho que, nos próximos meses, haverá um tempo significativo investido.”

O empresário entende que “o governo precisa encontrar em breve uma maneira clara de uma vez que utilizar a lei” e espera contribuir para o debate em relação ao sistema de tributação das apostas.

“Vejo em muitos países uma disputa entre regulamentações federais e locais. Isso precisa ser modelado de forma mais clara. Um sistema meão é mais escalável, mais fácil de controlar, e um sistema lugar tem muitas vantagens para as comunidades locais. Acho que isso é um pouco onde [a legislação brasileira] deve ser mais clara”, defendeu.

Folha

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