Sxsw: Elon Musk Para Festa De Fallout E Posa De

SXSW: Elon Musk para festa de Fallout e posa de estrela – 09/03/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Elon Musk parou a sarau de uma série do Amazon Prime Video no festival South by Southwest, ou SXSW, na noite abafada da última quinta-feira (7), em Austin.

Não teve quem não deixasse de lado os cookies veganos do coquetel de “Fallout” para tirar fotos de longe daquele varão basta, de camiseta preta e bojo protuberante, que chegou do zero no cenário de ruinoso urbana e metal retorcido montado para vulgarizar o novo título do streaming, fundamentado no jogo de videogame homônimo.

Musk entrou com três seguranças que não deixavam ninguém chegar perto dele, conversou com o diretor da série, Jonathan Nolan, bebendo um drinque detrás do outro, e saiu 40 minutos depois sem fazer selfies com o público.

A postura de estrela pode ser condizente com um dos homens mais poderosos —e detestados— do mundo, mas ela foi a oposta da atitude amigável de Post Malone. Nesta sexta (8), o rapper, talvez tão popular quanto o possuinte da Tesla e do X, velho Twitter, conversava e tirava fotos com todos durante a sarau de lançamento de “Road House”, filme do mesmo serviço e com estreia marcada para o dia 21 deste mês.

Zero disso, vale notar, aconteceu na Los Angeles da véspera do Oscar, mas sim na capital do Texas, que até o próximo dia 16 tem estreias de filmes e séries no SXSW. Além de estrelas do cinema e da TV, o festival publicado atrai dezenas de milhares de pessoas para verem shows de bandas pouco conhecidas e uma infinidade de palestras.

Às centenas, as palestras acontecem num núcleo de convenções na região mediano da cidade que, embora muito conservado, tem uma faceta de décadas passadas. Pelos corredores do Austin Convention Center circulam pessoas de mais de centena países —segundo a organização do festival, 30% do público é estrangeiro, e os brasileiros são a maior comunidade internacional, de modo que nos hotéis ao volta se ouve muito mais português do que inglês.

São profissionais de mercado vindos da Faria Lima e gente descolada de áreas criativas, uma vez que produção de teor, publicidade e vídeo, todos com MacBook a tiracolo em procura de contatos num envolvente que estimula a autopromoção e o uso de jargões corporativos.

“É uma jornada que promete desafiar nossas percepções, expandir nossos horizontes e nos conectar com mentes brilhantes de todo o mundo”, diz Lucas Garbulha, diretor de planejamento da filial de propaganda Novidade, e que participa pela primeira vez do festival.

O SXSW, que existe desde 1987, fez sua renome uma vez que um festival de tecnologia e inovação, e a apresentação anual da futurista Amy Webb ainda é uma das palestras mais concorridas.

Mas, o extenso cardápio de assuntos do evento abrange todo tipo de tema contemporâneo —preservação da Amazônia, a questão indígena, saúde mental, psicodélicos, pluralidade sexual, representação de raça na arte, enfim, tem para todo mundo.

Por exemplo, a primeira conversa do festival, nesta sexta, reuniu a premiada poeta americana Ada Limón e Lori Glaze, profissional da Nasa que trabalha com naves. A inesperada combinação de palestrantes era para anunciar que um poema de Limón será enviado para uma lua de Júpiter —os versos foram gravados numa placa de metal, mostrada para o público, que será alocada numa espaçonave.

O que une a verso e a exploração do espaço é a curiosidade, disse Limón, seja para quem escreve os versos ou para os leitores. “O que nós fazemos uma vez que artistas é abraçarmos o mistério e nos rendermos ao ignoto”, afirmou a poeta, aplaudida diversas vezes durante a sua fala para as mais de 2.000 pessoas que lotavam uma das maiores salas do núcleo de convenções.

A mistura de públicos e de temas do SXSW torna o festival uma ilhota progressista num estado trumpista governado por um republicano. Na curta apresentação de buraco, o diretor de programação, Hugh Forrest, afirmou que o SXSW acredita na pluralidade sexual, de gênero e de nacionalidades, e que a teoria do evento é estimular a geração de comunidades.

Enquanto no núcleo de convenções a escol intelectual de vários países discutia os valores de um mundo ideal, a duas quadras dali uma pessoa em situação de rua dormia nos degraus da porta de um bar que ficou crédulo até tarde da noite servindo os frequentadores do festival. Outro, maltrapilho, vagava pela lajedo olhando para o zero com todos os seus pertences num carrinho de supermercado.

O jornalista viajou a invitação do Prime Video

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *